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Poesias-->Impublicável -- 22/11/2004 - 09:24 (ANGELA LARA) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Porque nenhuma mão

Conseguiu me guiar

Desde o nascimento,

Fui crescendo com meus medos

E montando uma história sem raízes...

Porque nenhum gesto

Fez-me apegar a coisa alguma

Superei minhas dores,

Meus vícios, minha auto estima.

Porque nenhum sonho

Chegou a ser concreto...

Disfarcei o sentimento

Sem nunca me dar por completo.

Porque a estranheza de um dia de sol

Se na aspereza das noites,

Mal consigo enxergar a claridade.

Porque aprendi a duras penas

Que a alegria é tão passageira

Quanto o vento que sopra

Em todas as direções.

Porque das vezes que me perdi

Não encontrei nenhum consolo

A não ser na minha crença bendita

Que por vezes também fujo e enjôo.

Porque tudo começa delirante

Como as cores do arco íris

E lá pelas tantas é um engano

Mesmo que ainda eu acredite.

Porque o leme do meu navio

Não me guia num só destino...

Ando a deriva e sem rumo

Ando a beira do absurdo...

Porque só acredito no que vejo

E no que minhas mãos conhecem.

Não vivo na expectativa do amanhã

E nem faço planos para o futuro...






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