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Poesias-->In memória -- 13/11/2000 - 18:11 (Ayra on) |
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No coro de minha vida
Não fui solista.
Estava entre os cantores,
De preto e com a boca aberta.
Observava atento, os volteios da batuta,
A astuta maestrina
De erros,
Tristezas,
Amores,
Saudades.
Todos harmoniosamente Conectados
Criando a música.
O solista,
Representante primeiro da peça,
Contratenor de meus sentimentos,
Canta.
E é tão alto e tão forte
Que chega a esconder a fragilidade das notas.
Vela sob uma parca alternância,
Sem muita diferença, os Baixos e Barítonos.
Dias inteiramente nublados e tristes
São as bases para a criatura feita da música.
Eis que chega-me a morte.
O coral a sua sorte,
Eleva-se.
Sopranos nereidas
Estridentes e agoniadas.
Mortas fadas melancólicas
E decadentes.
Contraltos semitonadas
Velhas carpideiras
Matreiras e
Alcoviteiras
Choram melodias de calão.
Tenores
Elevam seu gemidos aos deuses...
(Jamais serão ouvidos.)
Novamente ouço a voz de nevoeiro
Um Segundo solista canta um Terceiro,
Um Baixo, de voz tão grave quanto a dor.
A morte deita o fechamento,
Sua voz rouca cobre todo o pensamento,
Os olhos se fecham,
A lagrima corre,
O mestre agradece,
A peça termina.
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