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Poesias-->No interminável -- 27/11/2004 - 23:23 (José Mattos) |
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No inacabável fastio da tarde
Arrastam-se meus pés sobre a incerteza
Ramagens ressequidas, no caminho
Agarram-me as pernas esfarrapadas
Parece agitar-se o bosque inteiro
Ouço o longo murmurar dos seres mudos
A incerteza do fadário a fronte arde,
E a alma é estocada por espadas
Daqui, só vejo o fim.; não sei o meio
Por isso ando em círculos fugindo
Das armadilhas sorrateiras do destino
Mais logo deverá morrer a lua
A noite soturnal já se prepara
Com armas, armadilhas e mistérios
E, eu preparando cá meu epitáfio
Riscando a talhos de canivete:
Dês-existiu cá um poeta – sem amores
Que sonhou a vida inteira com a lua
Foi plantado entre as Palmeiras do Jardim
E o outono todo ano por caridade
Enfeita seu túmulo com lindas flores
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