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Poesias-->FACA, PÃO E DENGUE -- 05/12/2004 - 20:50 (wildon lopes da silva) |
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Zum...Zum...Zum...ZZZ...Zum...Um...m...mmmmmmmm...
Lá vem o mosquito de novo
zumbindo na curvatura da orelha
perturbando e zunindo no sono do povo.;
voa zombeteiro,
pousa silencioso
voa vôo zumbido... zumbi.
Lá vem o mosquito de novo!
Assim como faca
enterrado no corpo
tira uma lasca
do resto do povo.
Sem sombra e sem dúvida
no vôo do esnobe
esbarra no rico, cutuca no pobre
espalha-se, e diverte-se: metonímico,
com o choro de um povo fétido.
Cada dia mais gente se atraca
na fila do posto, na maca,
_ esperando o remédio que cai lá do céu!
Assim como faca
a lâmina corta
o desejo do povo.
Assim como faca
o aço na forja
fere o destino de novo.
Faca que corta o pão
que alimenta a massa
misturada por João
que trabalha na feira:
_ picado pelo mosquito da Dengue em plena segunda-feira.
Faca que forma o formão
que corta o artista
da televisão.
Fica o ator esticado na cama
viaja o personagem
dissimulado com a fama:
_ picado pelo mosquito da Dengue em pleno fim-de-semana.
Febre:
enfermaria, quarto particular
Tosse:
de noite e de dia
desfalecido,
o doente começa a cantar.
Quadro patético
desespero de novo
dengoso, viroso: aidético.
João ou Maria
estatelados numa maca,
estrêlas da noite
e notícias do dia.
Quadro horroroso
vertiginoso e sem razão:
_o leigo cortou os pulsos
com a mesma faca
com que cortara o pão.
WILDON LOPES - 02/03/2002 |
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