Eu não imaginava que aquilo pudesse acontecer comigo. Esse foi o pensamento que me veio à mente quando avistei meu irmão Paulo.
Tudo começou quando a menina Raika precisou de apoio em seus estudos. Comecei a assisti-la em suas necessidades, ensinando-a com muito prazer.
Esqueci-me, contudo, de tomar os devidos cuidados e sem aspirar a nada que não fosse o bem de Raika, visando a sua aprovação e acabei simpatizando com a menina.
O namoro veio em conseqüência, meio constrangedor no início. Nada, porém, podia ser feito frente à carência em que me encontrava, juntamente com a curiosidade e espírito de aventura de Raika.
O mesmo tinha acontecido com Paulo de gostar de uma pessoa bem mais jovem do que ele e eu vivia a criticá-lo. Agora, a situação repetia-se comigo.
Frente à realidade destruidora da crença de que aquilo não pudesse ocorrer comigo, veio-me outro pensamento de que já me havia esquecido, dos tempos de criança.
Se julgar estará sujeito ao julgo dos outros.