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Roteiro_de_Filme_ou_Novela-->ADEUS À INOCÊNCIA - CAP. 25 -- 31/08/2006 - 16:29 (Edmar Guedes Corrêa****) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
ADEUS À INOCÊNCIA - CAP. 25


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25


-- Não. Pára! – Ordenou Marcela ao sentir minha mão apertar-lhe o seio.
-- O que tem? Não estou fazendo nada demais – declarei. Embora desejoso, sentia-me tenso, com o coração palpitante, os lábios frios e as mãos quase trêmulas.
Marcela me olhava com desconfiança, com medo de dar um passo em falso, de ir além da conta e depois se arrepender. Aliás, se tem uma coisa que aprendi com aquelas meninas, foi isso: o medo de ir longe demais. Não posso acreditar que tenha sido mera coincidência todas elas agirem dessa forma, com medo, com receio de dar um passo maior que a perna, cair e se machucarem profundamente. De todas, Luciana foi a que menos demonstrou isso; talvez porque fosse a mais velha, a mais esclarecida e a mais destemida; entretanto, nos momentos aonde ir longe demais poderia custar-lhe caro, ela titubeou. Mas acho que é algo que faz parte do instinto feminino, algo encontrado em todas – ou quase todas – as mulheres.
Por que elas se sentiam ameaçadas? Foi o que me pus a perguntar várias vezes. No início, eu não soube responder. No entanto, depois com o passar do tempo e após ponderar bastante durante nossa estada naquela ilha, cheguei a algumas suposições; e dessas suposições a resposta mais condizente foi a de que faziam isso por temor da gravidez. Acho que no fundo elas pensavam: se ficarmos grávida e não sairmos dessa ilha antes do nascimento, teremos que ter sozinhas o filho aqui no meio do mato? Será que não tinham consciência dessa possibilidade? E mesmo que não tivessem consciência disso, o inconsciente antevia esses perigos, como um sexto sentido. Sim, querido leitor. Não estou dizendo que tais conclusões sejam de todo verdadeiras, uma vez que não sou versado no assunto, contudo foi a melhor explicação encontrada por mim.
-- Eu sei. Mas eu não quero – retrucou ela dando um passo para trás.
-- Então? Eu não vou fazer nada demais. Eu gosto de você e jamais te faria algum mal. – Dei um passo adiante, tornando a ficar frente a frente com ela, quase colado. E estava tão próximo que podia sentir sua respiração descompassada, como se ela se sentisse acuada feito uma presa. Seus seios arfavam e a pele ia adquirindo certo brilho, devido às minúsculas gotas de suor a brotar de todos os poros.
No curto intervalo de tempo onde o silêncio foi absoluto, nenhum detalhe me passou despercebido. E como num golpe de sorte, percebi sua fraqueza, seu medo. Aí eu ponderei: “Se eu pegar neles, ela não vai me proibir. Ela está assim por isso, porque sabe que não vai escapar. Acho que ela pensa que não adianta correr e nem gritar, porque estamos longe da cabana e elas não vão ouvir. Ela está achando que se correr vou correr atrás dela e agarrar ela a força. É mesmo! Nem havia pensado nisso! Eu podia correr atrás dela, derrubar ela na areia e ela não ia poder fazer nada. Sou mais forte. Não. Mas ela não vai correr. Se fosse já teria corrido. Ela vai deixar. Quer ver?”.
Meus olhos fixaram-se nela e mantiveram-se imóveis, como que vidrados, como os olhos de um predador aguardando o momento certo para dar o derradeiro golpe em sua presa. Nisso, uma secura subia-me pela garganta ao mesmo tempo em que uma sensação desmedida de calor fazia-me o corpo transpirar. Os meus pensamentos, desordenados e confusos até então, pareciam ter cessado, como se uma força invisível e muito poderosa me impedisse de pensar, de formar idéias, como se perdesse a capacidade de processar imagens, sons e sensações.
E então, sem controle sobre meus atos, minhas mãos se moveram como se agissem por si só e foram tocar levemente os seios dela, sobre o biquíni. E tomado pela curiosidade e desejo – eram eles quem me dominavam, quem me fazia agir assim –, apalpei-os com as pontas dos dedos, como se apenas tencionasse sentir a consistência daquelas formações arredondas e pontiagudas do corpo dela, aquelas partes que no meu não existiam.
E ao tocar-lhe os seios, esperei que Marcela dissesse alguma coisa, mas ela não pronunciou nenhuma palavra e nem mesmo fez algum gesto capaz me induzir a tirar as mãos e recuar; simplesmente ficou ali, de pé diante de mim, com os seus meigos e confusos olhinhos presos ao meu rosto, como que hipnotizada. Embora enleado, pude notar-lhe um estado de submissão e até mesmo um quê receio, como se temesse os momentos seguintes.
Eu também sentia medo. Mas o meu medo era um medo diferente. Eu sentia medo do desconhecido, do novo e das minhas próprias sensações. Pois a vendo ali tão dócil, totalmente sob o meu poder, eu senti uma sensação de poder como nunca sentira até então. Era como se sua vida, seu destino me pertencesse e estivesse em minhas mãos. Era como se em minhas mãos, tal qual nas mãos de Deus, estivesse o poder de dar-lhe ou tirar-lhe a vida. E isso me provocava êxtase e pavor ao mesmo tempo.
E foi por causa desse dualismo, desse fluir entre duas sensações tão opostas que não cometi nenhum ato do qual me envergonharia e me arrependeria por toda a vida. Cheguei avançar um pouco mais, ao enfiar a mão por baixo do pano e desnudar-lhe o par de seios, contudo, ao fazer isso e tê-los diante de meus olhos, o pavor se apoderou de mim, como se um espírito maligno saísse do meu corpo e minha alma retomasse o controle sobre ele. Então retirei as mãos trêmulas e dei um passo para trás, abaixando a cabeça por causa da vergonha. Foi então que pensei: “Meu deus! O que eu ia fazer? Ia me condenar ao inferno para sempre. Ia ser atirado ao fogo, amarrado naquelas correntes grossas e chicoteado por aquele monstro horrível enquanto o fogo me queimava todo. Eu ia gritar por toda a eternidade. Meu deus! Ser queimado no inferno! Não. Não deixa isso acontecer comigo. Eu prometo que vou parar de pensar nessas coisas, que não vou agarrar ela de novo, que não vou querer fazer com ela aquelas coisas que eu penso. Eu juro. Eu juro que, quando começar a pensar nessas coisas e meu troço crescer, eu não vou ficar pensando nisso. Mas não me deixe ir para o inferno. Eu vou ser um bom menino. Prometo que vou rezar toda noite, se o Senhor me perdoar”.
Marcela, ainda envergonhada, arrumara o biquíni no lugar. Em seguida abaixou-se para apanhar as bananas e disse:
-- Vamos embora. As meninas devem estar preocupadas com a nossa demora.
Concordei com meneios de cabeça, pois a vergonha era tamanha que não tive ânimo nem para pronunciar uma palavra. Ela se afastou e eu apanhei o restante das bananas sobre a vegetação rasteira. E enquanto retornávamos – Marcela seguia alguns passos à frente --, não tive nem mesmo coragem de olhar para ela. Só pensava no que ia dizer quando chegasse, pois tinha a certeza de que Luciana e a minha prima Ana Paula notariam alguma coisa estranha entre a gente.



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