Resumo: O belo filme de Andy Garcia sobre a Havana dos anos de ouro se defronta com uma tirania tão nefasta quanto a de Fidel Castro: o bloqueio esquerdista que domina festivais de cinema, assusta distribuidores de filmes e guia os velhos agentes a serviço do pensamento único socialista, os críticos de cinema.
Cartaz do filme de Andy Garcia
http://www.midiasemmascara.com.br/artigo.php?sid=5125
A Cidade Perdida (Lost City, EUA, 2005), de Andy García, em exibição em poucos cinemas no Brasil, além de filme vigoroso, é uma ode (composição poética de caráter lírico) à Havana dos anos dourados, mas nem por isso menos verdadeiro e contundente. Garcia, “o maior talento do cinema latino desde Rodolfo Valentino” (no dizer do lendário Anthony Quinn), fez um filme admirável, tão importante para divulgar os horrores da revolução cubana de Fidel Castro e o “Che” Guevara como, por exemplo, o romance O Senhor Presidente, de Miguel Ángel Asturias, ao denunciar a ditadura de Estrada Cabrera, na Guatemala do início do século 20 (até mesmo, diga-se de passagem, no tom romanesco).
Pelo que se sabe, para realizar A Cidade Perdida o diretor (que nasceu em Cuba) levou 16 anos com o roteiro (feito em parceria com Cabrera Infante, outra vítima de Fidel) debaixo do braço, procurando financiamento numa Hollywood “politicamente correta”, entregue aos caprichos de cubanófilos decadentes (mas poderosos) como Roberto Redford e similares.
Com o filme pronto, García agora se defronta com um outro tipo de ditadura, tão nefasta quanto a tirania de Castro, isto é: a tirania dos festivais cinematográficos, inteiramente dominados pela comunalha; a tirania dos distribuidores acovardados, que a consideram uma “fita especial e de risco”; e dos críticos de cinema, uma corriola em geral ignorante, bloqueada ideologicamente e a serviço do pensamento único esquerdizante.
É pena, pois A Cidade Perdida emociona e faz pensar. É evidente que não pretende “desconstruir” nem “minimalizar” coisa alguma. Antes, procura se articular no legado da estética aristotélica, aberta aos sentimentos e ao entendimento do grande público, como deve ser o cinema de massa. Os modelos perseguidos, pelo que se diz, foram Casablanca e Dr. Jivago, dois exemplares clássicos aos quais o ajuste de contas de García, feito em 35 dias e com custo em torno de 9,5 milhões de dólares, nada fica a dever. (Mas que, no futuro, quando a onda da intolerância comunizante for apenas registro ou matéria de memória, A Cidade Perdida poderá ficar como o primeiro filme de ficção a abordar de forma convincente as ditaduras sangrentas de Fulgêncio Batista y Zaldivar e Fidel Castro Ruz, El Caballo - ora em transe).
A trama do filme gira em torno do fulminante aniquilamento da família Fellove – o patriarca Federico (Thomas Millian), professor universitário que se nutre em Sêneca e acredita na democracia; a matriarca D. Cecilia; o tio Donoso, gourmet plantador de fumo (o eficiente Richard Bradford), os filhos Luis (Nestor Carbonell), Ricardo (Enrique Murciano) e Fico (Andy Garcia, em belo desempenho), proprietário do cabaré “El Tropico” (réplica do Tropicana), o empresário da família, visto que os outros irmãos são ou estão em vias de se engajar no Diretório Revolucionário (núcleo subversivo da classe média urbana) e na guerrilha de Castro, em Sierra Maestra, ambos obstinados no combate à ditadura do ex-sargento telegrafista Fulgêncio Batista (Juan Fernandez, em sólida composição) – curiosamente levado ao poder, em 1940 e 1953, com o apoio do pragmático (e vil) PC cubano.
Inês Sastre e Andy Garcia
Não menos importante, ainda que enigmática, é a figura feminina de Aurora Fellove (Inês Sastre, beleza latina), esposa de Luis (assassinado pela polícia de Batista), a dividir os sentimentos de Fico, e a do Escritor (Bill Murray), recriação do Bobo do Rei Lear, de Shakespeare, cuja função no entrecho narrativo é a destruição verbal de um mundo que se desmorona.
Falei acima no aniquilamento da família Fellove mas o aniquilamento, em termos reais ou simbólicos, é da própria Cuba, dividida politicamente e depois destruída por uma ditadura que se faz mais violenta, corrupta e desumana do que a do sargento Batista, ao eliminar os mínimos vestígios de liberdade, seja individual ou coletiva. A especialíssima Havana, conhecida nos anos 40 como a “Paris do Caribe”, passa a ser a masmorra infecta do Comandante Castro, um tirano egocêntrico e sem limites.
Se mais não fosse, ou fizesse, o filme de Garcia apresenta no mínimo dez cenas fortes, comoventes e bem executadas, entre elas, a do assalto ao Palácio presidencial de Havana pelos estudantes membros do Diretório Revolucionário, fato em que, numa manhã de março de 1957, após uma hora de combate nos corredores e jardins, foram contados 25 mortos; a do suicídio de Ricardo, o guerrilheiro arrependido; a da despedida de Fico diante dos pais arruinados; a da “expropriação”, pelos chacais do regime, no aeroporto José Marti, dos objetos de estimação dos cubanos que deixam a ilha; a do confronto de Fico com a camarilha revolucionária erguendo um brinde a Cuba Livre diante do debochado embaixador Soviético; e, muito em particular, a cena em que o “Che” Guevara (Jsu Garcia, perfeito) informa, na triste prisão de La Cabana, onde reinou absoluto durante seis meses, que eliminou mais um dos 55 prisioneiros, muitos dos quais ele próprio acionando o gatilho, pois sua legenda de psicopata fanático, para quem “os fins justificam os meios”, era: “em caso de dúvida, atire” (“Che Guevara”, Eric Luther, Alpha Books, EUA, 2001).
Como mencionei acima, a contundência do ajuste de contas não supera na obra o doce encanto da ode à Havana que Garcia constrói, especialmente quando recria o universo musical da cidade com seus clubes, cabarés, cantores e dançarinos fascinantes, plenos de vitalidade, onde prevaleciam as figuras de Ernesto Lecuona e Domase Perez Prado, autores, por exemplo, de composições como “Siboney”, “Para Vigo me voy” e “Patrícia” – definitivas e definidores de uma época e de um esplendor. Neste terreno, a sensibilidade de Garcia só acrescenta beleza, ainda que nostálgica, ao clima de uma cidade mítica destruída pelo castro-comunismo.
Vejam o filme, antes que o retirem de cartaz.
(*) O autor é cineasta, jornalista, escritor e ex-Secretário Nacional da Cultura.
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Filme de Andy Garcia que cita Che Guevara é boicotado na América do Sul
A película: "The Lost City" ("Cidade Perdida", 2005), filme de estréia na direção do ator Andy Garcia sofre um boicote ou censura informal na América do Sul.
Aparentemente a recusa em mostrar o filme é devida ao facto de ele mostrar o guerrilheiro marxista Che Guevara de uma forma bem menos idealizada daquela que aparece em filmes como Diarios de motocicleta, do brasileiro Walter Salles. O filme de Garcia conta que Che Guevara cometeu vários assassinatos durante a revolução.
"The Lost City" é um drama que se passa nos anos 50 sobre uma família cujo um dos filhos é proprietário de uma casa noturna em Havana. A família é surpreendida pela violenta transição do regime opressor de Fulgêncio Batista para o governo marxista de Fidel Castro. O dono do estabelecimento resolve fugir para Nova Iorque.
Um grande elenco de atores conhecidos está no filme, entre eles: Bill Murray e Dustin Hoffman.
O filme estreou nos cinemas dos EUA em Abril de 2006. De lá para cá não há relatos de que tenha sido exibido em cinemas sulamericanos. Encontrar o filme em DVD também é difícil na América do Sul. Na imensa maioria das lojas que vendem DVDs há a relação de todos os últimos filmes com Andy Garcia, com exceção de The Lost City. Encontrar informações sobre o filme começa a ficar difícil até nas máquinas de busca da internet sediadas em países sulamericanos. A tendência é o filme em breve fazer jus a seu nome, e ficar perdido para sempre, pelo menos em algumas regiões abaixo da linha do Equador.
Quem quiser assistir ao filme: "The Lost City" e mora na América do Sul deve ter um pouco de trabalho. Conforme o caso, o interessado só poderá ver o filme se importar o DVD do exterior, fazer o download de alguma cópia pirata (o que pode ser ilegal) ou viajar até os EUA e visitar algum dos cinemas que ainda exibem o filme.
Segundo o website sobre cinema IMDB, o diretor e ator Andy Garcia emitiu a seguinte opinião sobre a situação de seu filme: Há festivais que não irão mostrá-lo. Isto continuará a acontecer vindo de pessoas que não desejam ver a imagem de Che perder o brilho e daquelas que apóiam o regime de Castro. Ele ainda tem um monte de apoiadores lá fora. Alguns pensam que Castro é um salvador, que ele se importa com as crianças e com os pobres. Isto é um monte de besteira. Dos 45 anos desde que Castro ascendeu ao poder, Cuba tem ficado durante 43 anos entre os três países com mais abusos nos direitos humanos. As pessoas ficam cegas para essas atrocidades.
Ver também
Trailer do filme: The Lost City
O filme na Amazon
The Lost City - Ficha no IMDB
Fontes
Reuters Andy Garcia leva filme sobre Cuba às telas após 18 anos Último Segundo 10 de Maio de 2006
Andy Garcia se emociona com estréia na direção O Estado de S. Paulo 10 de junho de 2005 extraído do Google cache
Gustavo Klein Acontece na Telona: Censura Rubens Ewald Filho 1 de Maio de 2006
Garcia`s Lost City faces ban Filmstalker April 2006
Garcia Film Banned for Anti-Guevara Sentiment IMDB 25 April 2006
Obtido em "http://pt.wikinews.org/wiki/Filme_de_Andy_Garcia_que_cita_Che_Guevara_%C3%A9_boicotado_na_Am%C3%A9rica_do_Sul"
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A Cidade Perdida
19/07/2006
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Drama romântico que retrata os anos 50, a cultura da época, a dança e a música, com uma belíssima fotografia e figurino. Ambientado em Havana, Cuba, no momento da turbulenta transição do opressivo regime de Batista para o governo marxista de Fidel Castro. Andy Garcia é o dono de um clube de sucesso e acaba exilando-se em NovaYork.
Andy Garcia atua e estréia como diretor desse tributo histórico à sua terra natal: Cuba. Havana, 1958, é um lugar de prazeres e diversão para muitas pessoas, enquanto outras estão descontentes por viverem sob a ditadura de Fulgencio Batista. Quando as forças revolucionárias de Fidel Castro e Ernesto ‘Che’ Guevara se preparam para tomar a cidade, Fico Fellove (Garcia) – proprietário de uma elegante casa noturna, El Trópico (inspirada na original Tropicana) – luta para manter sua família unida e o amor de uma mulher (Inês Sastre), sem saber que seu clube irá se tornar mais do que um lugar de diversão popular. Observando tudo, está O Escritor (“The Writer”, Bill Murray), um expatriado norte-americano que vê Fico sendo envolvido nesses acontecimentos, enquanto a revolução transforma tudo. Apesar de Fico assistir uma cultura inteira desaparecer e as pessoas mudarem, é o seu amor pela música cubana que manterá sua memória viva.
Ficha técnica
Título Original: The Lost City
EUA, 2005, 143 min
Gênero: Drama
Classificação indicativa: 14 anos
Direção: Andy Garcia
Roteiro: Guillermo Cabrera Infante
Direção de fotografia: Emmanuel Kadosh
Produção: Frank Mancuso Jr. e Andy Garcia
Direção de produção: Waldemar Kalinowski
Montagem: Christopher Cibelli
Produtora: Lions Gate Films
Distribuição nacional: California Filmes
Elenco
Andy Garcia - Fico Fellove
Bill Murray - The Writer
Dustin Hoffman - Meyer Lansky
Tomás Milian - Don Federico Fellove
Millie Perkins - Doña Cecilia Fellove
Richard Bradford - Don Donoso Fellove
Inés Sastre - Aurora Fellove
Enrique Murciano - Ricardo Fellove
Nestor Carbonell - Luis Fellove
Elizabeth Peña - Miliciana Muñoz
Julio Oscar Mechoso - Colonel Candela
Steven Bauer - Captain Castel
Tony Plana - The Emcee
William Marquez – Rodney
A Cidade Perdida é a homenagem agridoce de Andy Garcia à Cuba, que levou 16 anos para realizar o projeto. Utilizando a música, literatura e a dança, o filme captura Havana em sua florescência tropical da década de 50. Aborda o momento em que músicos como Beny More eletrificavam audiências com o ritmo feito em Havana daquela época, conhecida como a Pérola das Antilhas.
Com roteiro do escritor cubano Guillermo Cabrera Infante, A Cidade Perdida constrói a febre de um sonho tropical, uma história de amor e revolução pontuada pela música.
Na construção de Infante e Garcia, esta é a terra onde o ritmo não pode ser esquecido. A trilha sonora é composta por 40 canções diferentes, entre mambos, chachachas, rumbas, danzones, boleros. Juntas, criam uma história oral de Cuba. São canções de amor a uma cultura indomável – que se revela na música, mas também na dança, na poesia, no catolicismo, nas heranças européia e africana, na revolução, no tabaco, na Santería e no azul do céu e da água que circunda a ilha.
Não é a primeira vez que Andy Garcia celebra seus “maestros”. O documentário Cachao... Como Su Ritmo No Hay Dos, de 1993, é um tributo a Israel Lopez “Cachao”, o prodígio musical que criou o mambo. Em A Cidade Perdida, Garcia celebra outra lenda cubana, o escritor Guillermo Cabrera Infante.
Figura literária da América Latina, Infante criou um estilo de ficção distinto das influências originais. Teve um profundo conhecimento de cinema e escreveu bastante sobre os filmes que aprecia. Sua escrita é rica em jogos de palavras e paródias. Suas histórias têm um ar de absurdo e doses de fatalismo, sempre acompanhadas pelo humor. O romance mais conhecido é Tres Tristes Tigres. Quando Garcia leu esse livro, soube que tinha encontrado a voz perfeita para ajudá-lo a realizar seu antigo sonho de rodar um filme sobre Cuba. Procurou pelo escritor radicado em Londres e o projeto de 16 anos teve início.
Como roteirista, Infante já tinha escrito Wonderwall e trabalhou na adaptação de Under the Volcano, do diretor Joseph Losey. Também escreveu Vanishing Point, de 1971, dirigido por Richard C. Sarafian.
Para o roteiro de A Cidade Perdida, Infante partiu de acontecimentos reais de Cuba, como o ataque ao palácio presidencial de Fulgêncio Batista e a inspiração em Martin Fox, administrador da boate Tropicana, para a criação da personagem de Andy Garcia, Fico.
Para Infante e Garcia, a música é a personagem principal do filme. As canções ouvidas na trilha sonora representam a música cubana na sua essência: Beny More, Israel Lopez “Cachao”, Roland Laserie, Bola de Nieve, além do trompetista Alfredo “Chocolate” Armenteros, que aparece na abertura e no encerramento do filme. O mesmo se pode dizer dos ritmos e cantos afro-cubanos: são parte intrínseca da religião afro-cubana, a Santería - batidas específicas são tocadas para invocar os orixás, que representam elementos da vida, como por exemplo, “guerra” ou “novos começos”.
Outra homenagem é a leitura do poema de Jose Marti, líder da independência cubana. Seu livro de poemas, Versos Sencillos, expressa o sentimento pela identidade de Cuba, mas também a necessidade da compaixão humana em meio à luta.
Andy Garcia – diretor, produtor e ator (Fico Fellove)
Andy Garcia nasceu em Havana, mas mudou-se com sua família para a Flórida aos cinco anos de idade. Formou-se em artes cênicas pela Florida International University e, até a década de 70, trabalhou em produções locais de Miami, quando foi para Los Angeles tentar a carreira no cinema.
Além de ator, Andy Garcia já trabalhou como produtor, compositor, músico e produtor musical. Em A Cidade Perdida fez sua estréia como diretor num filme de narrativa ficcional.
Após a nomeação ao Oscar pelo trabalho em O Poderoso Chefão III (1990, The Godfather Part III), Garcia abriu sua própria produtora, CineSon Productions. Por ela, produziu e dirigiu o documentário Cachao... Su Ritmo No Hay Dos, um longa-metragem sobre um dos criadores do mambo, o baixista Israel “Cachao” Lopez.
Entre os trabalhos já realizados com ator, estão: Morrer Mil Vezes (1986, Eight Million Ways To Die), Os Intocáveis (1987, The Untouchables), Justiça Cega (1990, Internal Affairs), O Desaparecimento de Garcia Lorca (1997, The Disappearance of Garcia Lorca), Onze Homens e Um Segredo (2001, Ocean’s Eleven) e Modigliani - Paixão Pela Vida (2004, Modigliani), em que co-produziu com Philippe Martinez. Recebeu uma nomeação ao Emmy pelo papel do trompetista cubano Arturo Sandoval na biopic da HBO, For Love or Country: The Arturo Sandoval Story.
Produziu e tocou em inúmeros álbuns ao longo dos anos. Sua habilidade musical já o fez conquistar dois Grammy e um Grammy Latino. Este último, recebido pela interpretação de “Ahora Si”, de Cachao e, pela produção da trilha sonora de For Love or Country, ganhou um Emmy.
Guillermo Cabrera Infante - roteirista
Cabrera Infante nasceu em Gibara, Cuba, em 1929. Ganhou uma bolsa na Havana School of Journalism e em 1952, foi detido por um conto publicado, sob a acusação de profanação. Tornou-se opositor do regime de Batista e foi forçado a escrever sob o pseudônimo de G. Cain (cujo nome é um anagrama a Cabrera e Infante). Em 1954, escreveu uma série de resenhas sobre filmes na revista Carteles, tornando-se editor-chefe em 1957. Fundou a Cinemateca Cubana (1950-1956) e dirigiu a revista Lunes, suplemento literário do periódico Revolución, de 1959 a 1961, quando foi fechado. No ano seguinte, viajou pela Bélgica como adido cultural da Embaixada cubana. Deixou Cuba definitivamente em 1966, fixando-se em Londres, onde continuou sua carreira de escritor, sendo reconhecido como um dos maiores opositores ao regime de Castro. Ganhou inúmeros prêmios, incluindo o Cervantes, em 1997.
Entre suas publicações, estão: Asi en paz como en la Guerra (1960), publicado em Londres, em 1993, como Writes of Passage; Un oficio del siglo XX (1963), uma coleção de críticas de filmes, seguida da publicação de A Twentieth Century Job (1991); o aclamado romance Tres Tristes Tigres (1967); uma coleção de histórias cubanas, Exorcismos del estil(l)o e O (1975/76); coleção de críticas de filmes, Arcadia todas las noches, em 1978 e o romance, Infante’s Inferno, publicado em 1979.
O primeiro livro escrito em inglês por Infante é Holy Smoke, em 1985; a autobiografia política, Mea Cuba (1992), eleito um dos top ten do ano pelo The New York Times. Infante também escreveu roteiros, sendo o mais conhecido Vanishing Point (1970) e A Cidade Perdida (The Lost City). Cabrera Infante faleceu em Londres, em fevereiro de 2005.
Nascido Andrés Arturo García-Menéndez, no dia 12 de Abril de 1956, o actor Andy Garcia tinha cinco anos de idade quando saiu de Cuba com sua família para Miami, onde o pai de Garcia, ex-advogado, se estabeleceu como um comerciante de cosméticos de sucesso e se tornou um cidadão americano.
Depois de sua graduação na Florida International University Garcia se mudou para Los Angeles e teve uma breve carreira de cômico, trabalhando como entregador de moveis e garçon quando estava curto de dinheiro.
Depois de sua estréia na TV em um pequeno papel no episódio piloto de Hill Street Blues em 1981, Garcia foi para a Florida filmar Blue Skies Again (1983), sua primeira aparição no cinema, num filme comum sobre uma comédia de basebol estrelada por Mimi Rogers.
Sua carreira descolou finalmente quando foi escolhido para o papel de um magnata das drogas no filme de Hal Ashby, 8 Million Ways to Die (1985).
Depois de fazer papeis fortes em The Untouchables (1987) e Stand and Deliver (1988), começou a chegar ao estrelato quando foi escolhido para ser o sobrinho de temperamento forte de Michael Corleone em The Godfather Part III (1990), papel que lhe deu indicações para Melhor Actor Coadjuvante no Oscar e no Glbo de Ouro.
O alcance do talento de Garcia impressionou o roteirista Henry Bean para escrever um papel especifico para o actor no roteiro de um drama sobre policiais corruptos, Internal Affairs.
Mas depois de vários anos de personagens violentos, Garcia suavizou sua imagem nas telas como o marido ”bom demais para ser verdade” da alcoólatra Meg Ryan em When a Man Loves a Woman (1994).
A carreira de Garcia diminuiu um pouco durante a segunda parte da década de 90, e o actor concentrou suas energias em alguns filmes feitos para a TV e filmes espanhóis como Death in Granada (1997).
Embora Garcia tenha encontrado seu lugar no cinema americano, ele foi uma das poucas estrelas latinas que atravessaram com sucesso os filmes de Hollywood, e sua conexão profunda e lealdade à sua herança cubana foram bem ilustradas com seu envolvimento em projectos que refletiram esses sentimentos.
Produziu e dirigiu um tributo ao artista cubano de mambo Cachoao com o título de Cachoao: Like His Rhythm There Is No Other, e, depois das filmagens de Ocean’s Twelve está dirigindo e produzindo uma adaptação para o cinema de The Lost City, uma novela épica sobre a revolução e exílio do escritor cubano Guillermo Cabrera Infante.
Devotado chefe de família, Garcia vive fora da mídia com sua mulher Maria Victoria (também imigrante cubana) e suas três filhas.
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Obs.: Eu vi o belo filme de Andy García no Telecine, da Net (TV a cabo). É uma ode à liberdade e ao amor, um filme bastante objetivo sobre o que ocorreu durante a Revolução Cubana, mostrando o idealismo de alguns socialistas contra a corrupção do governo Fulgêncio Batista e a crueldade de outros, como a verdadeira "máquina de matar", o serial killer Che Guevara, "el chancho" ("o porco").
Pena que a inquisição comunista que existe abaixo do Rio Grande (divisa EUA/México) tenha colocado o filme de García - que é cubano - no index filmorum prohibitorum. Uma patifaria sem tamanho. Aliás, há dois tipos de pessoas que endeusam Che Guevara: 1) os idiotas e 2) os patifes (F. Maier).