A TROCA
O apequenamento do individuo refém de instituições sociais corruptas é o tema do novo filme de Clint Eastwood,como diretor ,“A Troca”(Changeling).
Fraco e impotente diante do poder policial,por exemplo,o cidadão contribuinte honesto,a “mass media” que pulula nas grandes cidades,descobre ,de repente,a inutilidade das leis,quando elas se voltam contra o trabalhador desinformado e sugestionável.
Pois todo esse horror foi experimentado por Christine Collins,telefonista e mãe solteira,quando,de repente,seu filho sumiu de dentro de casa,enquanto ela fazia hora extra no trabalho.O fato é real e aconteceu na Los Angeles de 1928,cidade onde a junção de uma policia corrupta,um prefeito ávido por uma reeleição a qualquer preço,uma imprensa atemorizada e uma população amedrontada,criou uma situação real que nem o melhor escritor de ficção ousaria pôr no papel.
Com uma imagem péssima, e,querendo melhorar seu ranking,a policia encontrou e apresentou à Christine,um filho falso;uma criança fugida de casa,mais ou menos parecido com o filho dela,que o chefe da investigação (
Jeffrey Donovan)insistia ser o garoto de Christine,apesar de ser mais baixo e circuncidado.A mãe viveu horas de revolta e estranheza,pois,enquanto a policia insistia que o garoto era filho dela e parou de o procurar,um serial killer,espécie comum nos States,assassinava 20 crianças,nas barbas da policia,entre eles,possivelmente o filho de Christine,que morreu muitos anos depois ,
sem ter o filho de volta, nem saber a verdade.
Pressionada a ficar com a criança,um atrevido e mal criado garoto,a policia internou Christine num manicômio mantido pelo Estado,para onde eram levadas as “dissidentes”,mulheres corajosas que denunciavam a violência policial.Código 12,nelas!Tudo mancomunado com a equipe médica do hospital.
Como vencer todo esse horror?Christine(Angelina Jolie)teve a inesperada e bem vinda ajuda de um pastor presbiteriano,cuja igreja nem frequentava,que,revoltado com os corpos que desovavam por toda a cidade,batia forte na policia,nos seus sermões.Não fosse isto e uma série de acontecimentos que começaram a se desenrolar e que o reverendo(John Malkovich)chamava “a mão de Deus”,talvez a pobre mãe sucumbisse e ninguém tomasse conhecimento do caso.
O que também ajudou muito num desfecho favorável para a telefonista foi a pressão popular,milhares de pessoas nas ruas,como aqui,no caso Isabella.Graças a Deus parece que estamos aprendendo a gritar.
O filme,a meu ver,força algumas situações,mas,no geral é bem conduzido e deve ser visto.