Número do Registro de Direito Autoral:130952510933250700
Já vi esse filme antes. Um político monopolizando as forças políticas em sua volta. Dono absoluto do partido. Não apenas na Alemanha de Hitler. Nélson Rodrigues no Brasil afirmava que toda unanimidade é burra. Não é à-toa que essa turma que defende a permanência do presidente do Senado está reunida agora. Os políticos que sustentam a oligarquia do imperador do Maranhão no Senado tem um passado de tirania e autoritarismo. Fiquemos no exemplo mais exemplar:
Eleito presidente, Collor manda a PF invadir a FOLHA SÃO PAULO alegando falta de respeito a seu famigerado plano econômico. Houve um protesto nacional contra a invasão da Folha pelo desgoverno Collor. Este teve momentos de chilique piores do que aqueles quando, recentemente, ameaçou o Senador Pedro Simon, mandando que o mesmo engolisse suas palavras. Falta de decoro? Passou em branco. Que chiliques mais foram promovidos por elle? Incontáveis. Mais um delles:
Em meados da década de 90 a FOLHA revelou que agências de publicidade foram contratadas sem licitação para fazer a propaganda do desgoverno collorido. Longe de uma atitude que desmentisse os fatos, elle optou por processar três jornalistas e o diretor de Redação Otávio Frias Filho, recorrendo à Lei de Imprensa criação autoritária da ditadura militar.
Um dos filhos do imperador do Maranhão, que nos tempos da ditadura era dedicado político da Arena, partido dos militares, hoje no PMDB do fisiologismo desvairado, consegue fazer calar o jornal ESTADO DE SÃO PAULO por 39 dias que se completam hoje (08/09/09). A força das oligarquias e do autoritarismo se repete, agora de uma maneira ainda mais indigna, virulenta e vergonhosa, desde que o país vive supostamente em regime democrático. Regime de totalitarismo democrático. Desde que a liberdade de imprensa está mais do que garantida em artigos da Constituição. Se há uma força maior e mais prevalente do que a Carta Magna, é a vontade de poder absoluto da oligarquia Sarney no Maranhão. Com o aval absurdo do Judiciário.
Lulla, o líder do partido dos atravessadores de influências tipo privilégios, nepotismo, mensalão, cuecão, mantem uma influência totalitária sobre as opiniões e atitudes de sua bancada partidária na Casa Grande Senado. Analfabeto, elle não possui as ferramentas intelectuais para compreender que existem códigos políticos de ética que impedem o titular do Executivo de promover intervenções verbais, discursivas que influenciem as atitudes do Legislativo. Acontece que seu antecessor era exemplo de atitudes afins no Senado. FHC não pode ser adjetivado, com pertinência, analfabeto.
Na Alemanha da década de 30 todo um povo curvou-se aos delírios do poder racista de Hitler: os eleitores, os advogados, os juízes, os desembargadores, os vereadores, os deputados, os senadores, os prefeitos e governadores. Nenhum membro da bancada do partido nazista ousava ter opinião própria, pessoal, que pudesse contrariar as fixações de poder do Führer.
A bancada do partido do presidente Lulla parece que, com raras exceções, a do senador Suplicy, por exemplo, não pode nem deve ter opinião pessoal sob pena de ser chamado ao PC do Planalto e ter as orelhas puxadas como se fosse criança que tivesse feito alguma travessura. O mais emblemático exemplo é o do senador Mercadante, que, aparentemente revoltado contra os desmandos do presidente da Casa Grande Senado, e com a terrível desmoralização nacional e internacional do Conselho de Ética do Senado, falou alto e a bom tom, para todos os seus eleitores ouvirem, e as mídias divulgarem, que sua renúncia à liderança do partido era “irreversível”.
O chefe do Executivo chamou-o à realidade de que ele não deve ter pretensões à opinião pessoal e deve submeter-se sem mais delongas ou chiliques, ao poder central do partido, representado por elle, Lulla, o grande líder do PC do Planalto. Ele Mercadante foi simplesmente desmoralizado diante de seus eleitores paulistas e paulistanos, que confiavam numa atitude moral e ética de sua parte. Mas Mercadante fez justiça ao nome. Mercador.
Mercador é aquele que compra e vende a retalho. Que compra e vende gêneros de comércio. Compra e vende a miúdo, no varejo. Ele vendeu a seus eleitores uma imagem de relativa independência pessoal às determinações político partidárias de seu “führer”. Era um produto falso. Mal seus eleitores haviam comprado, logo se derreteu. Esvaiu-se no ar contaminado pelos interesses menores de seu chefe. Não se manteve a confiança dos eleitores que o prestigiaram com seu voto. Independente.
Ele vendeu uma imagem falsa, uma mercadoria de camelô, vergonhosamente desmentida por ele mesmo logo depois. Quando seu “líder” certamente lhe fez lembrar que o “livrinho vermelho de Lulla” é o guia e o manual do grande condutor das massas carentes e analfabéticas, das quais Lulla compra apoio a varejo, pagando entre R$ 70 e 140 réis. O chefe do PC do Planalto lembrou àquele senadorzinho que ele não deveria manter ilusões de independência e opinião pessoal. Que ele não era senador que pudesse sustentar independência moral e partidária. Era ele senador do Bolsa Família. E se não seguisse a diretriz partidária de seu chefe, sofreria as consequências. Que consequências? Quem sabe, senão ele.
Mercadante por certo leu o livro “Como fazer eleitores e depois descartá-los”. A mando do chefe. Ao invés de manter uma imagem de político que respeita sua ética pessoal e a de seus eleitores, preferiu ser conivente com a mesa do “Conselho de Etitica” do Senado. E jogou titica no ventilador de sua opinião “irreversível”. Tão irreversível que logo depois voltou atrás mostrando que de pessoal e libertária sua imagem de político não tem nada. Todo seu perfil eleitoral desmanchou no ar. As próximas eleições hão de mostrar se ele deveria ter se submetido ao “führer” ou mantido um posicionamento ético pessoal, devido a ele mesmo, antes que a seus eleitores. Esse modo de proceder em detrimento de valores éticos, de uma moral pessoal insubstituível tem nome: fascismo.
Depressa, mais que depressa, o que era atitude irreversível se tornou vergonhosa reversibilidade. Bastou um puxão de orelhas na criança para ela voltar ao cenário de infância tipo: “Papai, não faço mais isso”. Venceu a tirania do PC do Planalto. Seu líder partidário. Venceram as indicações culturais do “Livrinho Vermelho de Lulla”. Venceu o poder do PC partidário, não o pensamento libertário. Ético. Moral. O instinto gregário da mais-valia de um parafuso ou de uma porca da engrenagem partidária. O oportunismo, não a oportunidade. Venceu o rápido prazo, não a longevidade de caráter. Venceu a inflexibilidade programática, não a ética pessoal. A partidária de há muito inexiste.
Venceram os interesses e ambições táticas, maracutaias e manobras. Venceram as perguntas sem respostas. Venceu o apetite voraz do subterfúgio partidário. O país espera. Espera. Cansa de esperar de seus supostos representantes, uma atitude que honre as expectativas de seus eleitores brasileiros brasileiros. Nesse evento político irreversível, por que não venceu o político ético e não uma mercadoria do PC do Planalto? Porque de ética esses senadores que engavetaram as denúncias contra o presidente da Casa Grande Senado, sabem apenas quanto vão embolsar no próximo conchavo. Partidário.
Aqueles senadores esquecem fácil de que não são eleitos pelos interesses menores e mesquinhos de suas lideranças partidárias preocupadas com a próxima partição do butim pirata. Enquanto a educação em todas as suas instâncias está na mais evidente falência, o Presidente faz gracinhas em seus discursos cheios de picuinhas e ufanismo infanto-juvenil. Essa “democracia totalitária” (concentração de renda e privilégios. Impunidade) lembra a evidência do poder político demencial que assolou as instituições na Alemanha do III Reich.
Os poderes calaram e se curvaram aos interesses do totalitarismo oligárquico do partido alto do imperador do Maranhão. O grande líder do PC do Planalto afirma sem parar que o mensalão não aconteceu. “Nada foi provado”. O cuecão não aconteceu. A interferência delle no Legislativo não aconteceu. E há uma espécie de unanimidade mórbida entre aqueles políticos e juristas que deveriam respeitar os princípios constitucionais, sem os quais prevalece os interesse de uma oligarquia nefasta sobre os interesses do país.
Aquele grupo de políticos nefastos insiste em mostrar aos brasileiros brasileiros que quem manda no país são os interesses escusos da oligarquia do Maranhão. E não a Carta Constitucional que proíbe a censura aos órgãos de imprensa. Sem os quais a Constituição é apenas uma carta rasgada. E as leis são apenas instrumentos jurídicos para garantir-lhes a demência institucional e a impunidade.
Amanhã serão 40 dias de pano de boca inconstitucional que cala a liberdade de imprensa no jornal O ESTADO DE SÃO PAULO. Uma péssima referência política. Nacional e Internacional.