por Felipe Atxa em 9 de outubro de 2009 Opinião -
Cultura
O Mídia@Mais prossegue analisando filmes com forte inclinação esquerdista, o que costuma agradar a crítica cinematográfica, que finge não ver a manipulação ideológica em títulos como “Questão de Honra”.
7-Questão de Honra (A Few Good Men, 1992, dirigido por Rob Reiner)
COMENTÁRIO: Reprise constante nos canais a cabo, “Questão de Honra” é um dos mais perfeitos exemplos cinematográficos da ideologia “liberal” nos moldes da esquerda norte-americana – que parece ainda acreditar que a melhor forma de lutar por liberdade e direitos civis é apoiando regimes genocidas cuja única razão de existir é exatamente eliminar qualquer possibilidade de liberdade e direitos civis.
E não só isso: é um espetáculo grandioso de texto, imagens e interpretações. O roteiro, baseado em uma peça de teatro, constrói o drama a partir de algumas contraposições levemente esquemáticas, entre civilização e honra, justiça e autoridade, vida civil e vida militar.
O problema é que o filme também escolhe vilões claros, e estes aparecem todos identificados com valores tipicamente norte-americanos, que se opõem a valores pretensamente “humanísticos”, identificados com a universidade, o ativismo pacifista e – por que não dizer – a indefectível Cuba de Fidel Castro.
O personagem de Jack Nicholson (um coronel autoritário, conspirador, fascistóide, machista, paranóico e, obviamente, anticomunista) figura em qualquer antologia minimamente séria de “vilões inesquecíveis”. São dele as célebres frases “Você quer a verdade? Você não pode suportar a verdade!” (tradução livre), muitas vezes depois citada e imitada em outros filmes e programas de TV.
A resposta seria, certamente, “Não”: nem a esquerda, nem a crítica de cinema quer saber da verdade sobre Cuba ou qualquer regime similar.
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