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Roteiro_de_Filme_ou_Novela-->ADEUS À INOCÊNCIA - CAP. 46 -- 08/12/2011 - 20:41 (Edmar Guedes Corrêa****) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
ADEUS À INOCÊNCIA - CAP. 46


ÍNDICE
Capítulo(01) Capítulo(02) Capítulo(03) Capítulo(04) Capítulo(05) Capítulo(06) Capítulo(07) Capítulo(08) Capítulo(09) Capítulo(10) Capítulo(11) Capítulo(12) Capítulo(13) Capítulo(14) Capítulo(15) Capítulo(16) Capítulo(17) Capítulo(18) Capítulo(19) Capítulo(20) Capítulo(21) Capítulo(22) Capítulo(23) Capítulo(24) Capítulo(25) Capítulo(26) Capítulo(27) Capítulo(28) Capítulo(29) Capítulo(30) Capítulo(31) Capítulo(32) Capítulo(33) Capítulo(34) Capítulo(35) Capítulo(36) Capítulo(37) Capítulo(38) Capítulo(39) Capítulo(40) Capítulo(41) Capítulo(42) Capítulo(43) Capítulo(44) Capítulo(45)

46


Um vento forte na madrugada trouxe chuva ao amanhecer. Era uma chuva fina e gelada embora ainda estivéssemos no verão. A cabana nos protegia mas não impedia de gotejar em alguns pontos, fazendo com que nos espremêssemos onde não gotejava. Aliás, a fogueira teve de ser removida para o canto oposto ao da porta para não ser apagada por uma goteira que teimava em cair-lhe bem em cima.
Ana Paula, desde que os ventos se tornaram mais forte, não deixou ninguém dormir. Insistia com certa razão que a cabana não resistiria e seria levada, deixando-nos ao léu. Tive de tomá-la nos braços para acalmá-la. Embora sentir os seios desnudos dela colados ao meu corpo me causasse certa inquietação, a coisa não ficou mais séria porque a minha preocupação estava voltada às condições de Luciana. Caso precisássemos sair dali as pressas e embrenhas na mata – o que me causava um medo terrível só de pensar nessa possibilidade –, Luciana não teria condições de correr. Precisaria ser carregada. E esta tarefa caberia a mim.
Passamos umas duas horas quase imóveis ali. Na maior parte do tempo, ficamos em silêncio, como se não soubéssemos o que dizer. Talvez o medo e o pavor tenham sido a causa disso. Eu mesmo, que procurava na medida do possível acalmar as meninas, embora Luciana não demonstrava sentir medo, estava deveras assustado. Pensava na maior parte do tempo que, se aquela cabana não resistisse, teria de enfrentar os meus maiores temores e ir se abrigar naquela floresta. Aliás, não sei se seria capaz de enfrentá-la na escuridão. Embora não houvesse provas de existir alguém ali além de nós ou algum animal, ninguém seria capaz de me convencer do contrário. De mais a mais, a queda da cabana poria por terra todo o nosso trabalho, o qual teria de ser refeito. Por isso uma dezena de vezes prometi que a reforçaria. E cada uma das meninas não só concordaram comigo como inclusive prometeram me ajudar. Marcela inclusive chegou a dar algumas sugestões para torná-la mais resistente à tempestade.
-- Mas não acho que a gente vai precisar – disse Ana Paula convicta.
-- Por que não? -- indagou Luciana.
-- A gente vai sair daqui logo. Já, já vão encontrar a gente. Vocês vão ver.
-- Idiota!, eles pensam que a gente está morta – declarou Luciana em tom provocativo. -- Já pararam de nos procurar. Sabe quando vão encontrar a gente? Nunca!
Essas palavras levaram Ana Paula às lágrimas. Tive de interferir e consolar minha prima dizendo que Luciana estava fazendo aquilo só para provocar. Aliás, tive de repreender Luciana dizendo:
-- Se você não quer ajudar então não piore as coisas.
Ela calou-se e passou a maior parte do tempo silenciosa feito uma criança emburrada. Vez ou outra porém reclamava da posição e do pé machucado, mas fazia isso de uma forma como se pensasse alto, pois parecia falar consigo mesmo.
Quando finalmente a chuva deu uma trégua, sugeri buscarmos alguma coisa para comer. Não havia sobrado nada do dia anterior e, assim como eu, aquelas meninas deviam estar famintas. Ana Paula se prontificou a me acompanhar. Embora sabendo que Luciana não gostaria, ainda sim chamei Marcela para ir conosco. Disse que nós três apanharíamos uma quantidade de frutas num menor tempo e voltaríamos mais rápido, antes da chuva recomeçar, já que tudo indicava que o tempo ruim duraria pelo menos o dia todo.
Luciana atirou-me os olhos faiscantes quando a fitei. Não dei importância. Sabia que naquele momento ela não poderia fazer nada. Se ela ficasse com raiva, problema dela. A nossa sobrevivência vinha em primeiro lugar. Aliás, tal pensamento não me ocorreu. Apenas agi por instinto.
Seguimos em silêncio e pensativos ao longo da praia. Por fim, Marcela resolveu dizer alguma coisa.
-- Se em dois ou três dias ninguém aparecer, é melhor a gente pensar num meio de sair desse lugar.
-- Você também acha que eles pararam de procurar a gente? -- indagou minha prima.
-- Estou começando a ficar com medo de que isso tenha acontecido – declarou Marcela.
-- Eu também – concordei.
De fato eu já tinha perdido as minhas esperanças. Faziam uma semana e ainda continuávamos perdidos naquele fim de mundo. Por que ninguém passara por ali ainda? Era a pergunta que me inquietava. Por mais distante que estivéssemos do acidente, um navio, um barco ou mesmo um avião teria de ter passado naquelas redondezas, mas até aquele momento nada. Comentei este fato com as duas, mas também elas não sabiam responder.
-- Olha lá! -- disse Marcela, apontando, assim que chegamos – Bem lá na ponta! Duas goiabas.
Aproximamos e as observamos.
Eu havia apanhado algumas maduras no segundo dia naquele mesmo pé, mas não havia visto aquelas duas frutas amarelas, talvez porque naquele dia estivessem verdes e tenham passado despercebido.
-- O problema é: quem vai até lá – falei.
-- Eu vou – adiantou-se minha prima. -- Mas alguém vai ter que me ajudar a alcançar aquele galho.
Sem muito esforço eu e Marcela suspendemos Ana Paula e então ela pode continuar a subir sozinha. No entanto, não foi muito longe. Ficou com medo de seguir em frente e o galho quebrar com ela. De fato este era fino demais e provavelmente não suportaria o seu peso.
-- Algum de vocês vai ter que procurar uma vara para eu bater nelas – disse Ana Paula dependurada na goiabeira.
-- Espera aí que eu vou procurar – disse Marcela.
-- Eu também vou ajudar – falei.
Poderia ter ficado ali esperando, mas naquele momento vi uma oportunidade rara de ficar as sós com Marcela. Sabia que com Luciana por perto esses momentos seriam raros. E mesmo que não chegasse a beijá-la, pelo menos tentaria arrancar-lhe um abraço, o que já me deixaria satisfeito.
Afastamos alguns metros e entramos na mata.
Eu daria qualquer coisa para não entrar ali, mas meus sentimentos por Marcela foram mais fortes que o medo; talvez porque estar junto dela também era uma forma de protegê-la caso aquilo que imaginava estar escondido naquela mata aparecesse. Não sei o que faria caso algo realmente aparecesse. Talvez o temor e o instinto de sobrevivência falasse mais alto e eu acabasse saindo em disparada, deixando Marcela para trás. Contudo, tudo não passa de conjecturas. O amor é um sentimento cujo poder não pode ser mensurado.
Aliás, o que me impulsionava a estar junto dela além de meu amor eram seus seios, os quais atraíam a minha visão com sua nudez feito um ímã. Por mais que eu tentasse, não resistia em fitá-los. Se sabia que ela não estava me olhando, ou em minha direção, atirava-lhe os olhos e os contemplava, desejando-os. Mas era só ela mexer a cabeça e então eu desviava o olhar. De quando em quando isso não dava certo e ela me surpreendia. Então, minhas faces afogueavam e, envergonhado, eu me recriminava e prometia não fitá-los mais, promessa essa que não conseguia cumprir nem por cinco minutos. E de mais a mais como poderia me esquecer que já os tocara dias atrás? Desejava tocá-los novamente como fizera da outra vez, ainda mais que agora desnudos poderia senti-los em minhas mãos.
As sós com ela naquela mata, os meus pensamentos agitavam-se mais do que o mar sob uma grande tempestade. Os pensamentos que eu procurava evitar rompiam as barreiras da moral e da fé religiosa para fervilhar-me o sangue como numa caldeira quente, mais do que da outra vez; talvez porque agora eu me sentia mais corajoso em ir mais longe. Ela seguia à minha frente olhando de um lado para outro em busca de algo que servisse para Ana Paula alcançar as goiabas, mas eu, ao invés de fazer o mesmo, olhava para suas costas desnudas,.para seu traseiro e para suas pernas; e quando ela virava de lado, para seus seios. Queria tocá-los e acariciá-los; queria sentir Marcela nos meus braços, os seus seios roçando em mim enquanto a beijava. E esse desejo crescia em mim feito uma onda após um tremor de terra, levando-me ao desespero. Aliás, eu mal via por onde estava indo. No meu cérebro só a imagem de seus, mais nada.
Embora não estivéssemos longe de Ana Paula, a vegetação a impedia de nos ver. Então, incontido, aproximei-me de Marcela e toquei-a no ombro. Surpresa, virou em minha direção.
-- O que foi? -- perguntou.
Indeciso e trêmulo, tive dificuldade para balbuciar:
-- Posso te dar outro abraço?
Fez-se um breve silêncio, o qual pareceu uma eternidade. Nesse ínterim pude notar certa indecisão. Ela parecia reticente em dar um passo em falso, embora parecesse também desejá-lo, talvez com medo de que dessa vez não a respeitasse. Entretanto, eu sabia que embora ela não estivesse apaixonada por mim – pelo menos ainda não – procurava ser simpática e carinhosa feito uma jovem que se abre para o amor.
Dei mais um passo e parei diante dela, tão próximo que quase se podia sentir a sua respiração. Ela me fitou nos olhos e sem dizer palavra estendeu os braços.
Embora não tenha sido o primeiro, foi um abraço inesquecível, uma sensação que eu precisaria de páginas e páginas para descrevê-la. Mas isto fica para o próximo capitulo.


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NÃO DEIXE DE SER CRIANÇA – Será publicado num livro didático pela Editora do Brasil de São Paulo.
SER ADOLESCENTE É(1)... - Foi usado num video produzido pela ONG Instituto Mamulengo Social de São José dos Campos - SP que trabalha com adolescentes.
É POR ISSO QUE TE AMO – Parte de texto foi usada numa campanha publicitária em Belo Horizonte.
O DIÁRIO DE ANA CARLA – Como o próprio título diz, é a versão da personagem Ana Carla da história A MENINA DO ÔNIBUS. Recebi um convite da Editora Soler de Belo Horizonte para publicá-lo em livro. A obra completa já está quase pronta. Aliás, estes dois textos me renderam até agora mais de 100 emails elogiosos.
APRENDA COM TEUS ERROS – Usado pela professora Isabela no colégio IPEI em João Pessoa -PB
ELA É MINHA VIDA – Gravada por "POLEIRO" em Portugal.
NÃO DEIXEM MORRER AS FLORES – Selecionado e Lido no prgrama "AGITO GERAL" da RÁDIO GLOBO pelo comunicador DAVID RANGEL
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