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Roteiro_de_Filme_ou_Novela-->ADEUS À INOCÊNCIA - CAP. 47 -- 01/03/2012 - 08:23 (Edmar Guedes Corrêa****) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
ADEUS À INOCÊNCIA - CAP. 47


ÍNDICE
Capítulo(01) Capítulo(02) Capítulo(03) Capítulo(04) Capítulo(05) Capítulo(06) Capítulo(07) Capítulo(08) Capítulo(09) Capítulo(10) Capítulo(11) Capítulo(12) Capítulo(13) Capítulo(14) Capítulo(15) Capítulo(16) Capítulo(17) Capítulo(18) Capítulo(19) Capítulo(20) Capítulo(21) Capítulo(22) Capítulo(23) Capítulo(24) Capítulo(25) Capítulo(26) Capítulo(27) Capítulo(28) Capítulo(29) Capítulo(30) Capítulo(31) Capítulo(32) Capítulo(33) Capítulo(34) Capítulo(35) Capítulo(36) Capítulo(37) Capítulo(38) Capítulo(39) Capítulo(40) Capítulo(41) Capítulo(42) Capítulo(43) Capítulo(44) Capítulo(45) Capítulo(46)

Embora os fatos narrados aqui façam parte de um passado distante, o que de certa forma acaba comprometendo a veracidade de uma coisa ou outra, uma vez que que a memória humana tem o dom do esquecimento e sem o qual a vida se tornaria insuportável (pelo menos assim penso), muita coisa – principalmente alguns fatos marcantes – ficou gravada tão profundamente que o tempo não foi capaz de apagá-las. Aliás, para um garoto feito eu, passando por uma experiência daquelas, cuja maioria provocavam-me sensações que até então não havia experimentado, não poderia deixar de mantê-las vivas na memória ao longo de todos esses anos.
Se por um lado a imagem de tio Jamil tenha me desaparecido quase que completamente da lembrança, feito uma fotografia que vai se apagando com o tempo embora fizessem poucos dias desde o naufrágio, por outro aquele abraço e os atos que desencadeou mantêm-se tão vivos como se tudo ocorresse no exato instante em que escrevo estas palavras. Obviamente ela não está aqui para dividi-los, pois como o amigo leitor saberá no futuro, a ilha acabou sendo sua última e eterna morada. De forma que só me resta confiar na lembrança para contar o que se passou.
Por um momento cheguei a temer que ela não aceitasse o meu pedido. No entanto, quando estendeu seus braços, abracei-a fortemente. E o contato de seu corpo no meu provocou-me sensações indizíveis, as quais me deixaram profundamente confuso. Algo parecido já havia me ocorrido, mas não naquela intensidade. Aliás, não desejava mais do que aquele abraço. Só de tê-la nos meus braços me deixava satisfeito, porque eu sabia que estava apenas dando mais um passo para tê-la em definitivo, mais até do que o que dera dias atrás..
Não posso afirmar de forma convicta, mas acredito porém que meu estado de afetação acabou por envolvê-la. De repente nossos rostos se afastaram e os olharem se cruzaram sem saber o que de fato procuravam. Talvez tenham sido aqueles olhos fixos nos meus, e que pareciam tentar adivinhar quais eram as minhas verdadeiras intenções, que me hipnotizaram, que me fizeram refém dos instintos, os quais, numa batalha intensa, empurraram-me os lábios na direção dos dela.
Se Marcela não estivesse inebriada, talvez teria feito como fizera antes e em pedido para apanharmos o galho e voltarmos para junto de Ana Paula. Porém não foi isso que ela fez. Pelo contrário: deixou que seus lábios buscassem os meus. E numa intensidade de sensações, nós nos entregamos ao mais delicioso beijo que já experimentei. Um beijo longo e apaixonado, muito diferente daqueles que trocara e que viria a trocar no futuro com Luciana. E até mais intenso que da primeira vez em que a beijei, talvez porque agora não havia toda aquela tensão que quase sempre impede que aproveitamos as sensações de uma primeira vez. As mais diversas reações ocorreu-nos. Digo “ocorreu-nos” porque Marcela, pela primeira vez, entregou-se completamente àquele beijo envolvendo-me e apertando-me contra si, como se quisesse dissolver-se em mim ou que eu me dissolvesse em si para formarmos um corpo só.
Numa reação natural e impensada, provavelmente fruto de algum instinto que acabara de dominar os demais, escorreguei-lhe uma das mãos pelos quadris e esta foi subindo até encontrar-lhe o seio. Apalpei-o. Porém sem o temor que me invadira no outro dia. Mas isso não provocou o fim do beijo. Nossos lábios mantiveram-se colados embora o toque no seio dela me fizesse ter consciência de acariciá-lo, o que fez com que minhas sensações fossem divididas em duas experiências simultâneas. Como uma sensação só pode ser experimentada com toda a intensidade quando todas as demais são anuladas, a reação a uma nova acaba inevitavelmente anulando ou reduzindo consideravelmente os efeitos da primeira. E apesar do beijo ter-me causado um prazer incapaz de ser medido pouco antes, a carícia no seio acabou não só me fazendo ter consciência de que a beijava como a acariciava, permitindo-me escolher entre um e outro para o qual desviar minha atenção. E então pude pensar, coisa que não fizera desde o momento em que senti seu beijo, e concluir o melhor a fazer para que ela não me fizesse parar. O beijo prosseguiu embora eu desejasse findá-lo e então chupar-lhe o mamilo, o qual me daria muito mais prazer.
Há uma corrente de pensadores que afirma que o ato mais racional não passa de fruto dos instintos, os quais numa luta constante, acaba por refletir em todos os nossos atos. Não sei até que ponto isso é verdadeiro, pois aquele período na ilha ensinou-me muito sobre o homem e a vida, talvez mais do que todos os livros. E ali eu aprendi que todas as tentativas de explicar a vida não passam de desperdício de tempo, pois há coisas que não podem ser explicadas da forma que ainda se faz hoje em dia. A vida é uma sequência de acasos, os quais são apenas um instante na eternidade. Não tem objetivo algum diferentemente do que nos ensinam as religiões. Não se vem e não se vai para lugar algum. E embora nos consideramos superiores a todos os demais seres vivos – inventamos inclusive uma alma para melhor suportarmos o fato de que iremos morrer – somos bem mais macaco do que admitimos. Portanto, o predomínio dos instintos me leva a crer que o pensamento só ocorre quando um instinto o estimula. Sendo assim, tenho de admitir que o pensamento de tocá-la no meio das pernas não surgiu por acaso. Possivelmente a excitação sexual tenha me feito pensar em praticar tal ato afim de obter o prazer, pois o prazer é o que todo instinto busca. E então, num ato quase involuntário, minha mão soltou-lhe o seio e escorregou-lhe até o meio das pernas, onde a parte do biquíni mal cobria.
Foi um ato rápido. Coisa de segundos. E então toquei-a naquela parte do corpo que ela fazia o possível para manter-se coberta. Aliás, não sei se o leitor ainda se recorda que Marcela perdera a parte de baixo do biquíni e portanto ali, cobrindo as suas vergonhas, encontrava-se a parte de cima. Por isso não tive a menor dificuldade em introduzir a mão por baixo do pano depois de certa relutância não só pelo temor de que ela se ofendesse como também por ter consciência de estar fazendo algo errado e -- como acreditava na época – cometendo um grave pecado.
Minha mão fê-la interromper o beijo. Por um instante cheguei a pensar que fosse se zangar e mandar-me tirar a mão imediatamente. No entanto, sem me fitar, talvez por timidez, tombou a cabeça sobre meu ombro e deixou que eu continuasse embora, com a mão trêmula, eu não soubesse exatamente como proceder. Ocorreu-me somente de tentar introduzir o dedo entre os grandes lábios, o que não consegui devido a tira que prendia e mantinha unida os dois pedaços de pano que anteriormente cobriam-lhe os seios. Nervoso e afoito como um garoto inexperiente que ao ser levado a um prostíbulo para a sua primeira vez tenta ocultar esse fato da prostituta procurando penetrá-la o mais rápido possível mas sem sucesso.
E talvez eu até tivesse conseguido se não chegasse aos nossos ouvidos os gritos de Ana Paula para nos apressarmos que não ia ficar trepada na goiabeira o dia inteiro a nossa espera. Marcela levantou a cabeça e então me encarando disse:
– Chega! Vamos voltar.


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NÃO DEIXE DE SER CRIANÇA – Será publicado num livro didático pela Editora do Brasil de São Paulo.
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É POR ISSO QUE TE AMO – Parte de texto foi usada numa campanha publicitária em Belo Horizonte.
O DIÁRIO DE ANA CARLA – Como o próprio título diz, é a versão da personagem Ana Carla da história A MENINA DO ÔNIBUS. Recebi um convite da Editora Soler de Belo Horizonte para publicá-lo em livro. A obra completa já está quase pronta. Aliás, estes dois textos me renderam até agora mais de 100 emails elogiosos.
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ELA É MINHA VIDA – Gravada por "POLEIRO" em Portugal.
NÃO DEIXEM MORRER AS FLORES – Selecionado e Lido no prgrama "AGITO GERAL" da RÁDIO GLOBO pelo comunicador DAVID RANGEL
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