Nos últimos tempos não se viu um filme de suspense que superasse "A Outra Face", de John Woo.
Apesar da violência que integra os filmes policiais, e existindo hoje inúmeras películas no mundo afora, a trama deixa qualquer autor famoso surpreso com a sequência lógica e com os efeitos especiais que o diretor empresta, com maestria, às cenas apresentadas.
É inegável que o nosso Brasil é rico artisticamente e não precisa importar talentos.
Mas "fazer filme" ainda fica com os americanos e com orientais criativos na terra do "Tio Sam".
Pequenas coisas são espetaculares quando bem usadas. Woo gosta de "olhos nos olhos", atores andando e se virando em "câmera lenta", "flashbacks",mocinho usando casacões pesados ou sobretudos e armas modernas, visíveis em todos os sentidos, com um "clique" bem peculiar na hora de acionar o gatilho...acompanhado de um musical bem escolhido e apropriado. Tudo isso e mais a elegância dos protagonistas que extrapolam charme e beleza são apenas "adereços"de cena. Inteligente mesmo é o enredo. A idéia da troca de faces é genial, porém muito mais emocionante é o momento em que Castor Troy (com o rosto do policial e assessor do Chefe do FBI, John Travolta) entra na cela para visitar Sean Archer (com o rosto de Nicolas Cage). Nesse momento crucial Archer sabe que todo o plano para pegar o assassino de seu filho foi por água abaixo, que seu segredo fora descoberto, que todos os amigos que sabiam a verdade estavam mortos e que sua família corria perigo de vida. E para completar, seu destino estava traçado: nunca mais sairia daquela prisão.
O telespectador não vislumbra uma saída. A partir daí, o mistério e a expectativa é algo devastador! A lógica e o fenômeno da criatividade conduz a trama para um caminho somente imaginado.
O resultado é esta obra-prima de ação e suspense!