"O homem Que Só Era Visto De Costa"
KaKá Ueno...08 08 02.
Curta metragem.
Todos os direitos reservados...
Este roteiro, já foi gravado documentado.
O chapéu de palha furado...
O fundo, metade arrancado:
Às laterais esfiapada.
À calça de algodão cru,
arregaçado até o joelho...
Camisa caqui amassada...
Desbotada e manchada.
Pela estrada ele foi...
Sumia vereda a dentro:
Cortando os cipós,
que se entrelaçavam...
em víeis,
às veias do braço forte.
Ele sempre ia,
nunca voltava...
Desaparecia mata a dentro:
Cicatrizes e aranhões,
nas costas e no pescoço.
Pode ser que houvesse no rosto...
Porém nunca fora visto.
Alto e magro,
de postura ereta,
Um coturno velho de couro...
na sola, vestígios de barro seco.
Tirara, na ponta do facão:
Um dia a lama era preta...
Outra vez era vermelha.
Às pegadas indicavam,
para onde ele ia...
Depois desaparecia,
na escuridão do mato;
Na quebrada da encosta,
o vento soprava forte...
Nas noites sem lua...
De frio e muito vento,
via-se nuvens de fumaça...
Um clarão e o estalar,
da fogueira que queimava.
A noite era um breu...
Bem antes do sol raiar,
quem passasse por lá,
não haveria de encontrar...
Apenas às cinzas molhada,
das chamas que iluminava.
O clarão de uma tocha,
caminhava lá adiante...
Parecia andar sozinha.
Quanto mais se adiantava,
mais ela se apressava.
Esta era a visão,
de quem tentava aventurar-se,
na descoberta do mistério...
Ouvia-se o piar,
o roncar dos animais...
Alguns choravam de frio:
Outros de solidão.
O silêncio e o sossego,
calava a voz,
de quem passava por lá.
Os olhos atento dos animais:
A tudo assistiam...
Cada passo que era dado,
quebrava às folhas secas.
O som e os ruídos...
E o segredo do homem que desaparecia...
Estava por um triz.
Ele dava a volta na colina,
e antes que amanhecesse...
E que alguém percebesse:
A tocha era apagada,
ninguém mais via nada...
E ele continuava sua jornada.
KaKá Ueno...08 08 02.
Curta metragem.
Todos os direitos reservados...
Este roteiro, já foi gravado documentado.