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Roteiro_de_Filme_ou_Novela-->SANTIFICAR AS FESTAS -- 17/08/2002 - 21:21 (COELHO DE MORAES) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
SANTIFICAR AS FESTAS
- baseado na obra de DAVID VIÑAS –

personagens: Beatriz e Constâncio


( Mulher sensual. Sai do banho envolta em toalha. Cabelo molhado. Toma o telefone em seu quarto. Disca. )
Beatriz: Alô! Sou eu. Sua Beatrizinha! Fica sabendo que passarei a Noite de Natal com você. ( desliga e toma um ar sonhador e meio maroto ).
( Constâncio está de costas sentado em uma poltrona. A luz predominante é de abajur. Toca-se a campainha. Ele vai se acercar da porta.)
Constâncio: Quem é?
B: Sou eu. Pode abrir! ( Beatriz entra, expansiva, e traz pacotes ). Desculpe pela demora. ( e dá-lhe beijos de periquito, sapeca. Deixa os pacotes sobre a mesa ).
B: Trouxe presentes e alguma comidinha. ( B é muito sorrisinhos, simpática, agrada-lhe o mundo e as coisas como estão. Vai retirando o material dos pacotes ). Comidinhas de Natal. Champanhe. Nozes, avelãs. Cuidado com este que é a sidra. Uma bebidinha. Coisinhas para agradar você. ( ela se aproxima de Constâncio. Lábios muito pintados. Foi ao espelho e se aprumou toda chacoalhando os cabelos. Um ar alegre, juvenil, e sincera no tom de fala ).
B: Hoje estaremos juntos. Santa Terezinha. Nós doisinhos. ( enquanto toca as sobrancelhas de Constâncio, um tanto séria ). O menino Jesusinho. Será uma excelente e santa noite para nós dois.
( Corte ).
( Constâncio, com tomada às suas costas, entra na Igreja e vê B rezando com um devocionário branco. Ela o olha como impressionada, já apaixonada ).
( Retorno à casa. Beatriz se dobra sobre Constâncio. Ele acaricia seu rosto. Ela beija sua mão. Ela se levanta e abre sidra, servindo aos dois, com um sorriso. Ela se aproxima e dá beijos no rosto do Constâncio. Ele se diverte, mas não se envolve muito com essa brincadeirinha. Esse tipo de beijo ela dá sempre. No meio das conversas, de modo geral . Esses beijos se transformam em beijos intensos ).
B: Quero contar algumas coisas para você.
C: Que coisas? Olha que não temos muito tempo.
B: Já vai ver, impaciente. ( sentou estrepitosa no sofá e fez sinal para que C se sentasse ao seu lado ). É para que você se sinta em família.
C: Você vai me falar se seus filhos?
B: Não! Mas, se você não se sentar, obedecer direitinho, aqui ao meu lado eu não conto coisa alguma. ( fingindo de amuada. C obedece. Ela volta a beijá-lo e de vez em quando olha como se fosse contemplar uma obra. Limpou um pouco do batom do rosto de C. Tomou a mão esquerda de C. A cada assunto que ela fala ela pega um dedo da mão de C, como a marcar capítulos. A cada dedo ela beija. ).
B: Você precisa ver os globinhos prateados que enfeitam as vitrinas de Natal. São tal lindinhos. A cidade fica diferente. As lojinhas se tornam festivas!
B: Mas você precisa ver a carinha dos que fazem compras. Quanta alegria. Quanto sentimento. Natal é mesmo uma festinha muito mágica, não é Constâncio! Árvores coloridinhas. Guirlandas! ( o olhar de B se perde, pensativa. C olha o relógio )
B: Comprei muitos presentinhos com papéis vermelhos. Aposto que você vai adorar. São mimos, regalos, lembranças. A família vai ficar felizinha e nós também, com certeza. ( voltou a beijar o dedo inicial, com um pouco mais de veemência. Quando ela tomou o indicador e o levantou observado-o atentamente... ).
C: Não quer beber alguma noutra coisa?
B: Claro. A você eu não posso negar nada. Muito menos em um dia como hoje. ( Se serviu de um copo de sidra ).
B: Você não toma nada?
C: Claro. Mas só tomo do seu copo. Quero saber seus segredos.
B: E você... tem segredos?
C: Acho que não! Eu me sinto até um pouco inumano... um tanto vazio... quase que estou me obrigando a inventar um segredo qualquer para contar...
B: Meu filhos são dois... ( B se ajoelha sobre o sofá, cruzando as pernas, sem muito cuidado e muita displiscencia ) Beatriz ( como eu mesma ) e Constâncio... ( B olha para ele com cumplicidade ).
C: Você não acha muito estranho, repetir os nossos nomes?
B: Mas, o meu filho nasceu muito antes de nos conhecermos. Foi mera coincidência. ( corte para expressão do C, a olhá-la ). Acho que não tem nada de mais. Ele foi assim chamado em homenagem a um escritor Uruguaio. Minha mãe que sugeriu. Meu pai deu seu apoio... então... ( bebe um pouco de sidra )
B: Quero ver o rostinho de Beatrizinha quando ver o que lhe comprei.
C: O que terá sido?
B: Uma calça jeans. ( enquanto fala toma goles de sidra ) A pequetita vai adorar. Com essa calça ela poderá pular, brincar, rolar pelo chão, pois é feita de um tecidinho grosseiro que aguenta todas as traquinagens das crianças. Você sabe, serve para o batente... o dia a dia... para as crianças é muito boa... uma calça porcaria você bem conhece...
C: E a Lúcio?
( B se alarma um pouco. Uma pausa como corte ).
B: O que ocorre com ele?
C: Nada. ( meio tímido ). Nada importante. Somente queria que me contasse o que escolheu para dar de presente a ele.
B: Prefiro não falar disso, agora. ( ela toma o dedo polegar do C. Segura envolvendo com u’a mão. Com o dedo da outra mão passa levemente sobre a ponta do polegar de C que sobrou. Leva para os lábios. Beija a ponta do dedo. A ponta da língua passa pela ponta do dedo. Dá uma mordidinha. C põem o braço sobre o ombro de B. Nisso ela quase engole o dedo ) .
B: Eu disse a Lúcio que quero a educação das crianças como Deus quer. E isso só se pode conseguir na Escola Nacional. O ensino é melhor. Os professores são mais preparados ( enquanto isso C põe a mão sobre o seio de B. Ela começa a arfar um pouco. Pausa. ) Afinal, o monsenhor Andrea está com umas idéias meio antiquadas. Muita gente já pensa duas vezes em colocar seus filhos naquela escola de madres e padres e um monte de coisas que parecem modernas, mas é só na aparência ( B olha C meio lânguida enquanto fala. C tenta abrir a blusa de B. que não deixa de falar ) Os editoriais da revista Critério, sinceramente, sempre apoiam as novas maneiras para educação de jovens. É impossível aguentar as idéias de Monsenhor Andrea. Ele e o juíz agora deram para se encontrar em alguma coisa como uma fraternidade de escritores. É seda rasgada para todo lado, e favores trocados sem nenhum pudor ( C afaga B. Se olham enamorados ).
C: Um pouco mais?
B: De sidra? Sim... ( ela se levanta, blusa entreaberta, pega outro copo, C leva a mão para apagar o abajur ).
B: Quer um pouco de sidra, também ? ( pausas sôfregas)
C: Estou pensando... ( a luz se apaga )... Já já eu digo para você o que eu quero.
( Sussurros ).
B: No escurinho?
( Pausa enquanto ela se aninha sobre C, com copo e tudo )
B: ... uma blusa estupenda...
C: Você mesma comprou?
B: Sim.
C: Azul?
B: Não... com florinhas amarelas... e as rosas douradas se vão convertendo em manchas quase brancas que cobrem meus peitos.( pausa ) Uma florinha nas costas... outra mais escura que termina debaixo da cintura. ( carícia e carícias e carícias, enquanto se fala ) comprei calça jeans muito forte apara as Beatrizinha ( ela dirige a mão de C para onde ela quer que vá ). Muita sidrinha para alterar as consciências, mas não muito. Não muito... ( arfante, ela se apoia sobre C. Fazem sexo, sem tirar a roupa, enquanto ela enche o ar de diminutivos ) Meu menino... meu amorzinho... molhadinho... durinho... ( no final, enquanto se apoia sobre o peito de C, B fala... )
B: Meu querido... ( finalizando o ato. Pausa. talvez uma canção natalina curta ).
B: Não quero chegar tarde em casa.
C: Faz bem. ( ela o cobre com uma mantilha ).
B: Vai se sentir muito sozinho?
C: Agora não mais.
B: Se quiser comer algo as comidinhas ficam aí. Está bem?
C: Sim, sim. Obrigado.
( beijo leve. C semicerra os olhos como se dormisse. Ela se arruma e sai, dando um último olhar à porta. C olha o relógio. Foi ao banheiro, lavou o rosto, se arruma olha uma foto do Papa. C de cenho franzido. Sai. Passa pela portaria. )
Porteiro: Já vai à Missa do galo, padre Constâncio?


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