TRINTA E SETE NOITES DE PAIXÃO
Roteiro de Coelho De Moraes, baseado na obra de Dalton Trevisan
Personagens: Maria e João e pais de M, e o padre
CENA 1
( Noite na cama, João está tentando transar com Maria. Passam os créditos. Ele geme e meio que chora e sai de cima)
J: Não, não dá.... eu não posso... só pode ser por que sou virgem...
M: Mas... eu também sou...
J: e o meu fracasso é de tanto amar você...
M: Vamos continuar tentando... (ele tenta subir nela) ... amanhã... tá bom?
CENA 2
(37 dias depois)
M: E se a gente vivesse como irmãos?
J: Noivos sempre virgens?
M: Isso. Dormiríamos com a luz acesa, de mãos dadas. (ele sobe para cima dela, tenta arrancar a roupa , começa a bufar) Cuidado meu bem.. você pode ter um troço... ( ele começa a desistir, sai de cima dela , vai ao banheiro, se molha inteiro).
J: Que desastre, meu velho! (chora) Você é um fiasco! (para de chorar. Repara que tem olheiras.) Hm! Pareço um daqueles galãs tristes e sofridos. (idéia) E se eu abordá-la na rua, igual putinha e leva-la para um hotel suspeito...
CENA 3
(Abordagem na rua. Ela tímida no começa, seguem para a cama, ela está arfando, ele está tentando aí ele bate na cama e senta-se)
J: Você tem que me chamar de Dr. Paixão.
M: Eu me esqueci.
CENA 4
(Várias tomadas seguidas. Ele lê um texto pornô. Assistem filmes pornô, na cama a luz da rua, o pingo da pia, o ranger da cama, o pássaro cantando, tudo é motivo para tirar a sua concentração. Ele fecha os olhos e pensa em joelhos de senhoras, batinas de padres, bigodes de professoras e nada).
J: Eu não posso entender... enquanto era noivo eu não conseguia dormir de tanto tesão! Eu não consigo me concentrar. (passa a beijar a mulher enquanto fala) Alma minha gentil que te partiste...Minha terra tem palmeiras onde canta o sabiá... (e morde o peito da mulher. Então por trás dele Deus aparece e o acusa, em meio à fumaça).
D: Que vai ser de você, João?
J: (subitamente ele se levanta na cama) O que vai ser de mim? (no entanto, Maria está resfolegando de desejo, meio molhada de suor, bonita, arfando o peito, ela o quer, morde os lábio, baba, se acaricia e ele nota) Sua cadela! Você me dá nojo! (ela começa a chorar, de lado na cama) A culpada é você!
M: Culpada eu? Coitada de mim, João.
J: Você não sabe nada – é uma burra!
M: E como que eu podia saber, meu Deus... eu ainda sou virgem...
J: Que mania de falar em Deus! Por isso é que eu... Não fale agora... fique bem quieta. (Maria cerra os olhos) Abra os olhos. Diga que está louca por mim.
M: Eu estou louca por você!
J: Agora gema.
M: (geme)...
J: Grita bem alto!
M: (grita)...
J: Maldita! Você m,e desgraçou.... era para gemer bem alto... bem alto!
CENA 5
( Pais de M. Reunião familiar. Pai fala)
P: O senhor tem mais uma semana para resolver o problema dela. Ela se casou nem quero saber dela voltar intacta para essa casa. (olham-se) Será você não é pederasta?
CENA 6
(Muita tentativa de sexo de tudo quanto é jeito até que, numa posição de quatro, segurando a barriga de M)
J: Está dando certo... está dando certo... ele vai ficar duro...(desiste) a culpa é da megera da sua mãe.
M: Minha não tem nada a ver com isso...
J: É não tem mesmo... você é que frígida, lésbica, ninfomaníaca...acho melhor a separação por que eu estou ficando louco... louco!
CENA 7
( J saindo de casa, trancando a porta e ela do lado de dentro tentando sair e dando as costas tristemente para a porta, vindos a escorregar para o chão. Lá fora ele joga a chave para cima e a guarda, olhando para a casa).
CENA 8
(Cena constante. No mesmo dia ele volta e faz menção de que trouxe o jornal. Ele volta com o padre para benzer a casa e dá sorrisinhos para a M que nem dá trela. Ela sempre faz outra coisa. Lê revista, procura roupa. Ele traz uma caixa de morangos. Traz uma garrafa de vinho: ela recusa).
CENA 9
(Nova tentativa. Nada rola. Mais tarde ele acaricia o corpo nu da mulher e se masturba. Acende a luz, a acorda, beija-a de ponta a ponta membro por membro em close enquanto ela goza um pouquinho e cospe nela três vezes no rosto. Tenta bater nela mas ela foge para o banheiro.)
CENA 10
(Ela fazendo as malas ele surge à porta do quarto).
J: E se a gente fizesse um pacto de morte. (M não dá ouvidos).
CENA 11
(Um dia se encontram na rua. Ela está com a mãe. Ela se dirige a ele. Ele treme. De repente ele olha para a sogra e indo na direção dela, ele a beija ardorosamente e rola com ela pela calçada. Numa tomada à distância vê se que a moça tenta separá-los a guarda-chuvadas).