Seq. 01 : O menino endiabrado :int/dia
Uma casa em meio à um bairro de classe média, se silencia ao som daquela criança. Uma garagem de frente para a rua, com um carro estacionado de ré.
O menino Lucas, em um ato de molecagem, entra na garagem de sua casa. Sua expressão é de extrema cautela, pois o lugar fora proibido por seus pais, por ser perigoso. Ele se aproxima do carro, e logo escuta as vozes de sua mãe e de seu pai.
“Luquinha, vê se não vai na garagem... Cê pode fazer dodói.”
“Meu filho, na garagem não pode ir porque têm o carro do papai lá.”
Um garoto como Lucas não dá ouvidos à proibição. Vê naquilo um convite ao inesperado. Mesmo diante à tantos pedidos e apelos, ele brinca despreocupadamente com seu reflexo na porta do carro. Ele alcança a maçaneta do carro e abre sua porta. Luquinha se sente compelido à entrar em seu interior. A porta se fecha atrás dele.
Seq. 02 : O mundo iluminado :int/dia
Assim que a porta se fecha por detrás de Lucas, o carro se move como se o próprio infante o dirigisse.
Lucas mantém a situação sob controle se esforçando no volante.
O Carro quase atropela um transeunte que passeava com seu cãozinho.
O pedestre se irrita com o garoto.
O carro sobe em cima do canteiro do vizinho, destruindo as flores. O vizinho se enerva com o moleque, saindo em disparada perseguindo o carro.
O carro continua seu trajeto em direção de várias crianças que brincam na calçada da rua.
As crianças se assustam e correm para o lado, as maiores carregam as menores no colo, ou mesmo os arrastam pelo asfalto.
O carro inicia uma subida aso céus, numa viagem intergalática.
Enquanto Lucas está cada vez mais absorto por suas brincadeiras ao volante, algumas vozes de adultos chamam sua atenção. São vozes adultas, mas não reconhece sua mãe, e nem mesmo seu pai, nelas.
“Menino desce daí !!!!!”
Seq. 03 : Na garagem :int/dia
Lucas volta sua atenção para dentro do carro.
Ele olha através do párabrisa e vê o transeunte com o cachorro, o vizinho enfurecido e as crianças mais velhas com porretes nas mãos.
Lucas desce do carro aprêenssivo com as pessoas contra ele.
“Você não tem vergonha ?”
“Você quase me matou !”
“Cadê seu pai e sua mãe ?”
Lucas ficou perplexo com o resultado de sua própria traquinagem. Mesmo sabendo que iria perder vários privilégios, e até mesmo ficar de castigo, conservou o sorriso em seus lábios.