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Roteiro_de_Filme_ou_Novela-->Ofélia -- 12/04/2000 - 01:49 (Joao Camilo Campos Oliveira Torres) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Personagens: Cybele(mulher, jovem, rosto pálido, olhos claros, cabelos lisos, castanhos claro), Angelo (adolescente ,cerca de 19 anos), Mãe de Angelo ( cerca de 50 anos), Pai (cerca de 50 anos), Cinthia, namorada de Angelo (adolescente, cerca de 19 anos, jovem, bonita).Casal de namorados ( jovens, comuns), Outro casal de namorados, Legista, Policiais (cinco diferentes), Zelador do Cemitério (senhor de cerca de 50 anos).
Cenários: Cidade do interior do Brasil, pequena. Cachoeira, águas claras, transparentes, cercada de mato formando uma clareira aonde pessoas podem ficar quando nadam. Casa de Angelo, casa simples, um andar, uma varanda com cadeiras.
Primeira cena, na cachoeira: Cybele esta tomando banho em uma cachoeira, no meio do mato. Angelo caminha pelo mato pelo outro lado. Escuta um barulho e se vira. Vê Cybele, que não o percebe, na cachoeira. Angelo se oculta e fica observando Cybele, impressionado com a beleza dela. Angelo fica alguns minutos observando Cybele.
Segunda cena, interior da casa de Angelo: Durante à noite, Angelo chega em casa. Entra na casa pelos fundos e encontra a mãe trabalhando na cozinha. Enquanto Angelo para, pega alguns biscoitos no armário e come, conversa com a mãe.
Mãe: Angelo, é você
Angelo: Sou eu mãe...
Mãe: Viu o seu pai?
Angelo: Não.
Mãe: Aonde você estava?
Angelo: Na outra cachoeira ,a mais longe
Mãe: Estava com a Cinthia ?
Angelo: Não ,ela não passou aqui?
Mãe: Passou, logo depois do almoço. Achei que ela encontrou você...
Angelo: Não encontrou não . Depois eu falo com ela....
Terceira Cena, na cachoeira: Angelo esta escondido no mato, Cybele aparece pelo caminho do outro lado. Estende a toalha, tira o vestido, fica com roupa de banho, nada, deita na toalha. Angelo permanece observando, durante algum tempo.
Quarta cena, na casa de Angelo: Noite. Angelo esta na entrada da sua casa, abraçado com Cinthia.
Cinthia: Aonde você estava a tarde?
Angelo: Por aí...
Cinthia: Sua mãe disse que você estava na cachoeira...
Angelo: Talvez...
Cinthia: Com quem você estava lá?
Angelo: Com ninguém.
Cinthia: Ficou lá a tarde inteira, sozinho ?
Neste momento Cinthia se desencosta de Angelo, saindo do seu abraço, e se vira para Angelo, encarando-o de frente.
Angelo: Talvez...
Cinthia se levanta irritada. Cruza os braços.
Angelo: Ei pode parar com isto...o que deu em você...
Angelo estica levemente o braço, ameaça se levantar da cadeira, mas parece desistir.
Cinthia: Esta historia está muito mal contada.
Angelo: Não estou entendendo...
Angelo se encosta na cadeira, relaxa, coloca os braços por detrás da cabeça, gira os olhos em sinal de desgosto.
Angelo: E onde você estava a tarde inteira, por que você não foi ate lá?
Cinthia: Eu estava com o pessoal, na pra...
Cinthia se vira irritada, descruza os braços, mãos na cintura.
Angelo: Viu quem deveria justificar alguma coisa aqui?
Cinthia: Ei, o que você esta tentando fazer... eu nunca dei motivos para...
Angelo: Como não? E aquela vez no dia da independência, quando ninguém conseguia achar você.
Angelo se inclina para frente falando, conta nos dedos enquanto parece enumerar a “infidelidade” de Cinthia.
Cinthia: Você sabe que...
Angelo: Eu só sei que você esta me cobrando muito, a troco de pouco.
Cinthia: A troco de pouco, como...
Angelo: Essas suas cobranças estão me cansando muito.
Cinthia: Cobranças? Nós estamos juntos a mais de dois anos, eu tenho certo direito de cobrar algo.
Cinthia está irritada, mãos na cintura, se inclina para frente acintosamente.
Angelo: Se você realmente gosta de mim, sabe que não tem por que cobrar coisa alguma.
Cinthia: Se eu gosto? Você sabe...
Angelo: Já disse não sei de nada.
A Imagem se distancia, sem som. Os dois continuam gesticulando e discutindo durante algum tempo, Cinthia se levanta e sai da casa. Angelo permanece parado, sentado na sua cadeira.
Quinta cena, cachoeira: Cybele deita na pedra sobre a toalha. Molhada, usando um maiô. Escondido Angelo fica olhando.
Sexta Cena: Angelo e o Pai estão no carro. Pai dirige.
Pai: O que houve com a Cinthia?
Angelo: Nós brigamos.
Pai: A troco de que ?
Angelo: Ela esta muito estranha.
Angelo esta com o rosto voltado para a janela, sem olhar para o pai.
Pai: Estranha como?
Angelo: Estranha. Cismou em me controlar o tempo todo. E sempre foi muito ciumenta, descontrolada. Eu cansei disto. A culpa é toda dela.
Pai: Hum. Mas ela estava preocupada.
Angelo: Com o que?
Pai: Estas tardes fora....
Angelo: Não tem nada de errado. Não tem nada o que preocupar. Ela é paranóica.
Pai: Ela sempre foi uma boa menina...
Angelo: Será que você não podia mudar de assunto? Isto não é da sua conta e eu nem quero mais saber dela...
Angelo se volta para pai gesticulando.
Sétima Cena, cachoeira: Angelo esta sentado escondido. Olha no relógio. Olha na cachoeira. Esta vazia. Espera mais alguns minutos. Cybele chega. Cybele tira o vestido, usa o maiô por debaixo, entra na água. Mergulha e retorna a superfície várias vezes. Sai da água, se enxuga com a toalha, coloca o vestido. A sua direita uma serpente pequena que ela não percebe. Cybele pisa na serpente, que salta assustada. Cybele grita assustada e recua. Pisa em falso na beirada e cai para trás dentro da água. A Cabeça se choca violentamente em uma pedra. Ela fica imóvel, olhos parados, fitando o vazio, a boca entreaberta. Angelo observa assustado. Vê um filete vermelho se formando na água, a serpente se escondendo no mato próximo. Angelo se levanta e corre na direção de Cybele.
Angelo chega perto de Cybele. Ela esta pálida, olhos vidrados, fixos no vazio. Angelo faz um movimento como se fosse conferir o pulso, hesita. Passa a mão no rosto de Cybele. Fica olhando, ajoelhado, admirando a beleza dela, por alguns minutos. Ela fica ali na margem deitada, os cabelos soltos balançam com a água corrente.
Oitava Cena, Casa de Angelo: Angelo chega em casa. Sua calça parece molhada, joelhos sujos de terra e musgo. Vai ao banheiro, tira a roupa molhada, e limpa a mão, suja. Angelo entra no banho.
Nona cena, Casa de Angelo: Durante à noite, Angelo dorme na sua cama. Sonho tranqüilo, sem movimentos bruscos. A imagem de Cybele boiando na cachoeira aparece. Ela surge esta pálida, olhos abertos, cabelos ondulados pela água, os braços estendidos ao longo do corpo, também balançam.
Décima Cena, Cachoeira: Angelo chega à cachoeira. Carrega um buquê de rosas vermelhas. Junto à margem, deitado, o corpo de Cybele. Mais distante esta a sacola que Cybele carregava. Permanece ali do lado jogada. Uma espécie de leito feito com juncos e outra plantas envolve o corpo, que permanece parcialmente emergido na água. O rosto permanece pálido, os olhos abertos, já sem nenhum brilho. Angelo chega, se ajoelha, coloca o buquê nas mãos de Cybele. O rosto é pálido, ainda belo, alguns insetos voam por perto. Angelo fica observando Cybele por horas.
Décima primeira cena, Cachoeira: Angelo chega à cachoeira. Carrega um buquê de rosas vermelhas. O corpo permanece deitado junto à margem, braços estendidos ao longo do corpo, a água balançando o cabelo. Muitos insetos voam perto. O primeiro buquê já esta completamente seco. Os sinais de decomposição já aparecem, mas o rosto permanece belo, inalterado. Joga no rio o buquê velho. coloca o novo buquê e fica novamente horas observando. A bolsa de Cybele continua jogada, ali do lado.
Décima segunda cena: Durante à noite Angelo chega em casa. Suas roupas estão sujas no joelho. Cinthia está na varanda esperando. Ela se levanta sorrindo.
Cinthia: Oi...
Angelo: Oi ,o que você quer...
Cinthia se senta, não esta mais sorrindo. Angelo limpa o joelho com a mão, rapidamente.
Cinthia : Vim conversar...
Angelo : Ah, o que foi...eu estou com fome...
Cinthia : E precisa de um banho, trocar de roupa
Com mão aponta a calça de Angelo, suja e molhada.
Angelo : Então seja rápida...
Angelo para de limpar a roupa, fica de costas para Cinthia.
Cinthia : Você está indo ainda na cachoeira ?
Angelo : Se venho fazer questionário esquece...
Cinthia : Mas, você comprou flores...Patrícia viu você com rosas, eu pensei...
Angelo : Pensou, falou, andou, reclamou...você faz coisas demais. Por que não deita quieta em um canto...e para de vez ?
Angelo se volta para Cinthia, gesticula fortemente enquanto fala.
Cinthia olha chorado para Angelo. Ela se levanta e sai correndo da varanda. Angelo só observa. Balança a cabeça e entra na casa.
Décima terceira Cena, Cachoeira: Noite. Um casal caminha de mãos dadas pelo mato. Carregam uma sacola. O rapaz carrega uma lanterna. Sorriem enquanto falam.
Moça : Estamos chegando.
Rapaz : A cachoeira é logo ali, tenha calma...
Moça: Você não está sentido um cheiro ruim ?
Rapaz: Pois é, deve ser algum pássaro morto...ou um cachorro.
Eles chegam à cachoeira. Vêm o corpo de Cybele. A mulher de vira, tampando o rosto com a mão...O Rapaz a abraça e vira a cabeça para ver o corpo. A mulher aponta para a sacola de Cybele, ainda jogada ali no canto.
Moça: Mas o que é isto ?
Rapaz: Alguém morreu...deve ter caído...
Moça: Quem será
A Moça se volta para o corpo, ainda tampando o rosto. O Rapaz examina na sacola. Encontra documentos:
Rapaz: Cybele Moura...
Moça: E agora?
O rapaz se aproxima do corpo, olha o buquê...
Rapaz : Tem algo muito estranho aqui...
Moça: Estranho como?
Rapaz: Tem um buquê de flores aqui, parece que alguém deixou isto aqui...
Moça: Não importa, é melhor chamar a polícia, um hospital, alguém...
O rapaz hesita, mas se volta.
Rapaz: O.k.
Décima quarta Cena, cachoeira: Angelo caminha em direção da cachoeira. Ele carrega um buquê de flores. Quando chega próximo ao local é surpreendido pela presença de uma ambulância. Dois enfermeiros carregam na maca um corpo coberto por um lençol branco. Uma mancha de água pode ser vista. Gotas pingam da maca. Um policial esta no local. Todos param e olham silenciosamente para Angelo e para o buquê. O policial, que segurava a sacola de Cybele, vira a cabeça lentamente para os restos de outro buquê, jogado junto a margem. Angelo se volta e sai correndo. O Policial ameaça segui-lo mas desiste. Com calma olha os documentos dentro da bolsa.
Décima quinta Cena: Carro de patrulha parado do lado de fora da casa de Angelo. O Pai e a mãe de Angelo estão na varanda. O Pai esta em pé. A Mãe sentada chora. Um policial conversa com o pai.
Policial: O Senhor não teria nenhuma idéia de aonde ele teria ido ?
Pai: Não...ele saiu pela manhã, mas não voltou....
Policial: Conhece a moça ?
O policial mostra uma foto. O Pai olha atentamente. Balança a cabeça. Estende a foto para a Mãe, que olha rapidamente e também balança a cabeça.
Pai: Como se chamava a moça ?
O Pai entrega a foto para o policial...
Policial: Cybele Faria de Moura. Morava na cidade vizinha. Solteira, 23 anos. Ela desapareceu à nove dias...
Pai: Nove dias...meus Deus...
Policial: Alguma coisa ?
Pai: Não nada
O pai balança a cabeça, lentamente.
Décima Sexta cena, Casa de Angelo : Mais tarde no interior da casa, pai e a mãe de Angelo conversam :
Mãe: Nove dias ? Desde que ele começou a ir na cachoeira todo dia...
Pai: Desde que ele brigou com Cinthia.
Mãe: Você acha que ele matou ou ...ou fez alguma coisa com esta moça ?
Pai: Não sei...ele andava estranho. A polícia deve achar isto. A cidade inteira esta achando.
Décima sétima cena, na rua da cidade: Cinthia lê um jornal local. Na primeira página a foto de Angelo e de Cybele. “ Moça encontrada morta” era a manchete. As fotos de Angelo e Cybele estão na primeira página. Cinthia tem os olhos vermelhos, como se fosse chorar. Uma moça chega por trás de Cinthia, abraçada com um rapaz.
Rapaz: E aí Cinthia ? Como se sente trocada por uma morta.
Um sorriso surge no rosto da moça. Cinthia olha para trás, larga o jornal e sai andando, para longe dos dois.
Décima oitava Cena: Na delegacia, um oficial conversa com o legista :
Legista: Sem dúvida, morreu à cerca de nove dias. Deveria ser muito difícil para o rapaz continuar indo lá...
Oficial: Mas ela ,do que morreu ?
Legista: Ela foi atingida por trás por uma pedra, ou algum objeto parecido. Pode ter sido empurrada parecido...
Oficial: Achamos uma pedra no local com manchas de sangue. Ela deve ter caído lá.
O legista balança a cabeça, concordando.
Oficial: Algum sinal de estupro ?
Legista: Não nenhum. O Corpo parece mal tocado, mesmo depois de morta.
Oficial: A água não atrapalha a olhar isto ?
Legista: Não certamente que não.
Oficial: Bom se ele não tentou ataca-la para estuprar ou mata-la por que ele a matou ?
Legista: Bom, eu aconselharia a você ir a um especialista. Existe um certo tipo de pessoas que sente um atração por cadáveres. Deve ser este o caso...
Oficial: Ele mataria uma pessoa só para ter um cadáver de brinquedo ?
Legista: Bom talvez você devesse considerar que talvez ela tivesse escorregado...
Oficial: E por que ele não nos chamou ? Não, ele deve ser um doente mesmo...
Um policial entra caminhando.
Policial: Ei, talvez precisemos de ajuda. Tem um povo lá fora ...
O Policial aponta na direção da janela.
Oficial: Povo ?
Policial: É o pessoal da cidade. Estão queimando um boneco, parecendo a queima de judas, com uns cartazes com frases do tipo “Tarado, estuprador”, coisas do tipo...
O policial olha para a janela e o legista também. Do lado de fora um grupo de pessoas, alguns homens e mulheres mais velhos, e alguns jovens observam rindo, seguram cartazes escritos com letras vermelhas, “Tarado, estuprador”, “Protejam as nossas filhas”, “Amante de Cadáver”, e um boneco de pano é queimado no centro.
Décima nona Cena, na cidade: Durante a noite. Angelo anda pela cidade, escondido nos becos. Olhos vermelhos, roupa suja de terra. Ele pega um jornal e lê as notícias sobre ele. Balança a cabeça. Está a um quarteirão do cemitério. Continua com o buquê na mão. Ele enrola o jornal e coloca em um bolso e caminha , olhando para o lado e chega até a cerca do cemitério. Com cuidado passa o buquê pela grade. Em seguida salta o muro. Pega o buquê e vai andando pelo cemitério. Vai em direção da capela. Deixa o buquê em um banco. Pega um pedaço de pau jogado em um canto. Quebra um vidro na porta da Capela com o pau. Enfia a mão e destranca a porta. Ele entra na capela. Sem nenhuma luz, ele vai andando devagar. Tateado. Sem lembra do buquê, ele volta, pega o buquê e entra novamente. Fecha lentamente a porta e volta a andar. Tateando dentro da capela. Choca-se com algo. Tateia, reconhece como sendo o altar. Vira-se. Continua tateando na escuridão por vários minutos. Sai da capela lentamente. Na luz da lua lê o jornal. Cybele Faria de Moura da cidade vizinha, seria enterrada no cemitério de lá...Desesperado se agacha.
Angelo: Ela não vai ser enterrada aqui...foi levada para longe...
Chora lentamente segurando o buquê. Imagens de Cybele, boiando no rio, olhos abertos, fitando o nada, corpo rígido, sem vida, belo. Ele chorando, ajoelhado em frente à capela. No fundo um brilho de uma luz. A Imagem se aproxima da luz.
Em uma janela, luz. Um senhor observa o Angelo agachado ao longe. Em outra mão esta falando ao telefone:
- Alo, me desculpa Onofre...É o Francisco...isto...sabe o tarado...ele tá aqui...aqui sim...tenho certeza...ele tá agachado...deve tá fazendo algo com os outros mortos...é isso aí...chama o pessoal...polícia...cê viu o que eles falaram hoje...minha filha tá aí...e se fosse ela...e a sua ? Cinthia...imagina o que ele fez com ela...vamos pegar o cachorro....problema? nada ele invadiu o cemitério, é um ladrão, temos que nos proteger...
O senhor desliga o telefone. Coloca no gancho. Anda até um armário que abre. Tira de lá uma espingarda e uma lanterna. Volta lentamente para ver Angelo pela janela.
Vigésima cena: Angelo continua sentado quando ouve passos. Vira-se. Vê uma luz vindo, pessoas. Ele se levanta, larga o buquê e sai correndo...Um tiro é disparado. Angelo se volta na direção do ruído. Tropeça, saí rolando, a cabeça bate com força em uma laje. Sangue escorre, o rosto sujo. Ele se levanta meio tonto. A imagem de Cybele boiando no rio volta à sua mente. Depois a imagem do corpo dela sendo carregada. As vozes estão próximas. Angelo enrola o jornal. Se volta, cambaleando, o rosto sujo, gritando, para cima dos atacantes. Vários tiros são ouvidos. Angelo é jogado para trás, e cai no chão. As pessoas chegam, são homens de cerca de 50 anos, armados e olham o corpo no chão.
Angelo treme, muito sangue saindo da barriga, três buracos de bala. Em sua mão o jornal. Imagens de Cybele boiando vêm. Imagens de Cybele, mesmo morta se movimentando. O mesmo vestido, cabelo molhado, o rosto pálido, olhos vítreos, em volta dela somente um luz branca. Um luz branca que vai tomando tudo...encobrindo o rosto de Cybele...
FIM
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