ADEUS À INOCÊNCIA - CAP. 11
CLIQUE [AQUI] PARA LER O CAPÍTULO ANTERIOR
11
Passamos nossa segunda noite na ilha.
Talvez por falta de costume e por não estar tão cansado quanto na noite anterior, custei a cair no sono. Nem mesmo uma certa indisposição, como se há dias não dormisse, fez-me adormecer de imediato. A “cama”, feita de capim e forrada com folhas de bananeira, estava mais confortável do que a areia da praia, mas ainda estava longe de ser uma cama de verdade. Era dura e desconfortável. Aliás, sem uma ferramenta e conhecimento para fazer algo melhor, esta seria a nossa “cama” por um bom tempo.
Não posso falar pelas meninas, mas creio que algo semelhante se passava com elas: a falta de um banho decente, de roupas para nos cobrir o corpo seminu nos incomodavam mais do que qualquer outra coisa. Não sei se um era consequência do outro, todavia sentia uma necessidade enorme de tomar um bom banho de chuveiro e trocar aquela roupa presa ao corpo há três dias. Talvez a nudez fosse preferível àquela condição, mas a timidez e principalmente a educação moral tornava essa possibilidade totalmente fora de questão.
Estava consciente de que não seria possível solucionar o problema da roupa, contudo, mais cedo ou mais tarde teríamos de substituí-las por outra coisa, pois até então a possibilidade de andarmos nus me era não só um terrível pecado como completamente absurda. Minha sunga ainda estava em perfeito estado, mas o biquíni das meninas rebentara-se mais de uma vez e até rasgara-se em um ou em outro ponto, um sinal de que não duraria por muito tempo. Lembro-me que Luciana, após nossa expedição na mata para buscar madeira para construir a cabana, apareceu com um pequeno rasgo na tanga do biquíni na região das nádegas; o mesmo ocorreu com Marcela mais cedo, quando fomos apanhar capim para forrar as “camas”.
Claro que antes de pensar nisso, haviam outras coisas mais importantes a serem feitas. Assim, preocupar com o estado das roupas era um desperdício de tempo e energia. Talvez ainda durassem algumas semanas; talvez, até que se apodrecessem, já teríamos sido resgatados, porque até então achávamos que o resgate seria questão de mais um ou dois dias. Na realidade não havia com o que se preocupar, mas isso ocupou grande parte do meu pensamento naquela noite antes de dormir. O porquê eu não sei dizer. Creio que a verdadeira razão não fosse a preocupação não com a nudez das meninas, mas com a minha, já que no homem o órgão sexual, devido as suas características, desperta mais a atenção; sem contar que eu era o único homem naquele grupo e, talvez o mais relevante, a minha timidez.
Lembro-me que até pegar no sono fiquei imaginando o que poderia ser usado para cobrir meu sexo quando a sunga não tivesse mais serventia.
Acordei com a Marcela me chamando para tomar conta da fogueira. Levantei muito a contra gosto, mas era minha vez e eu tinha de ir.
Enquanto fiquei sentado ali sem fazer nada, ora olhando para a escuridão em alto mar, ora olhando para os gravetos que ardiam no fogo, pensava numa forma de fazer instrumentos de corte melhores e mais resistentes que aquele pedaço de pedra, o qual conseguira no dia anterior, e numa forma de construir uma cabana capaz de resistir às tempestades e nos abrigar realmente. Mas não via meios. Era como se tudo parecesse impossível e inatingível.
Eu lamentava não ser um pouco mais velho e não ter aproveitado mais os estudos, pois tinha consciência que ali eles me fariam falta. Sabia que se encontrasse algum pedaço de metal poderia tentar forjá-lo, dar-lhe alguma forma e transformá-lo num instrumento de corte, mas nem isso havia ali. Pensei em vasculhar a ilha para ver se encontrava alguma coisa. Talvez o mar tivesse deixado algo. Só que aí eu lembrei que metal era uma coisa pesada demais e não seria trazido pela água embora se estivesse preso a um pedaço de madeira poderia flutuar. Portanto, cheguei a conclusão de que seria quase impossível encontrar um pedaço de metal naquela ilha. A única possibilidade seria se um visitante descuidado o houvesse deixado em algum ponto, mas para isso era preciso procurar e contar com a sorte, o que no momento não me sentia inclinado a fazer. Aquilo que me parecia quase impossível eu preferia tratar como impossíveis. Infelizmente era um dos meus defeitos.
Então pensei em outra coisa. Aos poucos porém, meus pensamentos foram se desviando; e quando me dei conta, estava pensando na Marcela e nos beijos que tínhamos dado um no outro mais cedo. Aí eu senti uma vontade grande de fazer aquilo de novo, de ir mais além, de tocá-la mais intimamente. Eu acabei ficando excitado, muito excitado e com vontade de fazer com ela o que nunca tinha feito com mulher alguma: ter minha primeira experiência sexual.
De repente senti vontade de contemplar a Marcela dormindo. Pelo tempo que estava tomando conta da fogueira, Marcela devia estar num sono profundo. Assim, dei uma olhada na fogueira, vi que não se apagaria tão cedo, e fui em direção à cabana. As três meninas dormiam uma ao lado da outra.
Aproximei-me e fiquei sentado ali, aos pés delas, vendo-as dormir, como certamente faria alguém mal intencionado. Marcela dormia de lado, virada para Ana Paula. E Luciana dormia de costas, com o rosto virado para o outro lado.
Num primeiro momento, meus olhos fixaram-se na Marcela. Mas na posição em que jazia não me despertava tanto a atenção quanto Luciana. Talvez devido à posição e por estar com as pernas abertas Luciana tenha atraído o meu olhar. E por alguns instantes me esqueci novamente da Marcela e me imaginei deitado sobre a Luciana, no meio daquelas pernas brancas e longas. E aquilo me excitou ainda mais, embora permanecer ali me parecesse um pecado, algo que um menino direito não deveria fazer.
Quase me aproximei mais e levei-lhe a mão ao biquíni ao biquíni, entre as pernas, para ver o que havia por baixo. Embora tivesse visto em fotografias as partes íntimas de uma mulher, o desejo de vê-las em carne e osso despertava-me a imaginação há mais de um ano, quando os primeiros pelos surgiram e os órgãos sexuais começaram a ficar maior. Mas de repente senti aquele remorso, aquele peso na consciência, como se só então tivesse dado conta de que estava fazendo algo de muito errado e vergonhoso. Um calafrio percorreu-me de uma extremidade a outra quando ocorreu de sofrer o castigo divino por fazer uma coisa daquelas. Então me levantei dali rapidamente e voltei para junto da fogueira, de onde não deveria ter saído.
Não tardou para que eu chamasse minha prima para assumir o posto no meu lugar. Deitei entre as meninas e só acordei novamente no outro dia, com a Luciana nos chamando.
Estávamos acordando para mais um dia. Seria um dia difícil, pois havia muito que fazer. Precisávamos buscar mais lenha para manter a fogueira acesa; precisávamos encontrar uma forma de tornar a cobertura da cabana mais resistente, pois começavam a surgir algumas nuvens no céu e aquela cobertura não só não resolvia muita coisa como não resistiria a primeira ventania.
Enquanto as meninas acabavam de se levantar, fui à água e lavei o rosto. Era esquisito lavar o rosto com a água salgada, assim como sentia falta de uma escova para escovar os dentes. Até poderia ter ido à fonte se lavar com água doce, mas pensávamos nela tão somente como sendo para beber. E de mais a mais a praia estava ali perto, diante do nossos olhos, o que tornava a escolha mais óbvia.
É incrível. Mas como pequenas coisas, aparentemente sem a menor importância, fazem falta quando temos consciência de não poder obtê-las. No primeiro dia até que isso não me afetou tanto, mas agora eu desejava ter uma escova para escovar meus dentes como jamais imaginei que a desejaria. Sentia falta daquele sabor de pasta, como se esta possuísse um dos sabores mais agradáveis que eu já experimentara até então. Talvez sem exagero, mas dir-se-ia de uma necessidade semelhante a que temos de algo mais significativo, como um bom café da manhã.
Quando votei, deparei com uma cena que mexeu comigo.
Acho que as meninas não me viram se aproximar, e quando entrei na cabana de e cara com a Luciana sem a parte superior do biquíni. Meus olhos foram parar imediatamente naqueles seios brancos e pontudos.
Ela levou um susto tremendo e tentou ocultá-los com as mãos. Depois virou de costas e disse:
-- Saia daqui, seu idiota! Não está vendo que estou pelada?
-- Agora é tarde. Já vi eles – falei em tom de brincadeira, embora me sentisse envergonhado, como se a culpa fosse minha.
-- Seu chato! Mesmo assim. Saia daqui e espere a Marcela emendar meu biquíni.
-- O que tem? Daqui uns dias você num vai ter mais ele pra tapar seus peitos. Aí eu quero ver – comentei em tom provocativo, -- eles vão ficar aparecendo do mesmo jeito.
-- Mesmo assim! Anda! Saia! -- exclamou ela.
-- Ta bom, eu espero lá fora. – falei, com um sorriso malicioso. – Mas até que eles são bonitos – elogiei em seguida. Mal sabia eu que estas palavras podem ter sido a causa de uma profunda mudança de comportamento em Luciana, mudança essa que trouxe muita dor e sofrimento para todos nós naquela ilha.
-- Seu troglodita! – disse ela enquanto eu saia.
-- Vô dar uma volta por aí enquanto isso – falei enquanto me afastava.
Não fui muito longe. No caminho porém não consegui evitar os pensamentos naqueles seios. De repente, senti uma vontade grande de tocá-los e saber como eram. Afinal nunca havia tocado em um seio antes. Ao mesmo tempo, uma reação natural se operou sobre mim: eu fiquei excitado.
Sentei sobre um monte de areia e deixei minha imaginação ganhar asas.
Não vou narrar o que pensei, pois não me recordo dos detalhes; todavia, giraram em torno daquele par de seios e do que eu poderia fazer com eles. E num dado momento, não podendo mais conter a reação às minhas fantasias, ocultei-me atrás de uma palmeira – embora soubesse que não havia ninguém por ali -- e tomando o falo entre os dedos, bati uma punheta.
ÚLTIMOS TEXTOS PUBLICADOS
NÃO VOU FICAR CALADO
FRASES DE AMOR(95)
EU TENTO NÃO PENSAR EM VOCÊ
ANTES QUE SEJA TARDE DEMAIS
ESPERANDO PELO SE AMOR
SEI FALAR DE AMOR
A BELEZA DA MULHER
FRASES DE AMOR(94)
PENSAMENTOS ERÓTICOS(8)
ADEUS À INOCÊNCIA - CAP. 10
QUADRINHA DE AMOR (7)
É DISSO QUE PRECISO
O DIÁRIO DE ANA CARLA - XIV
DIGA-ME O QUE FAÇO ENTÃO?
|