Eu já não sou eu!
Não o eu que eu era,
Sou um novo eu
Parido no tempo da espera.
Meu eu egoísta, meu frio eu!
Se foi, se perdeu... Morreu.
Aquele eu finado
Que vivia na escuridão
Que pecava, pecado besta,
Que levava água em cesta,
Partiu definitivamente
E me deixou como gente.
Meu velho eu se foi...
Não deixou herança
Não deixou saudade
Sem volta nem esperança
Já foi tarde.
Meu novo eu nascido da amizade
Da verdadeira amizade
Aquela sem cobrança
Como amizade de criança
A pura amizade.
Meu novo eu, ainda tem muitas falhas!
Afinal é um eu normal, humano!
Mas que não peca à-toa, sem motivo.
Um eu poético, amigo do amigo!
Que voa em busca de paz,
Meu novo eu é capaz
De morrer por um amigo.