Felicidade mentirosa e enganadora
Escapa dos olhos sua desilusão
Rolando morna, magna e salgada!
Na face o frio fato da farta desilusão.
O peito oprimido e desenganado
Quer sair pela escancarada boca
Com voz trêmula e fragmentada
Impregnada do passado e rouca.
Na ponta do punhal dos sonhos
Na beira das lavas incandescentes
Com a alma murmurando credos
Frases esdrúxulas e inconseqüentes.
Clamando seus fantasmas imortais
Cobrando uma divida de esperança
Matando no seu corpo à criança
Mergulhando nos pecados capitais.
Flutuando no sonho indecifrável
Como um mendigo de sentimentos
Sofrendo uma realidade indesejável
Roto, maltrapilho em seus tormentos.
Um ser de si próprio diferenciado
Numa conjunção frágil e degenerativa
No real mundo vivi triste e disfarçado
No Corpo Esfacelado sem alternativa.