Também mulher e lutadora...
Tão sozinha e sem expectativa...
Se ao menos eu tivesse um nome alinhado...
Ou, talvez uma esperança?
Sem os recursos das amizade ricas,
nem mesmo influências.
Ah se eu tivesse!
Mas, Eu da Silva em meio a intolerância do desaviso...
Ainda pretende,
com o peso das misturas vindo das raças...
Coibindo o eu de menina,
e dizendo chega,
agora vá e esqueça.
Se não puderes trazer lenha,
que tragas gravetos...
Mas, não deixe de acordar um dia.
E cuidado para não embarcar no barco da fantasia...
Enquanto dormia, uma voz lhe avisava...
Insistentemente ela repetia...
A barca da fantasia irá afundar.
O teu sonho acalentado...
e acordar era o que ela não queria.
Mas, às pedras molham e o vento enxuga.
Havia um barco no lago,
que navegava de um lado para o outro...
Pará? Ele não podia.
E em nenhum lugar chegava.
Por muito tempo,
ela ficara ali no meio do lago...
Enquanto a madeira apodrecia.
Ao longe ouvia vozes...
e sobre às águas uma névoa encobria...
Quem passasse não a via.
Mas, como os sonhos acabam-se tarde...
E ainda é cedo para morrer...
Tira de ti tuas veste e abana ao vento...
Alguém ao passar há de enxergar.
E se desceres até o fundo,
pegarás a lanterna do afogado...
Ainda que sobre às águas não sabes flutuar,
lembra-te, teus sonhos acabam-se tarde.