Hoje levantei triste com um telefonema de meu pai, dizendo que um cliente havia cancelado um trabalho por alguns fatos inerentes aos seus propósitos. Eu fiquei a pensar, não consegui sentir nada naquele momento,a não ser tristeza, pois ele havia nos confiado o trabalho de uma forma que ficamos tocados.
Ontem havia lido uma parte de um livro de Dalai Lama, que já o tinha há um tempinho, mas devido a tantos problemas, achei melhor ler novamente.
Procurei então compreender o que aconteceu no trabalho, o que nosso cliente está passando, pois ele desistiu de apenas uma parte do serviço. A outra ele quer continuar. Fiquei sabendo que ele teve de demitir funcionários. Não deve ser fácil.
Pois é, ... Mas cá estou, pois com isso, apesar dos fatos, tentei ver algo lá no fundo sobre esse tudo no qual as pessoas andam precisando tanto de dinheiro, mas ele não vem.
Não sou Deus, mas estes pensamentos me agitaram agora, para dizer algo nessa carta.
Ontem estava assistindo a um filme de Gene Hackman, onde ele fazia o papel de um treinador que havia sido escalado para salvar um time de futebol americano que estava em crise. Num dado momento em que o jogo não andava bem, a repórter lhe perguntou o que ele achava que estava faltando para que vencessem o jogo, e ele respondeu: "Heart!" (Coração). Ela repetiu a pergunta, pois não entendera direito, e ele voltou a repetir bem forte: "Coração!" e bateu no peito. No final o time venceu, pois havia modificado todo a equipe e escalado jogadores sem fama, sem dinheiro, mas com coração , e uma ânsia por uma segunda chance. E venceram.
Eu sei de outro fato que aos olhos de muitos já virou piada, mas é sério. Estamos num período delicado, onde tanto dinheiro é jogado fora no Carnaval, e num tempo onde a guerra insiste em continuar. Então, que novamente a palavra deste Americano, possa soar alto nos corações dos que pedem guerra, e então tudo possa mudar.
Tenho lido alguns autores e na minha limitada amplitute de visão ,tenho visto o quanto as pessoas estão precisando de amor, para serem motivadas no trabalho, e de amor no que se refere ao que fazem.
Eu não sou famosa, não tenho dinheiro para esbanjar, abri mão de algumas coisas que significavam dinheiro, pois meus ideiais naquele momento eram muito maiores.
Hoje, recolhi-me num canto e fiquei descansando, mas pedindo, como ontem , como antes de ontem e assim foi.
E agora também me lembro de um discurso de Nizan Guanaes, onde como paraninfo de uma formatura na Faap, disse algo relevante sobre o amor, dinheiro e trabalho. Amor ao que faz vem primeiro, e dinheiro é consequência. Ele tem toda razão, assim como Dalai Lama, Deepak Chopra, Richard Carlson, Benjamin Shield, Madre Teresa, (Osho - numa breve leitura) e tantos outros. Todos célebres escritores ou autores, mas famosos também , porque trabalharam com amor, amaram ou amam seus trabalhos.
Também me lembro do que meu pai relatou sobre algo que minha avó fez quando pediu que ele varresse o quintal, quando ele tinha lá pelos seus oito anos. Ela era professora, havia ensinado o que podia na sua breve passagem pela vida. Meu pai começou a varrer cada centímetro e pensando no amor que tinha por tudo , e pela sua mãe, e no elogio que viria a escutar dela, quando ela visse o resultado do seu trabalho. Mas quando olhou para procurá-la, ela havia desaparecido. E até hoje ele ficou se perguntando do porquê. Eu sei. Ela queria que ele mesmo reconhecesse o que havia feito tudo com amor. Pois antes que começasse a varrer ela pediu que no término, colocasse a cadeira no centro,sentasse e olhasse à sua volta. Isso é lindo. Queria muito ter conhecido minha batchã.
Estamos numa época difícil, mas que tenho certeza, que se as pessoas não se derem as mãos, nada vai dar certo.
Se as pessoas não lembrarem de seus corações, seus trabalhos cairão no vazio. Isso é triste.
Eu precisava escrever sobre isso.
Se ele tocou seu coração, queria pedir em nome dos que trabalham por amor, que repasse esse artigo para frente. Pois eu mesma admito que ainda, apesar de tudo, estou carente de amor.
Obrigada...
Fique com Deus...
Te quero feliz...
Yoshie F.
SJCampos, 03 de março de 2003 - 17:45
mar03rd,2003 - 05:45pm
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