Caminhando no longo caminho
No deserto cheio de armadilhas
Sem saída na vida e sem trilhas
Não vejo pássaros no meu ninho
Ando descalço triste sozinho.
Pedras gigantescas me impedindo
No duro caminhar vou seguindo
Pagando a pena devoradora
Procurando a sombra acolhedora
Para angústia queu estou sentindo.
Meu corpo árido clamando por paz
Sente a pia sede do desespero
Engulo essa vida sem tempero
Os ventos são contrários e letais
Vão trazendo confusões mentais.
Estrada sem sol sem esperança
No escuro e no frio sem aliança
Sigo vivendo sem luz sem calor
Tô sempre desprezado e sem amor
No peito queima a destemperança.
Com olhar perdido no infinito
No terrível nada nebuloso
Sou estranho no viver danoso
Na dúvida do poço maldito
No mergulho o tenebroso grito.
Nas pessoas vejo a sobra inimiga
Faz-me presa indigna na intriga
Esconde-se na minha passagem
Estraçalhando minha coragem
Descrença abominável me instiga.
O meu nome perdido no mundo
Enlameado no fundo do poço
Eu fico enterrado até o pescoço
Do meu íntimo sai o medo oriundo
Queimando com pavor profundo.
Labaredas do desconhecido
Penetrando no peito oprimido
Despertando lágrimas de temor
Desesperança provocando a dor
Anseio o sentimento indefinido.
Na pele o desanimo arrepiante
Credito sendo desperdiçado
Amor que no peito foi guardado
E doado em sonho delirante
Num apego falho e inconstante.
Sedimentando a cruel decepção
As parcerias perderam a emoção
Cada um procurando seus valores
Quebrando na mente meus sensores
Desvalorizado meu coração.