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Teses_Monologos-->Amor Incondicional -- 27/04/2003 - 00:24 (Marcel de Alcântara) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
AMOR INCONDICIONAL


Madrugadas nubladas de um passado inóspito fizeram um "quase poeta" tentar galgar a montanha sozinho, mas como chegar ao cume carregando outra montanha nas costas?
Ele então procurou companhia e apaixonou-se pelo mar, mas o oceano não era capaz de elevar-se até o alto da montanha e por isso não podia seguí-lo.
Foram dias difíceis, ele precisava encontrar alguém, pois não queria subir a montanha sozinho.
Inesperadamente o "quase poeta" apaixonou-se novamente, dessa vez seu amor foi direcionado às estrelas do firmamento que o encantavam com o seu brilho quase eterno.
Mas teve que ouvir desconsolado das vozes do infinito que elas também não poderiam acompanhá-lo. Embora muito amor tivessem por ele, era impossível descerem à Terra.
O "quase poeta" começou a escrever compulsivamente, tentando aplacar sua dor.
E o dias passavam sem novidades, a vida seguia para todos e a montanha não é fácil para ninguém...
Um dia sem que ele esperasse, um raio de sol brilhou na sua frente e iluminou o seu caminho. Entre nuvens cinzentas o sol declarou o seu amor pelo "quase poeta".
Agora, pensou, subiria a montanha sempre acompanhado pelos raios acolhedores, o abraço caloroso do astro-rei.
Só que não poderia ser assim, e na sua ingenuidade, o "quase poeta" se esqueceu de alguns detalhes. O sol nunca estaria ao seu lado à noite, quando ele se senti-se sozinho e introspectivo. E nos dias cinzentos, talvez aparecesse apenas uma vez ou outra.
E nem a lua que refletia o brilho solar, conseguia diminuir a saudade do "quase poeta" que escrevia sonetos tristes e frases vazias...
A chuva afogava as esperanças de dias melhores, mas quando ressurgia majestoso, o sol por vezes trazia como presente o arco-íris.
Infelizmente o "quase poeta" era inexperiente e nunca tinha galgado a montanha com persistência, não indo muito longe até aquela época. Mesmo estando em boa companhia, ele não conseguira chegar nem na metade da subida. E ainda imaturo, não acostumava-se com as "ausências" e isso congelava a sua criatividade e alegria.
No inverno quando seu amor sumia, o "quase poeta" isolava-se numa caverna e foi se acostumando com aquela situação até que resolveu permanecer por lá.
O sol passou meses procurando-o, em vão.
O "quase poeta" não fazia mais nada, não conseguia nem escrever entre tanta escuridão.
De repente, o silêncio da caverna foi quebrado por murmúrios e prantos e ele descobriu centenas de pessoas junto dele.
Muitas estavam lá pelos mesmos motivos: Desilusão, decepção, amores não correspondidos. Tinham se apaixonado pelo mar, pelo sol, ou pela lua e as estrelas, que a todos atendiam como podiam e da melhor maneira. Mas aquelas pessoas queriam ser amadas exclusivamente.
E o poeta se deu conta do grande mal causado pela possessividade e a depressão.
Fugiu da caverna, não foi fácil, mas quando viu-se em liberdade, o sol recebeu-o com seu calor e brilho únicos.
O poeta entendeu que mesmo nos dias nublados o sol ofertava o seu calor para todos, iluminando até outros orbes distantes.
Era amor verdadeiro, incondicional...
Quando o sol partia levando o céu azul consigo, o poeta não mais se entristecia, pelo contrário, e apenas dizia: "Até a volta, estarei esperando".
Dessa forma o poeta galgou muitos metros da montanha da vida.
E fazendo sol, fazendo frio ou chuva, acompanhado ou sozinho, o poeta era feliz. Não a felicidade ilusória das pessoas que almejam sorrir todos os dias.
Agora ele escreveria para todos, estendendo o seu talento e acalmando como o mar, extasiando como as estrelas, aquecendo e irradiando luz para todo o mundo, da mesma forma que o sol.

Marcel de Alcântara



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