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Teses_Monologos-->Delírios de abandono -- 20/12/2004 - 18:58 (Bruno Rezende Palmieri) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Não há mais tempo para a angústia...
Há tempo de sobra para os infindáveis dias,
sucedendo-se sem cor,
como interminável muro, absolutamente limpo.
Atingimos a idade
em que o silêncio é impiedoso carcereiro
e sentimos o peso
de havermos sido desde muito aprisionados.
Não nos é oferecida nenhuma verdade,
grande, pequena ou miserável.
Se é que existe dela não sei.
O pior é desconhecer o propósito da vida.
Todos os objetos possuem algum fim.
Tranqueiras, panelas, selas, fechaduras,
tudo tem alguma serventia,
menos a vida...
Ah! Sim! Haverão de dizer:
são delírios de abandono.
Digo em resposta: pobres cegos!
Afinal quem lhes acompanha?
Onde estão as visitas freqüentes
de outras épocas ?
E o entra e sai de suas casas ?
Onde estarão todos ?

Pobres cegos, não busquem
mais ou menos felicidade
atrás, ou à frente.
Digam-me apenas: para que serve a vida?
Repetem sempre em seus costumeiros arremedos de réplica:
ninguém é obrigado a viver só...
Sim, deveras, mas isto não é prova
de que alguém, mesmo por precários instantes,
tenha sido livre.

Por certo desejam que me recorde
das alegrias do lar, dos filhos crescendo
e finalmente vê-los com suas famílias.
Felizes, quem sabe ?

As questões ao meu redor
não se resolvem com tanta facilidade.
Imitar quem não as consegue responder
é pior que tentar respondê-las.

Sejamos honestos!
O que fazer diante de indagações tão viscerais ?
Não se trata de filosofar à falta de algo melhor para fazer.
Não é a ausência, nem a presença de interlocutores que me faz indagar.

Passamos pela vida,
vivemos,
não sabemos nem saberemos o que realmente significa.
Porém, eis minha pergunta mais cara: digam-me, viver implica garantir ao longo da existência um acervo enorme e solitário de perplexidades?

Dirão que é um aprendizado.
Mas para que se nenhum de nós verá o trabalho concluído?
Aprendemos a perguntar, ou antes, esta é a nossa verdadeira natureza.
No final restarão apenas perguntas...
Somos perguntas, do nascimento à morte!









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