Quantas vezes li e reli
cada página da minha vida,
enumerando todas as situações
algumas vezes, com raiva,
lia e arrancava
deixando aflorar minhas emoções...
Em outras, sofri;
Quantas vezes, só via a capa
com meu nome,
em letras disformes,
nem sei se defeito de fábrica
ou, pelas lágrimas,
que teimosas enfeavam
aquela etapa...
Conteúdo difícil de ser lido
de páginas que se fechavam,
sem nenhum colorido,
dando lugar ao comum
branco-e-preto,
parecendo, apenas,
um panfleto,
sem efeito nenhum;
E, agora, no fim,
em epílogo triste
parecendo clichê,
descobri a beleza que existe,
do livro, de mim,
como quase nem mais se faz...
E, parecendo magia,
surgiu assim
um amável leitor...
folheando páginas abertas,
descobrindo, enfim,
que o livro amarelecido
era poesia
e falava de amor...
Com esta descoberta
meu livro-eu,
não está mais na prateleira
acabei com a poeira
e, em seu lugar deixei a paz
que me trouxe você!