Esta imagem nem carecia de palavras. É linda e poética por si mesma.
Às vezes me pergunto, quem pode olhar para um animal, com sentimentos vazios, ou de indiferença?
O bicho, qual criança desamparada, espera dos humanos uma carícia, um agrado qualquer, para sentir-se feliz. Sem esquecer do principal: comida. Evidentemente, pois o carinho não é alimento para o corpo, mas para o coração.
Como não escrever sobre Bia, se meus sentimentos estão, principalmente, nas coisas que escrevo?
Veio para casa ainda filhote, no seu primeiro mês de vida. E logo foi tomando todos os espaços, principalmente na horas mais atraentes, ou seja, desjejum, almoço e jantar. Está sempre ali e sua cabecinha vai, de colo em colo, cheia de artimanhas para ser percebida.
Após o jantar quando nos sentamos na sala para assistir aos programas de TV, Bia solicita a mão, de um-por-um, para o habitual carinho; depois assume seu posto a meus pés. Sim... Sou a “predileta dela”. Também, quem é que vive limpando suas orelhinhas e escovando aquele pêlo lindo e brilhante? Eu!
Há algo que se eu contar dificilmente alguém acreditará. Mas conto, mesmo assim...
Bia tem gosto apurado por música. Quando ponho algo que ela não gosta, vai imediatamente para perto do som e tenta alcançar o botão que regula o volume. Sério!
Eu? Vou mudando de música até ela se acalmar.
Há um CD infantil que comprei só para ela. São as brincadeiras de roda que adora, com exclusividade, aquela “Atirei o pau no gato-to-to...”...
Está rindo?!
Então, quando eu contar que ela dança valsa como gente grande, aí, sim, é que você vai me xingar feio...
Adora passear de carro.
Certa feita, quando numa dessas rotinas de vacinação, ia, fartamente acomodada no banco traseiro, para o veterinário, ninguém a via do lado de fora, porque, com o balanço do carro ela costuma cochilar todo o trajeto. Foi a minha sorte! Num determinado semáforo, um desses motoqueiros que costumam praticar assaltos em sinal, ia acercar-se na tentativa de me levar a bolsa, ou o carro, sei lá... Bia, num só bote, derrubou-o da moto, tal o susto que o safado levou.