Ah! Esse tal de “Amor Virtual”...
Já fez tantas vítimas. E continuará. Pois o lado ilusório da cada ser torna-o incauto a certos perigos, mesmo os evidentes.
E para alimentar e ampliar certas paranóias latentes
a Internet é um prato-feito.
Sim. Há uma certa tendência maníaco-obsessiva, sem exceção, a respeito de criações imaginárias que nos tragam bem-estar, amor, felicidade... Resquícios, talvez, de historinhas ouvidas na infância, ou das imagens de super-heróis maravilhosos onde a vitória é sempre infalível e o final (não raro) feliz... Que nem a morte, no inesperado final de todas as coisas, pode abalar.
Creio que a Grande Rede veio resgatar a pré-adolescência do recanto inconfessável de nosso ser... Que, num determinado limite tolerável, até faz bem. Não há dúvida de que o ser humano é por natureza sonhador...
Mas, quando a ilusão ultrapassa as raias da normalidade, aí vem o perigo.
Sei que nada do que aqui escrevo é novidade, ou não deveria ser... Só que nunca é demais ALERTAR os confiantes neste “Paraíso Internáutico” onde cada qual busca realizar suas fantasias douradas, alguns até procuram enganar-se, racionalmente, buscando afirmativas para suas incapacidades inconfessas. Há, também, os que carecem de algum conforto de palavras, mesmo mentirosas, pois nunca ouviram nada carinhoso, ou jamais inspiraram coisas boas em outrem... As razões são múltiplas, como várias são as personalidades e necessidades imediatas dos espíritos conturbados.
Neste “Ano da Ciência” lembrei-me de Einstein
e sua famosa Teoria da Relatividade, e de sua máxima:
“Vale mais a imaginação do que a inteligência”...
As confortadoras palavras de nosso simpático físico não querem, absolutamente, dizer que é preciso prescindir da inteligência, em prol da imaginação. Não! Quanto mais você exercitar sua inteligência, mais a imaginação terá a chance de fluir, límpida, sem trapaças de nosso inconsciente que está a toda a hora solicitando loucuras, essas que nos fazem sair do equilíbrio que permeia nossa vida, em relação ao nosso semelhante. Pois há, neste nosso planetinha errante, muitas almas, e com as mesmas aspirações, que precisam ser respeitadas em seus limites, suas vontades, seus sonhos...
Se estiver pensando:
“Quem se importa?”...
Procure meditar no caso da menininha de onze anos que encontrou o TARADO nas salas de bate-papo
(que fez várias vítimas)...
A avó salvou-a do perigo. Mas nem sempre haverá uma avó atenta, para salvar seu "Chapeuzinho Vermelho"...
Na melhor das hipóteses, as netinhas ficam em casa, com toda a permissividade que lhes é oferecida por pais que trabalham e nem se importam com o que os filhos ficam fazendo. Acham que estão seguros, por estar dentro de casa, no aconchego do lar...
Bendito tempo em que meninas de onze anos brincavam de boneca
e de esconde-esconde...
