Falando sobre educação e mudanças, venho abordar dois temas polêmicos que é a Educação Tradicional e a Educação Moderna, de acordo com o livro de Terezinha Carraer, Aprender Pensando: Contribuições da Psicologia Cognitiva Para a Educação . O primeiro é sobre o modelo tradicional de ensino, que trata o conhecimento como um conteúdo, coisas, fatos e informações que o professor deve, apenas, transmitir aos alunos.
Nesse caso o aprender se torna uma demonstração do que foi ensinado. Nesse caso, as conseqüências desse modelo são desastrosas, como: o papel dominante do educador que dirige a aprendizagem do educando; a ênfase em respostas corretas; o “conhecimento” se transforma em acúmulo de fatos e informações isoladas; a utilização de problemas que não incentivam a aluno a solucionar através do pensamento; livros expositivos e informativos que não estimulam o raciocínio do aluno; testes e exercícios sem reflexão e apenas repetição, ou seja, tudo que não faz com que o aluno gaste seus neurônios, desenvolva suas habilidades e seu cérebro.
Há, ainda, uma falsa consciência quando se fala sobre ensino e aprendizagem, os educadores atuais acreditam ser modernos em sua filosofia educacional, mas, na verdade, o que fazemos é aceitar o modelo tradicional. Acreditam ser bons professores, mesmo que os alunos não entendam os assuntos “ensinados”. Ao pensarmos ser possível ensinar bem sem que se haja aprendizagem, a responsabilidade do fracasso escolar passa a ser do educando, que recebe adjetivos como: “burro”, lento, desmotivado, incapaz... O resultado é um grande número de crianças sadias mentalmente e emocionalmente classificadas com deficiências.
Já a educação moderna, que abrange o modelo cognitivo, vem exatamente para afirmar que não há conhecimento se ninguém aprendeu. Ser educador não consiste em passar a matéria, sua responsabilidade está em auxiliar o aluno a descobrir e aprender.
O modelo cognitivo envolve a aprendizagem, a linguagem, o raciocínio, a memória, a percepção e o pensamento.
Segundo o livro citado, o modelo cognitivo do conhecimento, em sua forma básica, consiste de muitas idéias, apenas as mais importantes das quais serão apresentadas como:
a) O conhecimento da criança é uma representação mental, que é individual, o que é bom para ele pode ser ruim para mim e vice-versa, ele vai construir seu próprio significado.
b) O ensino é visto como um convite à exploração e à descoberta ao invés de transmissão de informações e de técnicas. Começando onde o aluno se encontra e nos termos dele. Nosso conhecimento é individualizado e personalizado.
Quando uma matéria é ensinada e não é aprendida, o que se foi transmitido foram apenas dados, mas quando a matéria é entendida e fixada através de associações mentais, esses dados nunca vistos se tornam informações.
De acordo com o que foi exposto até agora, mais importante do que fornecer a resposta correta ao aluno é fornecermos a oportunidade e os meios para que o aluno pense. O professor deve ser o mediador entre o conhecimento a ser ministrado e os alunos, para que haja realmente conhecimento, para que os alunos aprendam raciocinando.
Vale lembrar que o dever de educar não abrange só a escola, os professores e os métodos, mas também, os pais através de seus exemplos e da ajuda dada aos filhos; o governo através de muitas mudanças como a valorização do educador e do povo, e os meios para que os professores possam ser, realmente, mediadores. Que Deus consiga iluminar e abrir os olhos, em especial, do nosso governador Aécio Neves!
