O Brasil vive hoje um momento de grande déficit habitacional onde as dificuldades existentes podem encontrar um novo caminho desenvolvimentista.
Apesar do aumento de facilidades para obtenção de crédito imobiliário, as classes menos favorecidas continuam sendo as que mais sofrem, aumentando assim a favelização, o crescimento desordenado das chamadas comunidades de periferia e invasões territoriais urbanas, que não oferecem condições de “dignidade humana”, frutos da mão de obra desqualificada e infra-estrutura ineficaz.
É necessário, portanto, que a sociedade organizada tome a iniciativa de planejar e executar um movimento progressista no sentido de melhorar as condições de moradia do povo brasileiro através de cooperativas habitacionais, cobrando dos governos federal, estaduais e municipais o cumprimento da “constituição brasileira” (todo homem tem direito a moradia...).
Tais cooperativas teriam um financiamento do BNDES (em substituição ao extinto BNH), e se bem administradas e devidamente fiscalizadas seriam um gerador de empregos e oportunidades com a construção de milhares de moradias, proporcionando ainda um crescimento da indústria da construção civil e a melhora da mão de obra especializada.
Para que essas iniciativas logrem sucesso, são necessárias lideranças honestas para modificar o retrato urbanista degradado e desumano existente nas principais capitais e cidades de grande e médio porte de nosso país.
O BNH no passado foi uma instituição que proporcionou um desenvolvimento bastante eficaz, e não fosse a má gestão administrativa e um foco de corrupção, teria alcançado objetivo exemplar na urbanização das grandes cidades. Entretanto, passados mais de duas décadas, apesar do aumento de crédito da CEF e bancos privados não temos visto nada significativo nas construções de massa. Apenas alguns governos fazem construções pontuais e com finalidades eleitoreiras sem ter um grande projeto urbanista.
O cooperativismo bem administrado foi a solução encontrada em países europeus desenvolvidos para equacionar os problemas de desemprego, criando uma nova relação de trabalho nas mais diversas áreas produtivas. No Brasil também já temos experiências vitoriosas nas cooperativas da saúde, agro-pecuária, de crédito entre tantas outras. Mas ainda são muito poucas para um povo que vive na informalidade.
As cooperativas alem de gerar trabalho, arrecada impostos, binômio perfeito para um país que tenta sua emancipação no ranking econômico mundial. O que falta é vontade política para aprimorar as leis das cooperativas e uma mentalidade sindical diferente, que entenda as vantagens e benefícios que o cooperativismo pode representar nas relações de trabalho.
O assistencialismo das “cestas básicas”, caminho populista e ineficiente para milhões, pode ser reduzido drasticamente com os ensinamentos das novas relações de trabalho e o apoio governamental.
Penso e sugiro que todos os profissionais liberais ou não, conheçam, estudem e liderarem movimentos cooperativistas, pois com certeza encontrarão o verdadeiro valor da produtividade. Essa relação de trabalho não contempla aqueles que enganam trabalhar e outros que acreditam naqueles que assim procedem.
