Comunicações caseiras: Comunicações. Esse é no momento o maior desafio do ser humano. Um paradoxo, se verificarmos a evolução tecnológica, com todos os seus computadores e telefones celulares ligados ao mundo via internet, e outros mecanismos facilitadores. Entretanto, com o aumento da população em todo o mundo e com a globalização da indústria, comércio e serviços, as pequenas comunicações (as caseiras) se tornaram mais difíceis. A rua em que moramos cresceu, assim como o bairro e a cidade. Agora fica mais difícil de conhecer os vizinhos, mesmo os mais próximos, pois com vidas, horários e trabalhos diferentes pouco nos conhecemos. Até mesmo com os comerciantes do bairro não temos mais aquela convivência que tínhamos em tempos atrás. A centralização dos negócios, a abertura das redes de supermercados e mesmo das farmácias e bancos, fizeram com que nos tornássemos verdadeiros estranhos em nossa comunidade. Quando sabemos que um vizinho casou, ele já tem até filhos, quando morre alguém, já aconteceu o velório, enterro e a missa já é de trigésimo dia.
Estranho, não! Dessa mesma forma acontece também na vida profissional. Não são raras as vezes que uma firma necessita comprar um determinado produto, efetua a compra em outra cidade ou estado e depois vem descobrir que em nossa cidade havia um produto similar, muitas vezes, com preço e qualidades melhores e sem custo de transporte que hoje é muito elevado. Chegamos a pensar que não pesquisamos direito, ou que estamos mal informados. Entretanto isso é um comportamento mundial.
Alguns povos, entre eles os japoneses dão uma atenção especial para evitar esse tipo de problemas. Eles se preocupam muito com a chamada “pequena comunicação”.
Ela, se bem feita, evita desperdícios, aumenta a velocidade de produção e reduz drasticamente os custos, proporcionando assim, uma maior competitividade no mercado.
Não faz tanto tempo, as CIs (comunicações internas) ou memorandos, gastavam tempo e dinheiro. Eram papéis que iam e voltavam de seção em seção, de filial para filial, dificultando decisões e resultados. Hoje, com a facilidade do E-mail esses problemas foram reduzidos. Porem a dificuldade continua existindo pela procrastinação dos funcionários que mal treinados não executam com a eficiência devida suas tarefas. É extremamente necessário o treinamento dos recursos humanos para o alcance da qualidade total. Os telefones celulares institucionais também, se bem usados, facilitam o vai e vem de funcionários na empresa.
Costumeiramente vemos empresas de pequeno, médio e até grande porte com uma preocupação excessiva em atualizar seus equipamentos. Compram computadores e máquinas de ultima geração, mas se esquecem que o principal gerador de negócios é o funcionário. O ser humano era, é e continuará a ser o melhor investimento do empresário. A performance do bom colaborador não vai depender única e exclusivamente da formação universitária, mas sim da experiência adquirida dentro da própria empresa. Cabe, portanto aos formadores de mão de obra, liderar, gerenciar e proporcionar treinamento continuado aos seus funcionários para que eles desenvolvam um novo perfil empreendedor. A cumplicidade do colaborador só será por ele entendida na medida em que os seus superiores se sentirem cúmplices empresariais.
Dois enganos são identificados habitualmente nas empresas. O primeiro é treinar os funcionários de cargos menores e esquecer de treinar os seus superiores. O segundo, é pensar que treinar o superior hierárquico é a certeza da transmissão de conhecimentos aos funcionários comandados. Parece-me que o treinamento deve caminhar paralelamente, porem, de forma independente e especifica.
Um automóvel só terá um bom desempenho se a máquina e motorista tiverem uma boa performance. Um bom piloto de formula um com um carro ruim não chega ao podium, da mesma forma não chega ao podium um piloto ruim com um carro com melhor qualidade que os demais.
Para fazer um pão de boa qualidade é preciso ter uma boa farinha, (e demais ingredientes), um bom forno e um excelente padeiro. Quando faltar um desses elementos o pão não sairá de boa qualidade.
A comunicação empresarial pode ser comparada precisamente a esses exemplos.
Nas indústrias, costumeiramente é usado o termo “azeitar” as máquinas. Assim precisa ser também qualquer empresa, não importa o seu seguimento, tanto indústrias, comércio ou de serviços que queiram continuar no mercado precisam trabalhar “azeitadas”, e isso só se consegue com muito trabalho, garra, confiança, comprometimento e acima de tudo TREINAMENTO.
Quando crianças, nós já brincávamos e ríamos com o telefone sem fio, mais tarde, a brincadeira foi levada aos cursos iniciais de comunicação, e hoje ainda vemos que ela é atual. Sempre a mensagem passada no inicio chega com distorções ao seu final. Por esse motivo o treinamento de memorização e atenção continua tendo uma evidente importância a todos (sem exceção) os funcionários de uma empresa.
Essa “pequena comunicação” ou “comunicação caseira” (eu ainda prefiro) proporciona ao empresário uma substancial economia com aumento intangível de lucratividade e eficiência.
Treinamento, treinamento, treinamento e treinamento. Quando cansar de treinar, treine para treinar.