A arte de bem declamar é um dom divino, é como saber orar, pintar, esculpir, escrever ou fazer qualquer outra arte que dependa da sensibilidade e da inspiração.
O declamador precisa sentir a alma do poeta, precisa ter o conhecimento da oratória para ter ritmo compassado e poder transmitir com emoção aquilo que o poeta escreveu em seu momento de inspiração.
O verdadeiro ator ou atriz consegue fazer com maestria, muitas vezes melhor que o poeta criador a apresentação de poesias, quer decoradas ou até mesmo lidas, com a entonação e a cadência que o texto requer.
Não é fácil fazer poesias! Não é menos fácil saber recitá-las! Existem poesias que exigem do declamador toda a sua veia poética, e muito embora não tenha sido o construtor daquela obra ele a vive como se assim fosse.
Ouvir uma poesia bem declamada é como ouvir uma música clássica bem tocada. Ela atinge os nossos sentimentos mais puros e mais profundos.
A voz quando bem colocada, pausada e harmoniosa faz-nos sentir sublimado.
O fascínio maior de um poeta é poder ouvir bem recitada uma poesia que escreveu. Entretanto, quando ela é mal declamada, parece que estão machucando um filho seu.
O poeta é um construtor que gosta de ver bem conservada a obra acabada, que mesmo com humildade se sente elogiado ao ouvir um de seus poemas bem recitado.
Como tudo, nessa vida alem da dedicação e do querer fazer bem feito, o declamador precisa treinar lendo constantemente poesias de diversos poetas e poetisas, procurando interpretar e vivenciar o que está lendo, sentindo a paixão pelo texto e colocando acima de tudo a sua alma de artista.
Parabenizo a todos os declamadores que usam a sua arte para encantar platéias, que fazem de sua arte um desafio na conquista da verdadeira comunicação do coração!