Esperando até quando?
O desejo de uma criança,
que passou sua vida inteira a espera do seu,
querido pai,
tanto o meu quanto o seu:
Não estou falando do que não conhenço,
estou falando do nosso,
que não tem nada em comum.
O meu é tão desconhecido pra você,
quanto o seu para min.
Um dia reinarei sobre minha própria vida,
e terei o domínio sobre ela.
Será que um dia meus pais sentiram falta de mim?
Será que um dia eles viram?
Voltaram para buscar-me?
Ou será que se foram porque,
não iriam sentir falta alguma?
Nunca mais eu ouvi falar, nunca mais,
eu vi pessoas comentando sobre meu futuro.
O desconhecido mundo dos pais,
porque são tão covardes?
A esperada volta do pai,
quase sempre nos visitava de madrugada,
estes momentos pareciam sonhos,
nunca era-mos avisados da sua chegada,
sempre fazia surpresa:
Todas as noites quando ia dormir,
achava que quando acordasse iria velo,
na sala de está,
com suas malas todas espalhadas,
eram tantas, havia tantos presentes,
acho que é assim que uma criança sonha em rever,
sua família, quando nunca as teve.
Este conto dito por ela mesma, vivido de fato:
Seus sonhos foram destruídos, abandonados,
com a promessa de ser resgatada, tempos depois.
Ele não voltou para busca-la!
Assim passou ela a esperar e continua esperando,
hoje se voltasse não seria mais necessário,
ela esperou tanto que já nem faz mais falta,
sua presença:
Seu rosto é desconhecido,
como pai protetor que deveria ser...
NÃO TE AMO PAI!...