"If Coke
Is a mystery
Michael Jackson
History" (U2, The Playboy Mansion)
A mídia transnacional que interliga nossa aldeia global e alguns m(b)ilhões de telespectadores não "pararam" suas rotinas para acompanhar a morte dos manifestantes iranianos. Tampouco a invasão russa da Geórgia. Ou o lançamento de mísseis (nucleares?) norte-coreanos.
Mas hoje, aconteceu. Como em 11/09/2001. Da MTV à BBC, passando pelas redes abertas de Azerbaijão a Zimbábue. Muitos dentre todos, voltados para os últimos (últimos?) instantes de Michael Jackson ao vivo e em cores.
E novamente somos guiados a mensagens que se descolam das imagens, a pontos finais dados na abrupta falta de contexto, a ambiguidades do futuro do pretérito colidindo com o presente acelerado, mistérios de domínio público se chocando com incredulidade (a)ficcional, a conteúdos que se sobrepõe e se atritam no tempo do olho da câmera.
Se isso não é interessante para a teoria social, I wonder what!
Fazia tempo que MJ vivia só na memória dos fãs que o viram e na imaginação dos que não o viram, mas que viveram no contexto cultural que suas performances auxiliaram a moldar e esburacar.
A ausência de quem tinha se auto-conferido o status de monumento vivo é uma perda, não pelo passado, (num dos quais ele já vivia). O passado, quando da perda, é continuamente presentificado e trazido da memória para as práticas, das práticas convertido em novas tradições, dos convertidos para a historiografia do "futuro do pretérito".
A perda se dá pelo futuro.
Quem doravante motivará esse rito social - o funeral, precedido pelas elegias, epitáfios e hagiografias em tempo real - global?
Da "Princesa do Povo" ao "Rei do Pop", algo está acontecendo...em escala maior.