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Teses_Monologos-->A Golden Pond -- 21/12/2000 - 22:50 (J. C. Menezes) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

A Golden Pond – Um monólogo

As paixões cobram severo e cerrado compartilhamento e reciprocidade.

Das pessoas que são essenciais a pessoas
é exigida a sua entrega absoluta a essas.
Corpo e alma.
E as paixões, por serem febre, delírio, sonho e desespero, geram insegurança, pela urgência imediata do calor da posse desejada.
Assim como o medo de uma perda irreparável

Possuem zelo excessivo.
Atenção.
Exclusividade.
Direção.
Deixam à mostra a fragilidade, e a impotência para a vigilância absoluta que, duvidosamente, evitaria a perda fatal e definitiva.
Como se explica essa insegurança ?
Esse medo de perder, perder-se, perderem-se ?
Essa incerteza ?

A sugestão de entrega é maior que a entrega em si mesma.
A entrega em si: etapa vencida. Qual a próxima etapa ?
Sugestão de entrega: será que ...? Quando...? Como ...?

A união entre dois seres que se amam não deve ser compartilhada em extremos.
Existem as pequenas individualidades que se não devem entregar ou dividir.
São próprias de cada pessoa.
São utilitárias de cada pessoa,
sejam elas de fato ou idealmente unidas a outras.

Aliás, a convivência estreita e íntima
afasta a magia e a ilusão, tão necessárias.

O casamento é uma sociedade em que cada um tem um interesse pessoal a realizar
E ambos combinam somar esforços para realizá-los.

O casamento modifica o amor ? Reduz ? Termina ? Qualifica ?
Dá-lhe utilidade ?
Esses ajustes individuais são realmente necessários ?
Essa acomodação de personalidades às idiossincrasias mútuas
Porque se verificam ?
O acasalamento amoroso, puro e simples, dá outro sentido ao amor ?
Eu penso que sim. Não fossem os filhos.

Mas, aí, quando se descobre, já o amor total se foi, multipartido.
Dividido.
Esfacelado.
Mas o espaço que ele ocupou está mais vivo que ele.
Quer, de novo, ser ocupado, apaixonadamente.
Até pela mesma pessoa, se ainda for possível.
Só que essa mesma pessoa-objeto pode já não ser a mesma
Seria uma outra, também dividida, esfacelada.
Que também tenha retomado a sua individualidade original.
E que talvez, agora, não queira compartilhar tudo como antes.
Ou que, talvez, já não agrade como antes.

Ou, talvez, não haja mais nada vazio para ser ocupado.
Continua tudo ocupado, agora compartimentado.
Agora compartilhado
O que pode ser bom ou ser ruim para o outro.

Reocupar espaços é como recompor algo quebrado,
sem deixar à mostra as fissuras por onde se juntaram as peças.
É possível ? Talvez seja.
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