Talvez o maior pecado dos socialistas e comunistas, desde os socialistas utópicos, foi, por um lado, acreditado “de uma maneira completamente ingenua”(1) no homem rousseano e, por outro, atacado impiedosamente a religião e os costumes cristãos ao mesmo tempo que, ao invés de eliminá-lo de suas teses, acabou incorporando-os. Isso levou os revolucionários socialistas, e depois os comunistas, a uma ingenuidade sem precedente na história da humanidade; ingenuidade presente tanto nas ideias de Rousseau -- ao afirmar que “a natureza fez o homem feliz e bom, mas a sociedade deprava-o e torna-o miserável”(2). – como nas do cristianismo – ao pregar que “sede todos de um mesmo sentimento, compassivos, cheios de amor fraternal, misericordiosos, humildes, não retribuindo mal por mal, ou injúria por injúria”(3). É sabido que o homem não nasce bom, pois ao se tratar de um ser vivo que luta constantemente para a preservação da vida e conservação da espécie seus instintos o impelirá a usar de todos os meios, e m detrimento do próximo, para se manter. Quanta infantilidade na crença dos “direitos iguais”! Quanto à religião, não há dúvida de que o comunismo apenas substituiu o culto a um deus pelo culto ao partido. Todas aquelas formas de veneração encontradas na maioria das religiões estão presente no culto ao partido Comunista. Portanto, como acertadamente identificou Nietzsche, ao dizer que o socialismo trata “todos os homens como iguais, quer dizer, instaura entre todos os homens relações de justiça, as quais repousam na hipótese de que todos são igualmente poderosos, igualmente importantes; um pouco à maneira como o cristianismo considerou os homens iguais quanto à sua perversão pelo pecado e à sua necessidade de redenção”(4), o comunismo não poderia se sustentar e florescer eternamente sobre tamanha mentira.
NOTAS (1) Fragmento, XI 34[177]209
(2) Do Contrato Social,
(3) 1 Pedro 3:8-9
(4) Fragmento, III.1 23[25]468