Após um período de pesquisa e estudos sobre o ser humano, venho neste documentário expor minhas teorias e conclusões.
1. Instinto Natural
Certa vez ouvi um dito popular que dizia bem assim: "O homem é produto do meio.", então comecei a questionar a lógica de tal frase, visto que o homem cria o meio, como pode ser produto dele.
Analisando este pensamento mais detalhadamente encontramos os seguintes elementos distintos entre si, porém convivendo como se fosse os dois lados da mesma moeda, a saber:
O Homem (ser pensante, interferindo e modificando o meio de acordo com sua vontade)
O meio (um espaço que é flexível e facilmente manipulável, pois é a concretização de paradigmas instituídos pelo homem)
O homem (animal, apesar de racional, que não se posiciona na vida para atingir qualquer objetivo, pois não consegue vislumbrar qualquer objetivo além da sua sobrevivência no meio)
O Meio (ambiente que foi transformado pelo Homem, que por sua vez o guarda para que resista a interferências de outros Homens, criando um circulo de seres parecidos sem questionamento visando manter seguro os alicerces do paradigma que gere o Meio.)
A coincidência das palavras muitas vezes nos dão a falsa impressão que tudo não passa da mesma coisa, dita de modo diferente, entretanto uma analise mais minuciosa é capaz de discernir as diferenças de pessoas e de significados que existe nesta proposição.
Quando me refiro ao Homem, usando inicial maiúscula, estou falando de uma pequena parcela da população mundial, cerca de 20%, que é capacitada a interferir no meio, modificando-se a si mesmo em primeira instancia e depois assumindo uma posição de domínio sobre o meio que o cerca fazendo-o sujeitar-se a sua vontade e domínio.
Quando me refiro ao homem, agora com inicial minúscula, falo dos outros 80% da população, a chamada "massa". Esta palavra me faz lembrar massa de pão, que é sovada, fermentada e depois de ser sovada novamente incha e torna-se alimento. Mas a "massa" é alimento de quem ? Dos Homens, pois como sabemos, o alimento nos sustenta, e neste caso, a "massa" sustenta os paradigmas dos Homens para estabelecer o seu domínio sobre o meio.
E quanto ao Meio, este é o tem a maior estreiteza com o meio, mas entre ambos, há uma diferença que não está na sua composição, mas na sua relação com os homens(agora me refiro a ambos). De um lado o meio é manipulado, de outro é manipulador. Ora, o meio não é realmente interferente na vida dos homens, são os próprios homens que interferem no meio e na vida dos outros homens. Mas será que isso é errado, ou anti-ético, e até que ponto?
Desde os primórdios da humanidade, quando a civilização começava a organizar-se, surgiram Homens que começaram a sujeitar a terra a sua vontade, desenvolvendo assim os métodos de cultivo da terra, do pastoreio e mais tarde essa mesma classe de Homens começou a sujeitar outros homens a sua vontade e sugiram a escravidão e o trabalho assalariado, entretanto, em ambos prevalece a vontade do Homem, desde então chamado de "senhor", por respeito, as vezes forçado, visto que a vida do homem, que agora já é um súdito, estava em jogo.
Chegamos a monarquia. Afinal, o que de especial pode ter um homem, ao ponto de ser coroado rei sobre seus semelhantes ? Biologicamente a espécie humana é similar entre si, podem haver características genéticas que tornam uns mais fortes que outros, mas essas características podem ser submetidas a exercícios para aprimoração, o que equilibra a vantagem genética, mas isso não esta necessariamente envolvido no processo de domínio do meio. Voltamos a questão, que fator torna determinadas pessoas dominantes e outras dominadas?
Como entitulei este capitulo de instinto natural, deixe-me explicar o porquê. Perceba que na natureza as espécies tem uma tendência natural de eleger um líder para o grupo, afim de incumbi-lo de decisões importantes para a sobrevivência do grupo no seu habitat. O líder é que guia o bando ou grupo para as pastagens em busca de alimento e para os rios em busca de água. O líder deve saber do que o grupo precisa para sobreviver e saber onde e como encontrar. Isso também não indica a incapacidade de outros membros do grupo de conseguir as mesmas coisas por si sós, mas vale o esforço se há um líder para se responsabilizar por isso?
Outro exemplo que me chama a atenção é das abelhas. Entre elas, em cada colmeia, há uma única abelha conhecida como abelha rainha, que tem características genéticas diferentes das demais, recebe nutrição especial, e assim que sai do seu favo, imediatamente devora outras que ainda não saíram dos seus favos eliminando assim a concorrência e oposição ao seu reinado. Essa mesma rainha é progenitora das próximas gerações de abelhas comuns e rainhas. Todas as demais abelhinhas comuns trabalham para sustentar a rainha e a colmeia, e em segundo plano a si mesmas. Por que fazem isso ? Porque este é seu instinto.
Penso que instinto seja uma pré programação natural que nos é transmitida geneticamente e que nos guia para realizarmos as funções básicas de nossa espécie, sem que precisemos ser adestrados para isso, é como se diz, nascemos sabendo!
Esse instinto natural, no que tange ao ser humano, é a percepção de nossas necessidades fisiológicas, sociais e culturais, sendo que o nível de prioridade é respectivo a ordem das palavras. Quando percebemos uma necessidades somos direcionados a resolve-la satisfatoriamente. Esse é nosso instinto. Também, por instinto, sabemos que quando vivemos em sociedade precisamos de líderes que nos guiem para situações de conforto e segurança. Queremos isso, e não questionamos porquê. É instintivo. Simples não.
Agora que vimos o que é o instinto natural, vejamos as diferenças entre o Homem e o homem.
O Homem é o líder, que as vezes é eleito pelos outros homens, as vezes é imposto por si mesmo, pois este é o seu instinto natural. Os demais homens, que instintivamente não são e nem querem ser líderes simplesmente aceitam. As vezes pacificamente, outras por motivos de força maior, mas de fato aceitam. E só aceitam porquê sabem, instintivamente, que precisam disso. Um líder é a resposta a necessidade de ser guiado, de ser liderado.
Atualmente, em nossa civilização moderna, ainda mantemos o instinto natural, mas como nossa cultura se aprimorou bastante, há momentos que refletimos sobre nossos instintos e nossa vontade e ainda sobre a que tipo de liderança queremos nos submeter. Isso é resultado de pensamento estruturado voltado para a satisfação pessoal, em um meio que já nos proporciona meios de sobrevivência, relativamente fáceis(não temos que caçar e nos embrenhar nas matas em busca de comida, abrigo), temos que satisfazer outras requisições instintivas, agora sociais e culturais. Mas temos consciência disso?
2. Consciência
Entende-se por consciência, uma parte do nosso processo de pensamento que é totalmente conhecido, do qual estamos cientes, sabemos o que pensamos e porquê pesamos dessa ou daquela maneira.
Quando satisfazemos nossas necessidades físicas, começamos então a nos ocupar da próxima na escala de prioridades, a saber : as necessidades sociais. Estas não afetam diretamente nosso corpo, salvo em casos de neuroses, que atualmente são muitos, mas afetam nossa personalidade e caráter.
Somos conscientes de nossas necessidades sociais, e buscamos satisfaze-las. Até aqui, sem novidades. Isso é normal. A real questão neste tópico é até que ponto estamos conscientes do que realmente são nossas necessidades e do que são necessidades imaginarias criadas por uma ilusão do Meio.
Lembre-se de que o Meio é manipulado pelo Homem, que daqui para frente chamarei de Líder.
Quero salientar que não sou anarquista. Estou apenas analisando.
3. Inconsciência
Os líderes, na história da humanidade, sempre se valeram de conhecerem as necessidades dos seus liderados e saber como solucioná-las. Como os liderados estão focados no problema, e os lideres focados nas soluções, estes últimos quando solucionam os problemas, satisfazem os liderados e a satisfação causa um efeito colateral, e inconsciente de aceitação. E quanto maior a aceitação pacífica que um líder conquista, maior seu domínio sobre seus liderados.
Mesmo que entre um líder e um liderado haja divergências pessoais, quando o líder consegue solucionar alguma necessidade do seu liderado, ele gera uma sensação de agradecimento, e aceitação, que em muitos casos não é percebida logo de inicio, mas conforme suas sucessões, vai diluindo as divergências até que o problema entre ambos se liqüefaz.
A maior arma do líder para resolver as necessidades dos liderados é conhecer o caminho para a satisfação do liderado. Este trabalho que parece tão complicado e difícil, na realidade é extremamente fácil para os lideres, uma vez que único trabalho real do líder é direcionar seus liderados para que andem pelo caminho certo e o restante eles mesmos fazem e ainda aclamam o líder, dando-lhe toda a glória pelo feito.
O líder trabalha no plano do subconsciente, que é terra fértil onde tudo o que se planta, mais cedo ou mais tarde se colhe.
4. Sub-conciência
Freud chamou de subconsciente uma parte do cérebro que fica encoberta pelo consciente, grande parte do tempo, e que detém as ferramentas e as capacidades para a resolução de toda sorte de problemas. O subconsciente sempre encontra as respostas.
Na minha opinião, a diferença entre um líder e um liderado é a interação maior que o líder possui em relação ao seu consciente, que detecta e organiza os dados dos problemas, e seu subconsciente, que trabalha sobre esses dados procurando as soluções.
As pessoas comuns, normalmente não utilizam-se do poder de resolver questões que tem instintivamente em seu subconsciente, muito pelo fato de não saberem como se faz isso. E também por não tentarem descobrir.
Há pessoas diferentes, que muitas vezes não sabem porquê, mas sabem como resolver situações que outras não sabem. Eis o subconsciente trabalhando. Porém, quando se dão conta disso, começam a usar essa informação em beneficio próprio, para consolidar seu domínio sobre os demais. E conseguem isso facilmente.
A partir do momento que se descobre como alimentar o subconsciente com dados para que ele gere informações necessárias a resolução de nossos problemas, o líder transmite essas informações, já simplificadas e incute no subconsciente dos liderados, fazendo com que eles mesmos sejam o fator essencial na solução de seus problemas.
Como os líderes fazem isso ? Através do meio. Lembram-se do meio? O meio que o líder constrói e manipula fornece os dados de que os liderados precisam para resolver seus problemas. Daí é só esperar para colher os frutos, pois a semeadura já foi feita, e é certa a colheita, geralmente abundante.
5. Ações e Motivações
O grande resultados almejado deste processo é atitude motivada, ou seja ações baseadas em motivações. Se controlamos as motivações podemos controlar também as ações, o que dá um poderio, por que não dizer, militar ao líder, que acaba de ganhar patente de comandante.
Neste tópico, quero acrescentar meu método de trabalho para construir motivação, que também é resultado de várias pesquisas nos processos de pensamento humano.
Para conseguir motivar uma pessoa é preciso que ela tenha necessidades a serem satisfeitas. Chamemos isso de objetivo. Quando conhecemos o objetivo, só precisamos planejar os meios pelos quais vamos alcançar os objetivos. Avaliar a situação é um bom começo, mas se quisermos resoluções precisamos ser criativos, e criar é assunto preferido do subconsciente.
No processo de criação do subconsciente, temos 5 instancias, a saber:
Percepção => Momento que começa o processo, onde a pessoa entra em contato com a situação, onde ela começa captar dados sobre a situação, sem filtrar nada.
Observação => Momento que busca entender a situação, inicia-se um processo de filtragem de dados, observa-se melhor o que é relevante e o que não é.
Interpretação => A partir dos dados filtrados, começasse a construir informações sobre a situação e como soluciona-la, esta interpretação e submetida a comparações com todas as informações armazenadas anteriormente no cérebro da pessoa, disso depende o nivel de aplicabilidade das possíveis respostas.
Visualização => É o "desenho" do resultado da interpretação, visualizamos por que pensamos em imagens, não em palavras. Este "desenho" é mais ou menos como um mapa esquemático dos procedimentos que vamos tomar para resolver o problema. As vezes, quando avaliado, este volta para a instancia anterior afim de ajustes necessários.
Reação (Solução Pronta) => Quando conseguirmos harmonizar nossas idéias e chegar a resoluções razoáveis, começamos a expor e aplicar a "solução potencial" para ver se na prática funciona. Caso não funcione, é provável que tenha agravado um pouco mais o a situação inicial. Aí, então, o processo recomeça.
As reações são as atitudes motivadas, ou as ações em prol de resolver as situações. Esses conceitos são suficientemente genéricos para serem aplicáveis a qualquer situação didática para ilustrar como gerar atitudes motivadas.
Outro aspecto interessante na construção de motivação é a identificação da problemática. Isso parece óbvio, entretanto não é. Na maioria dos casos, as pessoas não conseguem identificar qual é o problema real dentro de uma situação adversa. Algumas vezes o problema é evidente, outras não, ficando camuflado por detalhes e circunstancias que complicam cada vez mais a situação como um todo dificultando o processo de resolução, principalmente porque é difícil desatar um nó sem que se saiba onde ele está.
Além da identificação de problemas, temos outra dificuldade que é a síntese de idéias, haja visto que a seguinte situação ilustrativa: Estou indo por um caminho e deparo-me com uma enorme pedra a obstruir o caminho por onde desejo passar. Pergunto qual é o problema nesta situação. Para uma boa visualização vamos dividir da seguinte maneira:
O Problema : A Pedra.
Onde está o problema : No caminho.
Situação que o problema causa : Impede a minha passagem.
Conseqüências de não resolver o problema : a) Não chegarei ao meu destino; b) Vou me atrasar.
Motivação : Não quero/posso me atrasar.
Ação : a) Tirar a pedra do meu caminho; b) Contornar a pedra, se possível.
Resultado Almejado : Chegar a tempo em meu destino.
Simples não!? Porém isso nem sempre é tão claro, as vezes pensamos que o problema é a situação e/ou as conseqüências que o problema causa, e perdemos muito tempo e energia tentando resolver uma situação, e ignoramos todo o resto. Podemos confundir nossa motivação com justificativas de que houve um problema que nos atrasou e assim continuaremos ineficientes.
6. Como conseguir resultados eficientes.
Até aqui já vimos como são as pessoas, lideres e liderados, quais são suas necessidades, como é o seu processo de pensamento e como criar atitudes motivadas, só que falta a aplicação disso tudo.
Para aplicar esses conhecimentos é necessário que se experimente em si mesmo antes de fazer experiências com outrem. Isso porque não se pode ensinar o que não se sabe, e saber não é apenas conhecer, mas ter experiência prática.
Nestes conceitos trabalhados aqui, garanto que primeiramente você vai ter uma compreensão maior de si mesmo e dos outros. Quando sabemos no que estamos trabalhando é mais fácil imaginar o resultado final, e a partir dos resultados que conseguirá por si mesmo, imagine como poderá aplicar isso aos outros.
O resultado esperado é sempre a solução do problema, e a maneira mais eficiente é a que realiza o objetivo com menor dificuldade e em menos tempo. Logo, ao aprendermos a sintetizar nossos objetivos e atitudes motivadas, conseguiremos trabalhar essencialmente na resolução dos problemas sem sermos diluídos em entrementes infinitos que não nos levam a lugar algum.
Penso que a liderança seja uma característica inata no ser humano. Nem todos somos naturalmente talhados para isso. É preciso coragem e flexibilidade para ser líder, entretanto, creio que qualquer pessoa que voluntariamente de propor a executar qualquer tarefa será capaz de realiza-la se conseguir criar meios para isso (na realidade esses meios já existem, precisamos apenas descobri-los).
Tenho tido bons resultados com o uso dessa técnica, evidentemente que as reações variam de pessoa para pessoa, mas sensibilizar pessoas "alienadas" para o descobrimento de sua criatividade inata e começar a trabalha-la em prol de gerar soluções para seus problemas e situações é muito interessante para minha pessoa, visto que satisfaz minhas necessidades culturais.