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Teses_Monologos-->AS TRADIÇÕES ORAIS DO PENTATEUCO -- 04/10/2002 - 23:52 (João Rogério Mota Carvalho Cerqueira) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


JOÃO ROGÉRIO MOTA CARVALHO CERQUEIRA


AS TRADIÇÕES ORAIS DO PENTATEUCO

Trabalho de Pesquisa apresentado conforme exigências da Cadeira Antigo Testamento I, do Curso de Bacharel em Teologia, na FATER (Faculdade de Teologia e Ciências Sociais do Recife – Departamento de Tucano-BA).

Professor: Miquéias França

ARACI-BA, 25 DE SETEMBRO DE 2002.



“Podemos imaginar como, à noite, as famílias se reuniam ao redor do fogo. Nenhum ambiente melhor do este para contar, cheio de saudades, as coisas que aconteceram na história dos antepassados. Assim surgiram as narrações que bem mais tarde foram escritas. Circulavam também muitos mitos e lendas sobre a criação do mundo e do homem. O povo de Israel também os conhecia e adaptavam tais narrações para transmitir a sua mensagem a respeito de Deus e seu plano para com os homens. Quando a narração da criação foi escrita, Abraão, Isaac, Jacó, José, Moisés já eram conhecidos pelo povo”.

Alexandre Marcelo Fernandes













SUMÁRIO

1.0 Introdução ....................................................................................................... 04
2.0 A Tradição Javista ........................................................................................... 05
3.0 A Tradição Eloísta ........................................................................................... 06
4.0 A Tradição Sacerdotal ..................................................................................... 07
5.0 A Tradição Deuteronômica .............................................................................. 08
6.0 Conclusão ....................................................................................................... 09
7.0 Referências Bibliográficas ............................................................................... 10

















INTRODUÇÃO
Ao iniciarmos este humilde trabalho sobre as Tradições Orais do Pentateuco, nos apercebemos de quão rico são estes primeiros livros da Bíblia, onde encontramos diversos estilos literários, como mitos, novelas e sagas, entrelaçadas por narrativas diferentes, feitas em diferentes épocas.
Confirmado pelos estudos feitos, notamos que a Bíblia transcrita como temos hoje passou por diversas fases até chegar a forma de livro. As tradições orais que passavam de geração em geração, demoraram muito para serem escritas. Mesmo quando isso aconteceu, existiram diversos manuscritos separados e divididos em rolos ou pergaminhos, e só muito tempo depois é que tais documentos começaram a fazer um corpo de manuscritos para formar um compêndio literário.
Como a Bíblia sobreviveu a tudo isso, passando por diversas civilizações, culturas e contextos diferentes, passando da forma oral para a forma escrita, é um grande mistério. É surpreendente como chegou até nós com uma sintonia notável. A despeito de algumas pequenas variações, sua mensagem é clara e única. Tudo isso é realmente um milagre.
Na forma de tradições orais, quatro são as mais conhecidas e divulgadas:
1- A Tradição Javista;
2- A Tradição Eloísta;
3- A Tradição Sacerdotal;
4- E a Tradição Deuteronômica.
Estas tradições, cada uma com as suas peculiaridades que estudaremos a seguir, formam a base, alicerce e fonte dos homens que escreveram muitos dos livros do AT e todas elas entraram como fontes na composição do Pentateuco.
Segundo Guilherme Vilela (*), esta seria a teoria das quatro fontes apresentada por Hupfeldt em 1853. Sobre isso, Guilherme declara:
“A partir de Herrman Gunkel, em 1910 tem início uma abordagem que reconhece que as narrativas do gênesis tiveram uma longa história de transmissão geralmente oral antes da sua fixação por escrito (formgeschichte). Os relatos orais assumiam formas específicas com a finalidade facilitar a lembrança preservar a memória e os costumes da tribo/povo, devendo ser distinguidos do contexto literário e estudados a partir de seu sitz im leben original. Abordagem histórico tradicional (traditiongeschichte) baseia-se na obra de Gunkel mas enfatiza o sentido dos relatos tradicionais em sua forma e contexto final. Essa abordagem permanece negando a autoria mosaica, atribuindo datas avançadas para o Pentateuco e considerando irrelevante a questão da historicidade das narrativas”.
Levando isto em consideração, podemos entender como estas tradições orais foram super importantes para a Bíblia. Num tempo em que não existia impressa, onde poucos eram os que tinham habilidades suficientes para escrever alguma coisa, as tradições orais portanto foram vitais para que o livro sagrado viesse a existir.
Os estudiosos do assunto declaram que a tradição oral passou para a tradição escrita, somente no século X a.C., no reinado de Davi e depois Salomão. As primeiras tradições, a Javista e a Eloísta, passaram a partir de então, a constar em rolos ou pergaminhos, vindo depois a sacerdotal e posteriormente a deuteronômica a ser também transcrita em épocas menos distantes.

(*) Guilherme Vilela Ribeiro de Carvalho- Introdução crítica apresentada em cumprimento às exigências do Seminário Fundamental de Bíblia - Antigo Testamento, Prof. Landon Jones, curso de Mestrado em Teologia da Faculdade Teológica Batista de São Paulo - Maio/1999.
A TRADIÇÃO JAVISTA
Esta tradição que remonta aos tempos mais antigos (século X a.C), predomina o nome Javé para designar Deus, que é mostrado como muito próximo ao homem. Com característica simbolista e antropomórfica (homem) o que sinal é de antiguidade. Teve origem do reino de Judá (reino do sul) com Salomão, e é simbolizada com o código J.
Podemos chamar os homens que usavam essa tradição passando-as de uma geração para outra, de javistas.
Os textos bíblicos relacionados a esta tradição, realmente mostram a Deus como dotado de uma intimidade e relação muito forte desde Adão até com os primeiros patriarcas. Em Gênesis encontramos diversas referências que demonstram isso, com por exemplo Deus fechando a porta da Arca (7,16) e visitando e ceando com Abraão (18,1-8).
A tradição Javista, nos mostra acontecimentos com vivacidade e dramaturgia. Podemos exemplificar isso, com a visita do Senhor a Abraão em Gênesis 18 e as pragas do Egito em Êxodo 7,8-10,29.
Relata esta tradição também, a questão enfática de nomes de pessoas e lugares como Eva, Jacó, Israel, Babel, Edom, Abraão, etc., com quase todas citações destacadas dando o significado de cada nome.
A tradição Javista, também foi uma das formas que Deus usou para perpetuar a sua palavra, somente através de relatos passados de geração em geração, é que muitas verdades ficaram guardadas, para no momento certo ser transcrita em pergaminhos para assim posteriormente tomar a forma de livro.
A tradição Javista, por ser a mais antiga, talvez em alguns momentos, levando-se em choque algumas citações ou passagens e fatos relatadas por outras tradições , é considerada a mais verdadeira ou mais autêntica, ou até mais próxima a verdade. Quando existe alguma contradição como no caso da travessia do mar vermelho, onde a tradição sacerdotal, modificou a narração para a divisão das águas em duas muralhas, é mais aceitável a afirmação javista de que o vento soprou durante toda a noite e fez o mar recuar. Há porem algo a ser considerado neste caso, é que quando os soldados chegaram, o povo de Israel já havia atravessado e a maré já subira e não dava passagem. Alem do mais o que está implícito neste caso como em muito outros é que Deus é o Senhor da terra, céu, mar, vento e de todos os elementos da natureza, e pode manejar qualquer coisa, para auxiliar os seus amados.
Esta tradição, está intrinsecamente ligada a Abraão, e a promessa feita por Deus a ele, no que diz respeito a torna-lo pai de uma nação, tão numerosa como as estrelas do céu. Deus se relacionava de uma forma tão pessoal com ele, de uma forma tal, como se fossem dois grandes amigos e companheiros fiéis um ao outro. Verdadeira amizade existia entre os dois.
Diante de tal realidade, notamos a sublimidade de que Deus, é um ser pessoal e se relaciona pessoalmente com qualquer que se chegue a Ele, em humildade, pureza e simplicidade de coração.
Desde os primórdios, apesar dos fracassos e limitações humanas, Deus, o Javé, o Deus presente, está a nós auxiliar, nos conduzir e mostrar o caminho. Nossos antepassados e heróis da Bíblia, tiveram seus momentos de fraqueza, até mesmo Abraão que é intitulado o “Pai da Fé”, cometeu seus erros, mas Deus esteve com ele para levanta-lo e dar-lhe forças para continuar.
A TRADIÇÃO ELOÍSTA
Também do século X a.C, porém posterior a tradição javista. Assim denominada por chamar Deus de Elohrim. Um Deus transcendente, cujo nome não deve ser pronunciado, e com relação menos íntima com o homem, ao qual fala através de sonhos ou servindo-se da intervenção de anjos;
Existia no reino sismático de Samaria. Ao contrário da javista não usa tanto o antropomorfismo que representa Deus à semelhança de homem. Tem por código E. Quando o Reino de Samaria (reino do norte, parte setentrional da palestina) caiu pelos assírios, o código ou tradição E, foi levado para o reino de Judá, onde houve a fusão com o código J, dando origem ao código JE. Nesta fusão, acredita-se que o documento E, foi menos aproveitado do que J, de tal maneira que algumas de suas características hoje não podem ser mais conhecidas.
O grupo de escritores eloístas que transcreveram esta tradição oral para os rolos ou pergaminhos, relataram sobre os 10 tribos do norte, como os javistas do sul, estes dois grupos evidentemente cada um tornando a sua região mais simpática.
O Grupo dos eloístas, escreveram a história da grande peregrinação do povo pelo deserto. Percebe-se que foi escrito depois do fato acontecido.
Pregavam que Israel precisava retornar ao Sinai para recomeçar a sua história: Reviver a aliança.
Os estudiosos apresentam duas passagens eloístas como sendo as mais belas que são o sacrifício de Abraão e partes da história de José (Gn 22,1-4 e 40-42 e 48 respectivamente).
Em linhas gerais, aproveitamos o seguinte gráfico de Guilherme Vilela (*), para compararmos estas duas primeiras tradições, e termos uma idéia da fusão de ambas e uma projeção da tradição sacerdotal que estudaremos na próxima parte:

FONTE ORIGEM TEXTOS CARACTERÍSTICA QUERIGMA BÁSICO
J Compilada em Judá, ca. 950 a.C. 2-4; 6-11; 12-13; 14; 16; 18-19; 24; 25-27; 29.2-31.24; 44; 46; 28-34; 47; 49; 50.1-14. 1. Destaca a proximidade de Deus. 2. Linguagem antropomórfica.3. Continuidade do propósito de Deus desde a criação.4. Usa Iahweh como nome de Deus. A promessa da bênção para todos a partir de Israel (Gn 12.1-3)
E Norte de Israel, ca. 800 a.C. 15; 20-22; 28; 29.1,15-30; 30; 31.2-32.1; 33.18-20; 35.1-8; 37; 40-42. 1. Destaca a transcendência de Deus. 2. Importância da mediação profética.3. Prefere Elohim como nome de Deus em Gn. A obediência que vem do temor do Senhor (Gn 20.11; 22.1-12; Ex 20.20)
JE Fusão de J e E. 15; 27; 29.2-14, 31-35; 33.1-17. Presença de ambos os conceitos nem sempre em fusão de idéias mas de textos. Fusão
P Exílio, ca. 550 a.C. 1; 5; 6-11; 17; 23; 26; 28.1-9; 35; 36; 46.6-27. 1. Interesse na origem e natureza das prescrições sacerdotais e cultuais. 2. Ressalta a santidade, soberania e transcendência absoluta de Deus.3. Ausência de vivacidade narrativa, formulismo e detalhismo.4. Acentuada-mente literário. O Senhor da aliança é Santo, e seu povo deve ser santo (Gn 1.29; 9.1; 17; cf. Lv).


(*) Guilherme Vilela Ribeiro de Carvalho- Introdução crítica apresentada ao Seminário Fundamental de Bíblia - Antigo Testamento, Prof. Landon Jones, curso de Mestrado em Teologia da F. T. Batista de São Paulo - Maio/99.
A TRADIÇÃO SACERDOTAL
Esta tradição existiu provavelmente, a partir dos sacerdotes judeus durante o exílio babilônico e terminada logo após este exílio. Seu tempo aproximado foi no século VI, entre 587 a 537 aC. Estes sacerdotes redigiram as tradições de Israel, para animar o povo que se encontrava exilado. Estas tradições ficaram conhecidas como “código sacerdotal” e é simbolizada pela P.
Estes sacerdotes estavam diante de um povo prostrado em sua dignidade e moral e com o seu reino monárquico destruído.
Encontramos no syte paraquianovajerusalem (a), a seguinte afirmação sobre esta tradição:
“Surge no exílio um novo grupo de teólogos, agora de sacerdotes, inclusive Ezequiel, que usava dos acontecimentos para fazer uma reflexão sobre a história que Deus estava fazendo com eles. O que foi escrito no exílio recebe o nome de escritos sacerdotais que fazem parte do pentateuco: levítico, parte dos números, porções do Êxodo, partes do deuteronômio e vários episódios do Gênesis. O núcleo dos escritos sacerdotais (P) está no lev. 17-26, onde exige a santidade do povo para com Javé. É aí que está a Lei de descansar no 7º dia, portanto é deles também os relatos da criação do mundo. A única coisa que lhes sobraram era o patrimônio espiritual e disso não abriam a mão. Esta tradição recupera o passado para poder viver o presente e manter a fé do povo e para não caírem na religião do povo mesopotâmico. É nesta ocasião que o Gênesis foi elaborado – em parte – usando de mitologia babilônica, mas dando um sentido novo e divino às mitologias, lendas, etc”.
Certamente estes sacerdotes queriam animar o povo no exílio, mostrando que Deus continuaria a abençoar o seu povo, que deveriam confiar nas promessas de que gozavam as primeiras gerações israelitas. Pois havia sido Ele próprio quem escolhera Israel para ser uma nação sacerdotal com está citado em Êxodo 19,5.
Afirma Henrique Santos Filho (b) que “Os trechos históricos e jurídicos de P, têm a finalidade de mostrar que Deus mesmo instituiu Israel como uma comunidade de Culto ou como uma nação sacerdotal (cf. Ex 19,5s), tal era realidade a condição dos judeus após a queda da monarquia”.
Dentro deste contexto, entende-se a tendência deste código em apresentar árvores genealógicas, dados cronológicos e informações que ligavam os primeiros patriarcas ao povo da época exílica e pos-exílica. As confirmações bíblicas disto, podem ser encontradas em Gênesis 5,1-32; 10,1-17; 11,10-32; 25,7-20; 36 e 46,8-27.
O código P, expressa muito claramente a Aliança, o ritual, o Tabernáculo, a Arca e o Templo. Ao mesmo tempo este código P, estava interessado em mostrar o sentido do culto e da lei. Daí o entendimento de que esta tradição teve um caráter legalista e litúrgico.
Em linhas gerais, os estilos desta tradição nos mostram uma maneira de pensar culta que sabe redigir enaltecendo “a Transcendência de Deus”.
O que poderíamos deduzir desta tradição? Talvez a idéia de um Deus imutável que é o mesmo ontem, hoje e pra sempre há de ser. Alguém que em si mesmo não há sombra de variação. Que disciplina a quem ama, e não rejeita que clama pelo seu nome, antes acolhe, como assim nos relata o texto bíblico.

(a) Época do Exílio: Purificação e Esperança do Regresso; http://www.paroquianovajerusalem.com.br/curso_biblico2.htm;
(b) Introdução Geral ao Antigo Testamento; Henrique Santos Filho - http://www.anunciame.com.br/Formacoes/Biblia/AT/Pentateuco/Pent_004.htm;
A TRADIÇÃO DEUTERONÔMICA
Surgiu casualmente em 622 a.C, no reinado de Josias, quando pedreiros, que trabalhavam no templo, encontraram um livro da lei (II Reis 22,8). Segundo Antonio Carlos (a), “corresponde ao livro de Deuteronômio do Bíblia atual”. Também os Críticos hodiernos são quase unânimes em afirmar, que este livro corresponde ao livro de Deuteronômio.O Deuteronômio é considerado hoje não só como um livro, mas como uma escola, da qual este livro faz parte.
Esta tradição procura salientar o amor de Deus para com o povo e tem um caráter oratório e exortatório. É simbolizada pela letra D.
Deuteronômio no grego, significa repetição da lei. Se crer que teve origem nos santuários do reino cismático de Samaria (Siquém, Betel, Dã), quando os israelitas se reuniam constantemente, com o objetivo de renovar o seu pacto com Deus, conforme afirma Deuteronômio 31,10-13.
Henrique Santos Filho(b) afirma o seguinte:
“Os levitas dos santuários devem ter redigido formulários que repetiam a Lei do Senhor em termos breves e eram lidos solenemente ao povo antes da renovação da promessa de fidelidade ao Senhor. Essas "repetições da Lei" retomavam elementos antigos da legislação israelita, mas adaptavam-nos aos tempos e às novas condições sociais de Israel. Aos poucos, a repetição da Lei foi assumindo uma forma única em cada santuário do reino do Norte.
Quando estes lugares sagrados em 722 foram invadidos pelos assírios, os levitas levaram consigo para Jerusalém os seus deuteronômios (ou repetições da Lei). Julga-se que alguns desses textos (o núcleo central Dt 12-26, talvez acompanhado de Dt 4,44-11,32 e 27,1-28,68) foram depositados no Templo do Senhor, onde caíram no esquecimento, em virtude da decadência religiosa de Judá.
Todavia, sob o reinado de Josias (640-609), o código foi de novo encontrado, servindo então para inspirar a renovação religiosa empreendida por este rei piedoso (cf. 2Rs 22). Por ocasião de sua descoberta e depois, o código chamado Deuteronômio (que compreendia alguns "deuteronômios" ou repetições da lei) terá recebido acréscimos correspondentes às condições sociais da época”.
Uma das características fortes desta tradição que foi copilada no livro de Deuteronômio foi a eloqüência do seu estilo, as fortes exortações e pregações dos sacerdotes aos demais judeus. As frases são cadenciadas, de modo a penetrar nos corações e movê-los ao amor e à generosidade para com o Grande Deus Javé.
O código D sofre alterações e sua redação final ocorreu ao final do século V a.C., quando então em seu conteúdo integral foi acoplado à Tora. Neste livro, se observa cinco deuteronômios em repetição da lei. Podemos confirmar através das passagens: (1,1-4,43; 4,44-11,32; 12,1,28,68; 29,69- 30,20;31,1-29).
Sobre esta última tradição, consideramos a necessidade de que as pessoas precisam estar lembrando e relembrando dos ensinamentos bíblicos, das palavras de Cristo e de Paulo, falando da vida cristã, do comportamento ético, disciplinado, e entrelaçado pela comunhão e compromisso para com Deus.
As verdades espirituais precisam ser repetidas várias vezes até que fique gravada em nossos corações, para que sirva de alimento para as nossas vidas.


(a) Origem e Formação da Bíblia- Antonio Carlos http://www.geocities.com/Athens/Agora/1417/Biblia/Biblia4.htm;
(b) Introdução Geral ao Antigo Testamento; Henrique Santos Filho - http://www.anunciame.com.br/Formacoes/Biblia/AT/Pentateuco/Pent_004.htm
CONCLUSÃO
Estudando este tão abundante e rico tema, pudemos entender um pouco mais acerca dos caminhos que a palavra de Deus tomou par chegar até nós. Em cada parte, em cada uma das quatro tradições estudadas, pudemos ver a mão de Deus em manter vivas estas passagens na memória do povo, até que fossem escritos estes detalhes, citações, narrativas, poemas e tantos outros traços literários que compõem o livro mais antigo e mais atual do mundo.
Quando por exemplo, sabemos que o Gênesis começou a ser escrito no século X a.C. e só foi terminado no século V, entendemos que os acontecimentos dos quais os judeus se lembravam, eram contados oralmente de geração em geração.
Conta-se que um sacerdote, talvez Esdras, deve ter confundido os documentos P e JE, colocando em apêndice a esse bloco o código D. Teria assim constituído o Pentateuco, “Torá” ou ”O Livro da Lei”.
Devemos considerar porém, que estas tradições orais, quando tomaram forma literária, foram escritas exatamente como o povo contava, portanto, não deve se dar a mesma importância história, aos acontecimentos escritos no Pentateuco, com relação a outros posteriores. Pois muitos foram escritos baseados na tradição popular, e outros baseados em documentos de arquivos dos “Anais do Reino”, e trata-se de uma fonte de divergências para os estudiosos, e também um grande desafio para a cristandade.
A parte considerada mais antiga da Bíblia, remonta época de 1100 a.C., justamente quando a escrita ainda não estava aprimorada e definida, valendo-se, portanto, da tradição oral. Se buscava cada vez mais os primórdios da civilização hebréia, até os relatos da criação do mundo. O texto considerado o mais antigo seria então o “Canto de Débora” no livro de Juízes.
Percebemos também que o Pentateuco durou aproximadamente seis séculos e reflete várias etapas de formação. Trata-se de “um piso em várias peças de cerâmica”, onde coexistiram várias correntes e influencias de várias civilizações pela quais passaram o povo de Israel.
Não poderíamos finalizar, sem mais uma vez, relatarmos nossa admiração e devoção, da surpreendente maneira como a Bíblia, contendo a autêntica palavra de Deus, chegou até nós, afora alguns pontos à parte, com seqüenciamento e unidade,
Portando, apesar aqui de se tratar de um trabalho acadêmico, gostaria de concluir conclamando a todos que tiver acesso a estas linhas, que se cristão verdadeiro, confirme seu compromisso, anunciando e vivendo a autenticidade da palavra de Deus. Se ainda não se encontrou com Cristo, que se arrependa dos pecados, creia e receba do nosso Senhor Jesus, as palavras de vida eterna, e creia nele como único e suficiente Senhor e Salvador. Deixe também o Espírito Santo comandar sua vida, alertando sobre a necessidade de consultar a Bíblia, exortando, entendendo e lembrando de tudo aquilo que nela está contido. Assim fazendo, você estará começando a viver a vida abundantemente, naquilo que o Senhor reservou para você.
“Uma voz diz: Clama. Respondi eu: Que hei de clamar? Toda a carne é erva, e toda a sua beleza como a flor do campo. Seca-se a erva, e murcha a flor, soprando nelas o hálito do Senhor. Na verdade o povo é erva. Seca-se a erva, e murcha a flor; mas a palavra de nosso Deus subsiste eternamente”. Isaías 40, 6-8.
Fim.




REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALMEIDA, João Ferreira. A BÍBLIA SAGRADA, traduzida em português por J. F. de Almeida, 65ª Impressão, Edição revista e corrigida. Impressa Bíblica Brasileira. Rio de Janeiro, 1987;

Pesquisas feitas na internet em 24/09/2002:
- Introdução ao livro de Gênesis; Guilherme Vilela Ribeiro de Carvalho- Introdução crítica apresentada em cumprimento às exigências do Seminário Fundamental de Bíblia - Antigo Testamento, Prof. Landon Jones, curso de Mestrado em Teologia- Faculdade Teológica Batista de São Paulo - Maio/1999 http://www.webiblico.2x.com.br/Estudos/VelhoTestamento/VT_LivroGenesis.htm;
- Aliança na Tradição Javista e Eloísta; http://www.arquidiocese.org.br /paginas/lit11032001.htm;
- As Tradições Primitivas; http://www.geocities.com/Athens/Agora/1417 /Biblia/Bib-At3.htm;
- Como a Bíblia foi Escrita; www.portalbol.kit.net/catequesebibliaparte2.htm;
- Época do Exílio: Purificação e Esperança do Regresso; http://www.paroquianovajerusalem.com.br/curso_biblico2.htm;
- Estudo Bíblico - Rumo à Terra Prometida; Alexandre Marcelo Fernandes -http://www.terravista.pt/AguaAlto/5634/MAIO2000/estudo.html;
- História das Formas; Gêneros Literários –
- Introdução Geral ao Antigo Testamento; Henrique Santos Filho - http://www.anunciame.com.br/Formacoes/Biblia/AT/Pentateuco/Pent_004.htm;
- Origem e Formação da Bíblia- Antonio Carlos http://www.geocities.com/Athens/Agora/1417/Biblia/Biblia4.htm;
- Divisão do Reino e suas Conseqüências, Tradição Deuteronomista e Eloísta; http://www.paroquianovajerusalem.com.br/curso_biblico.htm;
- Pentateuco; http://openlink.br.inter.net/dusi/pentateuco.html.




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