Era noite em mim, tudo se apagava e ruía,
A vida estava escura e agitada, um rio de tristeza se fazia, O mundo conduzia apática, a fortaleza opressora aparecia, Externo eu vivia mal, por dentro pouco a pouco eu morria.
II
Invasão dos sentidos, breu e a intolerável procela, Festim de angústias, mágoas e perturbação mental, O pesadelo aparecia e se derramava em chama letal, se infiltrando nas marcas do passado, deixando seqüelas.
III
Cansado de engolir agruras em cascatas frias,
Engasgando a vida, perplexo sofre o coração,
Indiferente dói na alma, o frio fere, fura faz a aflição, O cataclismo de infortúnio egoísta libera a nostalgia.
IV
Poderes invisíveis prendiam com correntes suicidas, A dolorosa chuva de ausências escorria deprimida, A selva de concreto ao caos aponta a incerta saída, O existencial se rende, se entrega se conflita.
V
Vertigens turvam as idéias, oprimem o pensamento, À máquina deixa dolente o homem e tolhe seus momentos, O soberano vício se ressente do cotidiano monumento, No peito sangra a saga, pega, paga, piegas o ressentimento.
VI
Como estátuas, os infelizes passeiam rápidos apressados, Seguem rotos, caricáticos, em fluxos desalmados, Inconsciente apelo, segue aceitando o rito fascinado, Medo do futuro, perdido no presente, escravo do passado.