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Textos_Juridicos-->A GENTE SE ACOSTUMA -- 05/10/2006 - 20:06 (GERALDO EUSTÁQUIO RIBEIRO) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A GENTE SE ACOSTUMA


Hoje eu quero fazer uma pergunta e gostaria que quem tiver uma resposta plausível não deixe de entrar em contato comigo.
Onde estão os Pacientes que eram tratados nos Manicômios?
Sei que muitas vezes escrevo baboseiras, talvez por falta de conhecimento acadêmico, mas, escrevo sobre aquilo que me incomoda e ultimamente isto está muito presente na minha vida.
Sempre me pego questionando porque não freqüentei uma universidade.
E também muitas vezes acho que valeu a pena não ter me transformado em um doutor.
Doutor não sei de quê.
Que me desculpem os profissionais que enfrentaram anos de estudo madrugada a dentro para conseguir um diploma.
O problema é que o diploma não ensina lutar, pelo contrario, muitas vezes ele engessa pensamentos e ações.
Porque a saúde do país é ruim?
A culpa é só do governo que se preocupa com obra e acha que o cemitério é o lugar ideal para enterrar os problemas de saúde?
Quando alguém morre por falta de um medicamento e o atestado de óbito esconde a verdade, a culpa é de quem?
Quando um hospital fica um ano sem comprar curativos e alguém diz que é um item muito caro e liberam pacientes cheios de escaras para morrer em um barraco de dois cômodos, a culpa é só de quem não comprou?
Quando alguém espera por uma cirurgia de próstata ou de um tumor e recebe um telefonema cancelando com desculpa esfarrapada que a “Máquina” está quebrada, escondendo a falta de um fio cirúrgico de R$ 10,00, a culpa é só de quem não comprou?
De quem realmente é a culpa?
Do governo que não comprou o remédio ou do profissional que finge não ver?
Porque não denunciar?
Medo de perder o emprego?
Comodismo?
Ou como se diz nos corredores: A gente se acostuma!
O que será que os psiquiatras e os psicólogos pensam do atendimento ao pobre com problema mental?
Que o lugar dele é junto com os familiares?
E onde é o lugar os familiares?
Há alguns anos foi feito uma campanha contra os manicômios e fecharam estas instituições.
Nelas os doentes eram tratados como animais irracionais.
Por animais irracionais!
Por profissionais pós graduados em grandes universidades e reprovados na faculdade da vida e maus alunos na matéria: Ser humano.
E outros animais chegaram à brilhante conclusão que a melhor solução seria mandar os doentes para casa.
Para junto da família.
Brilhante idéia!
E quando não tem casa?
E quando não tem família?
Algum profissional da área foi contra?
Se alguma entidade foi contra, onde foram parar os minifestos?
Onde foram parar os pobres doentes e os doentes pobres?
Para casa certamente a maioria não foi.
E os que adquiriram a doença depois?
Junto com a família o tratamento é humanizado?
Quando ela é rica coloca o doente em uma clínica particular, visita por um tempo, esquece que ele existe e está resolvido o problema.
Quando ela é pobre suporta e sofre por algum tempo e procura um asilo de caridade.
E os asilos de verdade deixaram de existir.
Ao fechar os centros de internação destes doentes decretaram também o fechamento dos asilos de caridade onde o pobre gozando de saúde perfeita pudesse terminar os seus dias dançando, passeando, jogando um baralho, fazendo sua ginástica e até se enamorando.
Espero estar redondamente enganado e que alguém possa me provar isto.
Todos que eu conheço se transformaram em manicômios.
E vem um babaca dizendo que a palavra asilo está proibida, que estas casas devem ser chamadas de Lar.
Lar!
Onde estão os filhos, os irmãos, a esposa e o marido para constituir este lar?
Sou responsável por uma casa destas com quarenta internos, treze acamados e mais de vinte com algum problema mental.
Um psiquiatra visita estas casas regularmente?
Um psicólogo visita estas casa regularmente?
Onde eles estão?
Nos consultórios acarpetados esperando o biruta para pagar uma consulta.
Aí criaram os CERSANS.
Uma vez por mês a maioria dos doentes toma um “sossega-leão” para deixar a família dormir algumas noites em paz. Em alguns casos eles são recolhidos durante o dia e devolvidos à noite.
Eu disse recolhido porque esta é a palavra mais adequada que pude pensar.
Uma cidade com quatrocentos mil habitantes tem sete camas para acolher estes pacientes.
É muita crueldade terceirizar esta internação sem pagar um centavo. Obrigar as instituições de caridade acolher estas pessoas é levar à loucura os moradores lúcidos, os funcionários que não estão preparados e os voluntários que ficam sem ação.
Esta é uma obrigação do poder público.
E quem tem plena condição e conhecimento para lutar contra esta barbárie são os profissionais da área envolvida, psiquiatras, psicólogos e assistentes sociais.
Os conselhos de classe.
Os CRM que não sei a que veio.
Que continuem fechados os Manicômios e que se abram casas de acolhimento gerenciadas por seres humanos de verdade que não precisem votar ou pedir voto para alguém.
Que poderão esquecer de vez a frase: A gente se acostuma

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