Dizem que sobre futebol e política e religião não vale a pena discutir e eu concordo, quando a discussão se torna uma maneira de coagir o outro a mudar de posição.
Hoje eu vou falar mais uma vez de religião.
Ao mudar de canal fiquei alguns minutos ouvindo um pregador, não tive a curiosidade de saber a sua religião e nem me lembro em qual canal ele falava.
Sei que é um destes que aluga espaço para qualquer pessoa divulgar qualquer coisa, o que já é um absurdo.
Um canal de televisão de aluguel.
Este senhor teve a coragem de ficar quase meia hora falando de dinheiro e pedindo uma contribuição mínima de R$ 30,00 e em troca ele enviaria um livro de sua autoria.
Disse também que queria mil doadores de R$ 1.000,00 mensais.
E pasmem!
Mais mil doadores da mixaria de R$ 10.000,00 mensais.
Isto para que ele permanecesse no ar.
E começou a falar da quantidade de doadores que já estão cadastrados, parecendo aqueles antigos vendedores de loteria que ficavam gritando: é o ultimo; e assim que alguém comprava ele retirava outro da algibeira e continuava a gritar.
Isto é brincar com Deus.
Isto é fazer os filhos de Deus de palhaços.
Qual a utilidade de um programa como este e de tantos outros de igrejas de todas as denominações que se dizem cristãs e na verdade são verdadeiros vendilhões do templo?
Que Jesus expulsou a golpe de chicote.
Eu fico olhando a exploração da visita do Papa ao Brasil para vender medalhas de comemoração e tantas outras besteiras que fazem a gente pensar se uma religião é necessária para nos conduzir na caminhada proposta pelo filho de Deus.
Amai-vos uns aos outros como Eu vos amei.
Ele não pediu mais do que isto.
Ao jovem que não sabia como herdar o Seu reino ele simplesmente disse: vai vende tudo que tem distribua com os pobres e siga-Me.
Estes artistas e atores de televisão que ficam pregando fariam isto?
Venderiam tudo?
Porque a parte “repartir com os pobres” nunca é citada?
Querem vender o céu via satélite ou pela internet.
Já pensou se Jesus resolvesse voltar ao mundo, qual canal ele escolheria para aparecer?
Quem pagaria mais por uma entrevista, o Domingão do Faustão, o Fantástico ou Domingo Legal?
Ou será que realmente ele iria escolher um destes que ficam vendendo seu nome e seus milagres como se fosse mercadoria de camelô?
E como ficam os pobres neste meio?
Os famintos?
Os drogados?
Os doentes?
Os abandonados por tudo e por todos?
São meras pessoas endemôniadas que precisam comprar um milagre para se libertarem?
Está na hora de parar.
E alguém que tem realmente autoridade para falar em nome de Deus o faça somente pela caridade e pelo amor.
E a caridade e o amor não são moedas de troca.
E quando tiver que receber algo em troca peça ao Pai que simplesmente derrame sua bênçãos e lhe dê mais sabedoria para separar o joio do trigo.