"Ai, ai, ai de mim!...
Ai de mim, a mãe de todos os homens!...
Ai de mim,
aflita e fatigada
por causa da maldade dos meus filhos...
Quando descansarei
e ficarei limpa
da maldade que saiu de mim?...
Qual será o dia
no qual tragarei a todos
e sepultarei os meus filhos
em meu próprio ventre?...
Quando serei santificada
para que eu possa descansar
de toda a injustiça
que grassa a minha face por tanto tempo?...
E quando terei o prazer e a alegria
de sentir o afago
dos pés dos habitantes do Alto
por todos os poros
da minha envelhecida pele?...
Pois mesmo sendo Terra,
anseio por outros ares...
...e desejo uma paz
que só conheço de ouvir dizer!...
Ai, ai, ai de mim!...
(*) Explicação:
Eu acordei quando ouvi um assombroso e horrível gemido, e assustado, perguntei à minha alma se tinha se lamentado. Não tinha. Ouvi novamente, e perguntei o mesmo aos céus, e pelo seu olhar que conheço, vi que também não. E novamente ouvi como que um lamento de trovão, e me lembrei da Terra da qual estou longe, e ouvi todo esse angustioso e triste lamento!...