A problemática do aborto e a importância da castidade e do matrimônio
Entrevista com militante pró-vida autor de livro sobre o assunto
BRASÍLIA, quinta-feira, 16 de agosto de 2007
ZENIT.org
Foi lançado nessa terça-feira, dia 14 de agosto, na Câmara dos Deputados do Brasil, o livro "Missionários em Defesa da Vida", de autoria do casal Paulo Fernando Costa e Rebeca Melo, pertencentes à Associação Nacional Pró-Vida e Família.
O livro aborda a questão da castidade, da importância do matrimônio e da defesa da vida, a partir da experiência do casal no Pró-Vida e Família.
Esse lançamento faz parte de uma série de eventos que ocorrem em Brasília para mobilizar a sociedade contra o aborto e em defesa da vida. A seguir, publicamos entrevista com um dos autores do livro, Paulo Fernando Costa, concedida a Zenit.
– De que trata o livro "Missionários em Defesa da Vida"?
– Paulo Fernando Costa: A obra trata da vida na sua dupla dimensão: como direito fundamental assegurado na Constituição e no seu aspecto como Dom de Deus. O livro é dividido em duas partes, a primeira fala do namoro, da castidade e da importância do sacramento do matrimônio.
A segunda parte relata casos de mulheres que iriam abortar, mas graças à chamada operação resgate, um serviço de atendimento a mulheres desesperadas, elas desistiram de abortar. Nesses casos relatados vemos que Deus usa as pessoas como instrumento na vida delas.
– Qual foi o objetivo de vocês ao redigirem o livro?
– Paulo Fernando Costa: O objetivo maior é esclarecer sobre a problemática do aborto e principalmente ser uma voz de alento aos jovens enamorados sobre a beleza do namoro na castidade. Informar sobre a doutrina moral da Igreja sobre o assunto e despertar que algo pode ser feito concretamente em prol da verdade, saindo do discurso teórico e efetivamente fazer algo em favor da vida.
– Por que vocês decidiram lançar o livro agora?
– Paulo Fernando Costa: Após um ano de namoro, um de noivado, cinco anos de matrimônio e mais 20 anos de luta contra o aborto, decidimos compartilhar modestamente nossa caminhada e incentivar a juventude católica a dizer sim à vida. Mostrar que para ser contra o aborto, basta falar a verdade.
– Existe uma relação entre a publicação do livro e a mobilização em defesa da vida que ocorre nesta semana em Brasília? Qual?
– Paulo Fernando Costa: Ambas são manifestações de amor à vida, seguindo o ideal de Cristo, para mostrar a doutrina da Igreja e a voz silenciada do grito dos Santos Inocentes. Lembrar que os primeiros mártires que derramaram sangue em favor de Cristo foram as crianças abortadas por Herodes.
– Como está o cenário político brasileiro na questão da defesa da vida hoje?
– Paulo Fernando Costa: Infelizmente o imperalismo contraceptivo, a cultura da morte, o relativismo, o materialismo agnóstico, o ateísmo, o egoísmo latente, a busca do prazer, o consumismo desenfreado e a cegueira moral revelam que grande parte dos políticos não se ativeram da magnitude de defender a vida desde a concepção até a morte natural. Eles esquecem que são representantes do povo e que na grande maioria o povo é contra a matança dos inocentes.
– O tema escolhido pela CNBB para a Campanha da Fraternidade 2008 é "Fraternidade e Defesa da Vida" e como lema "Escolhe, pois, a vida". Na opinião de vocês, qual a importância da escolha desse tema?
– Paulo Fernando Costa: Levar aos diversos rincões do País a mensagem evangelizadora da Igreja, despertando uma consciência crítica da comunidade, de que não suportaremos mais os ataques à vida e à família. Mobilizar os bispos, sacerdotes e religiosos a meditarem mais sobre o tema, e principalmente incentivar a constituição de comissões em defesa da vida e família nas suas dioceses e paróquias. Mostrar a dimensão da vida em vários aspectos como a eutanásia, a pena de morte, contracepção, infanticídio de crianças indígenas, os extermínios, a dignidade na velhice e, claro, a questão do aborto.
– Qual é a importância da mobilização da sociedade, como a que ocorreu com a Marcha em Defesa da Vida, no dia 15 de agosto, em Brasília?
– Paulo Fernando Costa: Unimos esforços de vários segmentos da sociedade, num clamor em prol dos inocentes, um grito de cidadania pelo uso do dinheiro público na saúde e não na morte, uma marcha mansa e pacífica na Capital Federal, demonstrando que a Cristandade está atenta ao que ocorre nos bastidores do Poder, e principalmente um momento de oração e reflexão, clamando a Deus Pai que tenha misericórdia daqueles que ainda não entenderam a mensagem de amor e esperança deixada pelo seu Filho, afinal, Deus se fez Filho, para que tivesse uma Mãe, e clamar a Nossa Senhora de Guadalupe – Padroeira dos Não-nascidos – que nos livre da maldição do aborto no Brasil e no Mundo.
– Vocês poderiam relatar sua experiência no trabalho de defesa da vida?
– Paulo Fernando Costa: Ser militante do pró-vida é antes de tudo é levar uma vida de muita luta e ter abundância de graças recebidas. Poder olhar o sorriso dócil de uma criança salva, confortar as mães que cometerem o desatino de matar o filho, testemunhar a misericórdia de Deus, levar a mensagem salvífica do Evangelho de Cristo.
Rezem agora por uma criança prestes a ser abortada: "Jesus, Maria e José, Eu vos amo muito. A Vós imploro que tenhais misericórdia da vida do bebê não nascido que adotei espiritualmente, que está em perigo de ser abortado. (Reze agora uma Ave Maria). Os Santos Inocentes agradecem sua adesão".
[O livro "Missionários em Defesa da Vida" pode ser adquirido pelo e-mail providafamilia@hotmail.com. ]