Rodrigo M. Martins 1999
O período interbíblico - Os Começos do judaísmo
Os historiadores comumente usam o termo judaísmo para designar a forma que tomou a religião do povo judeu após a ruína do 1º Templo (586 a.C.) e o cativeiro em Babilônia, ao passo que, referindo-se ao período anterior, costumam falar em religião de Israel.
Simon, Marcel - Judaísmo e Cristianismo Antigo: de Antíoco Epifânio a Constantino, Ed. EDUSP, São Paulo, 1987
Os 400 anos deste período caracterizam-se pela cessação da Revelação Bíblica, pelo silencio profundo em que Deus permaneceu em relação ao seu povo, pois durante esse período, nenhum profeta se levantou em nome de Deus. No silencio desesperador desses 400 anos, o Senhor deixou que os esforços dos homens, na resolução dos problemas espirituais, falhassem; que a filosofia se esboroasse; que o o poder material enfadasse as almas; que a imoralidade religiosa desiludisse a todos, mesmo os corações mais ímpios; que a corrupção campeasse, atingisse as raias da depravação, mostrando assim ao homem a inutilidade de tais sistemas e instituições.
Tognini, Enéas - O Período Interbíblico, ed. Louvores do Coração LTDA, 5ª edição, São Paulo - 1951
O império Pérsa (539- 331a.C.)
Ao encerrar-se o A.T., lá pelo ano 430 a.C., a Judéia era uma província da Pérsia. Esta havia sido potência mundial por uns 100 anos. Continuou a sê-la por outros 100 anos, durante os quais não se conhece muito acerca da história judaica. O domínio pérsico, na sua maior parte, foi brando e tolerante, gozando os judeus de considerável liberdade.
Halley, Henry H. - Manual Bíblico - Um comentário Abreviado da Bíblia, Ed. Vida Nova, 7ª ed., São Paulo, 1986
Com o consentimento e proteção dos soberanos persas, edificou-se em Jerusalém o segundo Templo, centro da vida religiosa judaica e, ao mesmo tempo, símbolo do renascer nacional. Contudo, não se tratava de um mero retorno à gloriosa época de Salomão: o judaísmo desenvolveu-se, ao contrário, sob condições totalmente novas. Israel voltara à terra dos ancestrais, mas à custa de sua independencia. De início, a Palestina integrou-se no império persa, cuja a política era em geral de tolerância para com a religião dos súditos.
Simon, Marcel - Judaísmo e Cristianismo Antigo: de Antíoco Epifânio a Constantino, Ed. EDUSP, São Paulo, 1987
Depois que Ciro havia tomado a Babilônia, um dos seus primeiros atos foi devolver os deuses às suas cidades.
A volta do remanescente. O decreto de Ciro é, nas escrituras, datado do 1º ano do conquistador (539-539 a.C.), e mais ou menos em 537 a.C o retorno em si deve Ter começado. Mas não houve pressa por parte da maioria dos judeus, agora confortavelmente estabelecidos em prósperas profissões no comércio da Babilônia, de se juntarem a um grupo pioneiro de exilados para enfrentar os rigores físicos e economicos de reedificar a sua desolada terra natal.
Unger, Merril F. - Arqueologia do A.T., Ed. Imprensa Batist5a Regular, 3ª ed., São Paulo, 1989
Nem todos os judeus voltaram para sua patria, com o edito de Ciro. Muitos continuaram na Babilônia, outros valeram-se da oportunidade para se transferir dali para outros pontos do mundo. Temos aí a Dispersão. Impelidos por seus corações a prestarem culto ao Senhor, começaram os judeus em cada cidade, a se reunirem em casa de uma família, e liam ali o Velho Testamento, oravam, adoravam o Senhor, cantavam Salmos e no fim cinha o comentário da Lei. É a Sinagoga.
Tognini, Enéas - O Período Interbíblico, ed. Louvores do Coração LTDA, 5ª edição, São Paulo - 1951
Período Grego (331-167 a.C.)
Até esse tempo as grandes potências do mundo tinham estado na Ásia e na Africa. Mas, assomando agourentamente do horizonte ocidental, via-se o poder crescente da Grécia. Os começos da história dos gregos estão envolvidos em mito. Estima-se o seu surgimento por volta do séc. XII a.C.
Alexandre Magno, 336 a.C., com a idade de 20 anos assumiu o comando do exército grego e, à maneira de meteoro, investiu para o Oriente, sobre as terras que estiveram sob o domínio do Egito, Assíria, Babilonia e Pérsia. Em 331 a.C., o mundo inteiro jazia ao seus pés. Invandindo a Palestina em 332 a.C., mostrou muita consideração pelos judeus, poupando Jerusalém e oferecendo-lhes imunidades para se estabelecerem em Alexandria. Fundou cidades gregas por todos os seus domínios, a elas levou a cultura e a língua do seu povo. Após breve reinado faleceu, 323 a.C.
Halley, Henry H. - Manual Bíblico - Um comentário Abreviado da Bíblia, Ed. Vida Nova, 7ª ed., São Paulo, 1986
Após as conquistas de Alexandre, passou sucessivamente à autoridade dos lágidas e dos selêucidas, num quadro ais amplo em que se verificava considerável mistura de populações. Estrangeiros-funcionários, soldados, comerciantes - instalavam-se em terrtório israelita, enquanto parte dos exilados judeus preferia permanecer na Babilônia, onde se multiplicavam. Em contínuo movimento de emigração, do qual o exílio nada mais fora que a primeira fase, os judeus disseminaram-se em todas as direções. Importantes colonias judaicas instalaram-se nas grandes cidades do Oriente Próximo, depois nas da bacia ocidental do Mediterrâneo.
Simon, Marcel - Judaísmo e Cristianismo Antigo: de Antíoco Epifânio a Constantino, Ed. EDUSP, São Paulo, 1987
Período da Independencia (167-63 a.C.)
Também chamdo período Macabeu ou Hasmoneano. Matatias, sacerdote, de intenso patriotismo e imensa coragem, furioso com a tentativa de Antíoco Epífânio de destruir os judeus e sua religião, reuniu um bando de leais compatriotas e desfraudou a bandeira da revolta. Reconquistou Jerusalém, 165 a.C., purificou e reedificou o Templo. Um dos seus 5 filhos, Judas, uniu em si a autoridade sacerdotal e a civil, e assim estabeleceu a linhagem dos sacerdotes hasmoneanos, que pelos seguintes 100 anos governaram uma Judéia independente.
Halley, Henry H. - Manual Bíblico - Um comentário Abreviado da Bíblia, Ed. Vida Nova, 7ª ed., São Paulo, 1986
Período Romano (63 a.C.)
No ano de 63 a.C. a Palestina foi conquistada pelos romanos às ordens de Pompeu. Antipator foi designado governador da Judéia. Sucedeu-lhe seu filho Herodes, o Grande, que foi rei da Judéia.
Halley, Henry H. - Manual Bíblico - Um comentário Abreviado da Bíblia, Ed. Vida Nova, 7ª ed., São Paulo, 1986
Tendencias filosóficas
No mundo greco-romano, a metafísica de Platão e Aristóteles tinha perdido o interesse. Agora, a ênfase era colocada sobre os problems da vida humana, especialmente da conduta e felicidade do indivíduo. Os filósofos do séc. I cristão eram, de fato, ecléticos (isto é, escolheram elementos de uma variedade de sistemas filosóficos), mas o estoicismo e o epicurismo contribuíram mais para a sua filosofia generalizada.
Epicurismo = fundado por Epicuro de Samos (324-270 a.C), busca do prazer que permanece por toda a vida, ausencia de dor, serenidade da alma. Prazer durável é a saúde do corpo e a tranqulidade da alma, moderação e autocontrole, não envolvimento político e assuntos públicos. Admitia a existencia dos deuses, mas eles ficavam à parte do mundo e eram indiferentes aos problemas humanos.
Estoicismo = fundado por Zenão (336-264 a.C.), foi a filosofia dominante no período greco-romano. integridade moral, autodisciplina e ascetismo eram exigidos.
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