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Textos_Religiosos-->Hermenêutica de Mt 11,5 22/06/99 -- 13/01/2005 - 17:40 (Rodrigo Moreira Martins) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Rodrigo Moreira Martins
Londrina, 22/06/99


Texto analisado:


“ Vemos na resposta que Jesus dá aos discípulos de João Batista: ‘os cegos vêem, os coxos andam, os leprosos ficam limpos e os surdos ouvem, os mortos ressuscitam e os pobres são evangelizados’ (Mt 11:5), que o Reino está próximo e também sua concepção sobre o mesmo. Situações negativas transformam-se em situações positivas através dos atos de Jesus.
Jesus promove solidariedade entre as pessoas que vivem em uma sociedade repleta de grupos. Aproxima-se de pecadores, publicanos, prostitutas, enfim de todo tipo de pessoa desclassificada, demonstra como deve solidarizar-se criando uma nova consciência coletiva.
A justiça é outro item presente na pregação de Jesus. Jesus profere condenações não somente aos indivíduos mas aos grupos opressores dos menos favorecidos. Denuncia as injustiças sociais causadas pela união de grupos: dos fariseus que esquecem da justiça; dos escribas que colocam cargas intoleráveis e cultivam a ciência para si; dos ricos ambiciosos que não compartilham seu dinheiro com o pobre; dos sacerdotes que escravizam o povo; dos governantes do mundo que governam totalitariamente e exploram as massas.
Jesus resgata o ser humano com a afirmação de sua existência. Faz com que se conheça as possibilidades oferecidas por Deus ao indivíduo e também o que o próprio ser humano pode realizar para conseguir libertação das situações de opressão. Para Jesus a pregação do Reino de Deus consiste na própria caminhada em meio aos que são considerados escória da sociedade palestinense.
Portanto, o que Jesus anuncia é a libertação de grupos marginalizados dos poderes opressores. Resgata através da graça a justiça, a solidariedade com atitudes concretas, denunciando injustiças sociais dando consciência da salvação de Deus que não era como os religiosos da época queriam. Abre-lhes o caminho da redenção, se os destinatários, aceitarem que Deus se aproxima em graça, Ele perdoa-lhes os pecados. Assim, o anúncio de Jesus é
um dos atos que denota os sinais do Reino de Deus.”




Pensamentos hermenêuticos aplicados ao texto:

a) O autor deixa muito claro que não tem dúvida alguma sobre a inspiração “plenária” contida no texto. Por inspiração plenária entendemos que a Escritura é plena e igualmente inspirada em todas as suas partes. É a Palavra de Deus e não apenas a contém; elimina assim, o conceito errôneo de que a Bíblia é inspirada só em parte. Embora a doutrina da inspiração não exclua, por si, a possibilidade de erro na reprodução literária do texto, ainda assim, a Providência divina tem preservado as Santas Escrituras no que diz respeito à sua substância. Significa que até os textos que falam dos erros dos autores também são inspirados? Sim, pois a inspiração não afetou a vida dos autores.

b) Usa o Tratamento Prático para expor sua idéias, pois diz que Jesus não prega o seu evangelho, mas também efetua milagres, transforma vidas, cura os enfermos, vinculando a Palavra de Deus à princípios que se realizam até os dias de hoje, pois a transformação de vidas é o que o autor propõe que Jesus prega.

c) Podemos ver que o autor insere todo seu comentário em um contexto em que o A.T. e o N.T. se complementam pois as profecias messiânicas ensinavam que o Messias operaria milagres. É possível que predições como a de Is 35.5,6 estivessem na mente de Jesus quando replicou aos mensageiros de João, pois a leitura que o autor faz é de um Jesus que não era como os religiosos da época queriam, e que para João ficasse bem claro que Ele era o verdadeiro Messias, era necessário mais informações e a solução de suas dúvidas, juntamente com o cumprimento das Escrituras.

d) Percebemos, também, o pensamento da Escola de Antioquia, pois o sentido histórico se expressa através de fatos que faziam parte na época, como a situação dos coxos, cegos e surdos..., além do sentido literal, a leitura proposta pelo autor vai mais a fundo, interpretando a situação como uma situação em que Jesus mostra Justiça na existência do ser humano, fala da libertação de grupos marginalizados pelos poderes opressores da época. Mostra que Jesus preocupa-se com o bem estar social do povo, abrindo-lhe o caminho da redenção através de Sua graça. O autor também contextualiza com o que João prega, fazendo hermenêutica correta do seu pensamento dando sempre ênfase à historicidade da passagem, pois mantém o pensamento do contexto, dizendo que “para Jesus a pregação do Reino de Deus consiste na própria caminhada em meio aos que são considerados escória da sociedade palestinense.” E, nessa interpretação, vemos a idéia de um Jesus preocupado em manter o pensamento coerente com o de João, o qual era pobre e pregava deste ponto de vista.
Dentro deste mesmo tópico, vemos que o método histórico-crítico é o cerne do texto produzido por este autor, pois coloca Cristo como o centro – escopo – e o argumento de toda a Escritura.
Resumindo, o autor trata o texto em questão como histórico, respeita o pensamento plenário de inspiração bíblica e fecha seu texto resumindo de forma histórico-critica dizendo que os atos de Jesus denotam os sinais do Reino de Deus.

Crítica

O autor do texto não se preocupa em comentar o ponto central do contexto que é Jesus passando provas de seu Messianismo a João, mas dá ênfase, em sua hermenêutica, à situação política, fazendo o texto “falar” de um propósito que também está presente, mas não é o centro da perícope. Tende mais ao pensamento de João, que esperava um Messias político, libertador dos opressores. Fazendo assim, mostra coerentemente que a sua exposição é apenas “um dos atos que denota os sinais do Reino de Deus”, o qual trata sua monografia e é o tema a que se propõe a desenvolver.

Bibliografia

Dakuzaku, Nilson S
Monografia Tema: Jesus e o Anúncio do Reino de Deus (2.1.3), Sem. Teológico de
Londrina., 1989

Champlin, Russel Norman, Ph. D.
O Novo Testamento Interpretado – Versículo por Versículo, Ed. Milenium, 1979

Halley, Henry H.
Manual Bíblico, Ed. Vida Nova, 1994

Braga, James
Como Estudar a Bíblia, Ed. Vida, 1989

Volkmann, Martin
Método Histórico Critico, São Paulo, CEDI – Centro Ecumênico de Documentação e
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Stam, Juam
“ A Bíblia, o leitor e seu contexto histórico: pautas para uma hermenêutica contextual”. In:
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Newnum, R. Stephen
In: apostila de História da Hermenêutica, 1998

Teodoro, Marcos A.
Hermenêutica – I, Princípios Gerais de Interpretação, STJV – Sem. Teológico Jovens da
Verdade

Müller, Mary Stela
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