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Textos_Religiosos-->NOSSO DEUS É ASSIM -- 01/08/2008 - 15:11 (LUIZ ROBERTO TURATTI) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos




EDITORIAL


NOSSO DEUS É ASSIM


Padre Vladimir Barbosa Hergert


Por que sofrer? Deus quer que soframos? Seria Deus o culpado de nossos sofrimentos? Se Ele é Todo Poderoso, Pai de Todos, Bom, não deveria nos livrar de todo o mal? Não é cruel deixar uma criancinha sofrer? Ou uma pessoa tão boa? Não seria mais justo se somente os maus sofressem? Não seria o caso de dar uma doença bem ruim pra quem não presta e saúde para quem é justo, honesto e bondoso?

Essas e outras perguntas me foram feitas, e eu mesmo já as fiz, nem sei quantas vezes. Sempre que alguém passa por uma dificuldade os questionamentos aparecem. Desde doença, desemprego, problemas no casamento, com os filhos, até os acidentes, as catástrofes da natureza... tudo serve para nos chocar. A Teologia já se debruçou sobre esse tema muitas vezes e são inúmeros os livros, pensadores, santos que tratam desse assunto. O sofrimento foi e continua sendo uma incógnita na vida. A mente humana não se sente confortável com a tragédia. O horror dos fatos, o medo do que ainda possa acontecer, denunciam nossa fragilidade. Há uma violência no sofrimento que nos assusta. Por que comigo? Por que agora? Por que isto?

O que podemos compreender dentro do mistério do mal é que há pelo menos duas ordens de sofrimentos. Aquelas que são conseqüências de nossos atos, escolhas; por exemplo, uma pessoa que se utiliza das drogas acaba sofrendo com doenças sérias, tendo problemas de relacionamentos com a família... ou aquele que deliberadamente escolhe trair seu amor, sair com outras pessoas... trará sofrimentos para si e para os seus. Esta ordem de sofrimento não é boa, poderia ser evitada se a pessoa escolhesse outras coisas. Ela está dentro de uma lógica bem conhecida nossa, de causa e efeito: aqui se planta, aqui se colhe ou ainda, quem semeia vento, colhe tempestades.

Deus não pode ser
acusado de não se
importar com nosso
sofrimento

A outra ordem do mal é mais difícil. É aquela que não tem um nexo aparente, que parece ser aleatória, não obedece uma lei de causa e efeito, antes parece completamente ilógica, incompreensível. É o mal que mora na criação, na criatura. Como assim? Toda criatura é finita, mortal, destrutível, limitada, imperfeita, portanto passível de sofrer, passível de morrer. Nós somos passíveis de sofrer e vamos morrer. Esta ordem do mal é a mais difícil de se aceitar, quase intolerável. Mas, Deus não poderia fazer diferente? Premiar os bons e castigar os maus? Em hipótese, poderia. Mas não seria o Deus que conhecemos pois romperia com o maior presente que temos: a liberdade. Imagine se a partir de hoje ficasse estipulado que Deus iria fazer sofrer somente os maus e todos aqueles que fossem obedientes, bons... não teriam uma dorzinha sequer. Certamente muitas pessoas deixariam de fazer o mal, entrariam na linha, mas não por amor e sim por temor. Fariam tudo certinho, mas lá dentro, no fundo dos corações começariam a dizer “É, Deus é assim, Ele é bom, mas nós não podemos nada, tudo tem que ser conforme a Vontade Dele...” Viveríamos ameaçados, com medo... Por isto é que Deus resolveu dar-nos a liberdade. Ama-o quem O conhece e aceita a vida como ela é, frágil, pequena, passageira... mesmo assim valiosa, grandiosa...

Podemos aprender com o sofrimento a sermos mais humildes, mais conscientes, mais verdadeiros, mais presentes, mais próximos... uma doença, uma perda, podem ensinar muito a alguém que esteja atento a aprender.

Deus não pode ser acusado de não se importar com nosso sofrimento, como se Ele ficasse sentado no trono eterno, assistindo a tudo aqui embaixo, indiferente. Não! Deus, Ele mesmo veio morar no meio de nós. Disse-nos, “eu vim para que vocês conheçam a verdade!” A vida, paixão e morte de Jesus é o maior testemunho de que Deus nos ama. Ele não poupou seu Filho Único para nos provar o quanto é solidário.

Todas as vezes que nós sofremos é sempre bom lembrar-se de Jesus. Deus sofredor. Deus misericordioso. Deus solidário. Um outro deus talvez dissesse: “Tô nem aí, se virem, já lhes dei muitas coisas...”, e assim seria muito difícil amá-lo. Mas o Deus de Nosso Senhor Jesus Cristo, o nosso Deus, que não nos poupa da vida com suas agruras, mas vem vivê-la conosco, morre por nós. Esse Deus é possível amar. Um Deus assim é que eu amo!

Fonte: Jornal “Nossa Igreja Católica”, Informativo Mensal da IGREJA MATRIZ NOSSA SENHORA DO PATROCÍNIO, Araras (SP), Maio de 2008, Ano VIII, № 80, Página 2.


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“Fora da VERDADE não existe CARIDADE nem, muito menos, SALVAÇÃO!”

LUIZ ROBERTO TURATTI.



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