O que é o amor, se não um desejo, um sentimento tão indefinível quanto o próprio Deus? O amor, podemos dizer, é um dos sentimentos mais antigos, existe junto e provavelmente ao mesmo tempo que Deus. Muitos tentaram descrever, definir, metrificar, formatar o sentimento amor. Mas o amor, apesar de ser o sentimento mais importante e valioso no Reino, é indefinível e polêmico.
Tal importância vemos nos versículos 1,2 e 3 do capítulo 13, na carta de Paulo aos Coríntios. "Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, (...) ainda que tivesse o dom de profecia e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, (...) ainda que distribuísse toda a minha fortuna (...) e entregasse o meu corpo para ser queimado, se eu não tivesse amor, nada disso me aproveitaria." Não há contraste entre o amor e algo que consideraríamos um defeito humano.
E assim chegamos a nossa primeira e mais importante dualidade: amor x conhecimento. Em Eclesiastes 1:18 temos, "... quem aumenta em ciência, aumenta em tristeza." O conhecer pode (também!) afastar a pessoa de Deus, pois muitos cometem um erro grave: tentam entender Deus como se entende o ciclo da chuva. O gosto, a fome de conhecer, de saber, pode ser, em alguns casos, trágico. Quando tentamos entender Deus e não coneguimos, temos tendência a crer que a "idéia" Deus é fruto da imaginação humana, e que, na verdade, Deus não existe.
Claro, há muitos outros fatores que "comprovam" a existência de Deus, como a necessidade inata do homem de crer em algo que seja "maior" do que ele, ou a existência de conceitos como "bem" e "mal" etc. Mas o homem de hoje não pensa como sociedade; ele pensa como indivíduo, principalmente ao pensar em questões tão polêmicas, como crer em Deus. Então a partir do seu próprio (e limitado) raciocínio, o homem não acredita na "idéia" Deus, por não poder formatá-lo em uma simples definição. (Continua)