Um acidente banal ofereceu ao jovem sacerdote a ocasião para começar a realizar seu projeto em favor dos jovens que vagavam pela cidade, especialmente os emigrados do interior e os recém-saídos das prisões. No dia 8 de dezembro de 1841, preparava-se para rezar a missa da festa da Imaculada Conceição na igreja de São Francisco de Assis. Um adolescente de feições rústicas girava pela sacristia, irritando o sacristão, que o expulsou com o cabo do espanador. Dom Bosco mandou buscar o rapaz, que se chamava Bartolomeu Garelli, conversou com ele e tornou-se seu amigo. Antes de despedi-lo, ensinou-lhe a fazer o sinal da cruz e rezou com ele uma ave-maria; no fim, convidou-o a voltar no domingo seguinte com seus amigos, o que ele fez com alegria.
Era o começo de reuniões que, com o passar dos domingos e dos feriados, marcariam a participação de um número cada vez maior de jovens. Com o auxílio esporádico de colaboradores, sacerdotes e leigos, jovens estudantes e seminaristas, Dom Bosco animava essas reuniões que duravam da manhã à noite, em que as práticas religiosas se alternavam com divertimentos, sempre na mais espontânea alegria.
Logo surgiu o problema do local para as reuniões, visto que, em mais de uma vez, o grupo de adolescentes e jovens foi obrigado a desalojar-se, ora do pátio de um instituto, ora dos arredores de uma capela de cemitério, ora de um terreno baldio.
Não faltaram episódios tragicômicos. O ajuntamento de centenas e centenas de rapazes alarmava os vizinhos e a polícia.
Aos olhos de muitos, Dom Bosco parecia um revolucionário, um louco. Tentaram até interná-lo num manicômio...
NOTA: Esse texto foi narrado no dia 8 de dezembro de 2008, por ocasião da Festa da Imaculada Conceição, durante a Santa Missa das 19h00, no Santuário Sagrado Coração de Jesus, em Araras (SP), celebrada pelo Diretor Salesiano desta casa, Revmo. Padre Tarcísio dos Santos.
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“Fora da VERDADE não existe CARIDADE nem, muito menos, SALVAÇÃO!”
LUIZ ROBERTO TURATTI.