A massa crítica positiva pode salvar o planeta!
Carlos Claudinei Talli
Para um melhor entendimento deste texto sugerimos a leitura do artigo anterior ‘Das partículas gêmeas aos nossos cérebros’.
Como vimos naquele artigo, as duas pessoas que meditavam juntas eram separadas e colocadas em gaiolas de Faraday, que impediam a entrada e a saída de qualquer sinal eletromagnético. Assim, ficou demonstrado que, para que ocorra aquela correlação de dois cérebros humanos, há a necessidade de um tipo de energia que apresente freqüências acima do espectro eletromagnético, uma energia que o nosso Universo físico não conhece e que a nossa tecnologia ainda não consegue medir.
Inclusive, a correlação em questão, que Grinberg Zylberbaum demonstrou, ocorre instantaneamente, desprezando o que Einstein considerava o único valor absoluto do Universo, ou seja, a velocidade da luz. Portanto, estamos falando de um lugar onde A Teoria Geral da Relatividade de Einstein não mais funciona, e é justamente nesse nível que ocorre a conexão entre a consciência individual do observador e aquela a que Amit Goswami chama de Consciência Cósmica, o outro nome de Deus. Em outras palavras, essa freqüência mágica e misteriosa, muito acima do espectro eletromagnético , é a freqüência do Amor Incondicional de Deus, e só através dela cérebros humanos conseguem se correlacionar.
Uma conseqüência imediata dessa constatação é que quando alguém deseja fazer o mal a outra pessoa através de pensamentos, um sentimento negativo - inveja, ódio, raiva etc... – está germinando em seu interior, e, por isso, ele nunca vai atingir aquela freqüência fantástica acima do espectro eletromagnético necessária para que o seu cérebro se correlacione com o do seu desafeto. Ao contrário, essa pessoa vai apenas provocar a desorganização da energia do seu próprio corpo, o que fatalmente a levará às doenças, à entropia e ao caos. No nível dos pensamentos e emoções, nós é que fazemos o mal a nós mesmos.
“A transição do estado saudável para estados alterados de saúde, sempre é associada com a transição de um sistema ordenado, de um sistema coerente, para um sistema caótico ‘desordenado’. O sistema vivente perde a cooperação dos outros sistemas interligados. Ao invés de cooperativo o sistema se torna competitivo.” (Fonte: artigo ‘Medicina Quântica’, www.filoterapia.com)
Portanto, cientificamente, a experiência de Jacobo Grinberg-Zylberbaum demonstrou o que já colocávamos de maneira intuitiva em “A Busca Interior – O Sentido da Vida”, pág. 63, edição 2000, ou seja, que o mal não existe fora da mente do homem. Ele é resultado da problemática psicológica inconsciente não resolvida (condição humana), que pode gerar todo tipo de comportamento contrário à ética cristã – inveja, egoísmo, consumismo, violência, hedonismo etc. -. Já o ato de fazer ou desejar o bem encerra todos os requisitos para que a experiência de Grinberg-Zylberbaum aconteça.
Para legitimar esse encontro feliz entre Ciência e Espiritualidade, que é o objetivo principal desse nosso trabalho, nos reportemos ao próprio Jesus Cristo que, em Marcos, cap. 7, versículos 15, 21, 22 e 23, sobre o mesmo tema, nos manda este recado: “Nada há, fora do homem, que, entrando nele, o possa contaminar; mas o que sai dele isso é que contamina o homem. [...] Porque do interior do coração dos homens saem os maus pensamentos, os adultérios, as prostituições, os homicídios, os furtos, a avareza, as maldades, o engano, a dissolução, a inveja, a blasfêmia, a soberba. Todos estes males procedem de dentro e contaminam o homem”.
Todas as experimentações científicas relatadas no artigo anterior, que confirmaram a descoberta de Grinberg Zylberbaum, também nos levam a considerar, como efeito decorrente, o conceito de massa crítica, aquela quantidade diminuta de indivíduos de uma determinada espécie, por alguns calculada em torno de 5% do total, capaz de possibilitar a disseminação de uma determinada idéia ou descoberta no seio de toda a espécie.
Como ficou demonstrado que o cérebro de um indivíduo não consegue se correlacionar com o de outro da mesma espécie se no processo não estiver presente a boa intenção – Amor -, também fica claro que não existe a menor possibilidade de se atingir uma massa crítica negativa que poderia facilitar a aceitação do mal por todos os indivíduos de uma determinada espécie.
Já o contrário, a massa crítica positiva, foi comprovado inúmeras vezes por vários cientistas. Um dos casos de massa crítica positiva mais interessante aconteceu em 1953, numa praia da ilha de Honshu no Japão, onde se localiza a cidade de Kyoto:
Alguns cientistas resolveram alimentar os chimpanzés da ilha com batatas e, algum tempo depois, uma chimpanzé de 18 meses, de nome Imo, ao deixar cair por acaso uma dessas batatas na água do mar, percebeu que esta ficara limpa e adquirira um sabor muito mais agradável, por causa do sal do mar. Imediatamente, incorporou no seu dia a dia o hábito de lavar as batatas na água salgada do mar.
Em seguida, Imo tentou passar para o resto da comunidade de chimpanzés daquela ilha o novo hábito de lavar as batatas na água salgada. Inicialmente, abordou os chimpanzés mais velhos e, para seu espanto, eles recusaram com veemência a nova idéia. Por isso, começou a instruir os mais jovens que, menos condicionados pelos hábitos antigos, prontamente aderiram à lavagem das batatas. Para surpresa dos pesquisadores, já em 1958, apenas cinco anos após a introdução das batatas no cardápio dos chimpanzés da ilha Honshu, todos os indivíduos daquela espécie nas demais ilhas da região tinham absorvido o hábito de lavar as batatas na água do mar. Somente a não localidade quântica e a boa intenção de Imo podem explicar semelhante ocorrência.
Esse caso de massa crítica positiva acontecido entre chimpanzés, e inúmeros outros relatados entre seres humanos, nos dão a esperança de que a evolução da humanidade, e, em conseqüência, do nosso próprio planeta, felizmente chegará a um final feliz. E mostram, também, como é belíssimo o milagroso projeto da Consciência Universal!
Depois de todas essas comprovações científicas a respeito da ação da boa intenção – Amor – na correlação de cérebros humanos, inclusive em algumas ações dos chamados animais irracionais, como vimos no caso da chimpanzé Imo, nos parece que tudo no Universo, das partículas sub-atômicas à infinidade de galáxias que o compõem, que foram criadas a partir de um impressionante evento único, o Big Bang, ainda continuam correlacionadas como o eram antes daquela impressionante explosão. Tudo está correlacionado a Tudo. Tudo é irmão gêmeo de Tudo. Exatamente como os elétrons gêmeos de Bell e os fótons gêmeos de Aspect.
E porque, na realidade das três dimensões em que vivemos, não conseguimos enxergar essa conectividade universal?
Simplesmente porque, a partir do momento em que adquirimos a capacidade de pensar e a conseqüente consciência humana, ao utilizarmos os nossos limitados cinco sentidos, passamos a avaliar todas as coisas e a nos comparar uns com os outros. E essa capacidade humana de avaliar e comparar as coisas, que realmente nos ajudou a sobreviver e a perpetuar a nossa espécie, nos remeteu a uma equivocada conclusão, a de que todos nós, seres humanos, e todos os outros animais, e todas as plantas, e toda a natureza, somos separados uns dos outros.
Paradoxalmente, desse inegável ganho de qualidade que foi o desenvolvimento da nossa consciência, responsável por todas as descobertas científicas que melhoraram a nossa qualidade de vida, e que inclusive nos permitiu intuir a existência de Deus, surgiram também as nossas características mais negativas, próprias da nossa condição humana, em outras palavras, o egoísmo, o orgulho, a inveja, a ganância, a sede de poder, a ambição desmedida, o ódio, e o medo de perder. Enfim, todos os sentimentos que reforçam aquela percepção enganosa de que todos nós somos separados da natureza e uns dos outros.
Assim, como conseqüência importante desse paradoxo, nos esquecemos daquela conexão universal que faz parte da nossa própria essência, e da essência de todas as outras coisas que existem no Universo. E, ainda mais grave, nos afastamos daquele sentimento que é a única condição capaz de nos religar à Consciência Universal, ou seja, o Amor Incondicional.
Entretanto, como vimos nos três últimos artigos, as descobertas mais recentes da nova física estão nos possibilitando enxergar novamente aquela conectividade que torna todas as coisas sincrônicas, a mesma união que existia milionésimos de segundo antes do Big Bang, e que permanece intacta, agora, treze a quinze bilhões de anos após, apesar dos ‘bilhões de anos luz de distância’.
Observação: este texto faz parte do meu livro ‘Das novas descobertas da física moderna à nossa Alma’, que foi publicado em 2009. Qualquer informação sobre este livro, contactar o autor através da Usina de Letras.